Estudantes da UFSC aprovam paralisação e apoio a Lula

Universidade disse que alunos 'não têm poder para determinar suspensão de aulas'

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Curitiba

Estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) aprovaram a paralisação total das atividades universitárias nesta terça-feira (18), dia do ato nacional contra o corte de verbas às universidades federais.

Eles também manifestaram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Décio Lima (PT), que concorre ao governo do estado.

A paralisação foi aprovada em assembleia do DCE (Diretório Central dos Estudantes Luís Travassos), na última sexta (14), e teve como foco mobilizar os alunos para participação no ato de protesto desta terça, que ocorreu em Florianópolis e em várias capitais do país.

Ato realizado por estudantes da UFSC em Florianópolis, em Santa Catarina, nesta terça-feira (18) - Stefani Ceolla/Apufsc

A UFSC disse que não houve suspensão de aulas por parte da administração central, sendo um dia letivo, previsto no calendário acadêmico.

Segundo a universidade, o movimento estudantil tem autonomia para definir suas pautas e reivindicações, que são legítimas, no entanto, "não têm poder para determinar suspensão de aulas".

No texto, publicado nas redes sociais, o DCE menciona a discussão das mobilizações do ato e também do segundo turno das eleições, para as quais define o apoio a Lula e a Décio Lima.

"Também será buscado o diálogo com estes candidatos para que se comprometam com a educação e o movimento estudantil, caso ganhem as eleições", diz a publicação, que reforça: "não vai ter aula, vai ter luta!".

Estudantes protestam contra corte de verbas para universidades federais, em Florianópolis - Karol Bernardi/Apufsc

A APUFSC (Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina) afirmou que não convocou paralisação de aulas, mas convidou os profissionais para participar do ato, no qual o vice-presidente da entidade, Camilo Buss Araújo, discursou.

Segundo ele, há um embate entre dois projetos distintos, um "da mentira", que defende "o fim das universidades públicas" e o corte em investimentos na educação e "que não quer que o trabalhador coloque seus filhos nas universidades federais".

O outro projeto, de acordo com Araújo, construiu universidades e institutos federais e "colocou o filho do trabalhador para ter acesso ao Ensino Superior, garantiu ciência, formação e perspectiva de vida para maioria da população".

Na UFSC, o corte de verbas em junho foi de R$ 12,6 milhões e, de acordo com a instituição, compromete a manutenção das atividades de ensino, pesquisa e extensão, o que levará a um déficit "irreversível" em 2023.

No governo Bolsonaro, as universidades federais enfrentam reduções no orçamento livre, cortes e congelamentos, muitas ameaçadas a fechar as portas, como a UFRJ.

O governo Bolsonaro ainda retirou R$ 1,2 bilhão do FNDCT (Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico), com impacto na produção científica realizada pelas universidades. A ação fez com que seja aberto espaço no orçamento para os ministérios da Economia, do Desenvolvimento Regional e do Trabalho e Previdência.

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