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Brasil tem primeira travesti doutora honoris causa

Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, receberá título da UERJ

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São Paulo

O conselho universitário da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) aprovou nesta quinta-feira (15) unanimemente conceder o título de doutora honoris causa à ativista Keila Simpson, 57, presidente da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).

A qualificação é atribuída a personalidades eminentes, nacionais ou estrangeiras, que se destaquem por contribuição à cultura, educação ou cidadania.

Segundo a universidade fluminense, Keila é a primeira travesti e segunda pessoa transexual a receber a distinção no país. A primeira foi o psicólogo João Nery, primeiro homem trans a fazer a cirurgia de readequação sexual do Brasil.

Keila Simpson, presidente da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) - Carla Carniel/Reuters

Baiana, a mulher é uma das principais lideranças do movimento LGBTQIA+ brasileiro desde meados dos anos 1990. Além de comandar a Antra, Keila tem coordenado o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIA+ do estado da Bahia.

Ela também já foi vice-presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), além de ter presidido o Conselho Nacional de Combate à Discriminação de LGBT+ em 2013.

Naquele ano, Keila recebeu da então presidente Dilma Rousseff (PT) o Prêmio Nacional de Direitos Humanos por seu empenho na implementação e proteção dos direitos da população LGBTQIA+.

Keila Simpson disse à Folha que o recebimento do título é importante para toda uma população e chancela seu trabalho no ativismo.

"É bom ter recebido este reconhecimento ainda em vida. Muito positivo, especialmente para a população trans. Mostra que estamos no caminho certo. Agora temos a chancela da academia, por intermédio da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, de que estamos fazendo um importante trabalho pela população LGBT", afirmou.

Ela disse ainda esperar que seja apenas o início de uma "grande trajetória de reconhecimento da população travesti".

"Estou extremamente feliz, honrada, lisonjeada e agradecida que uma travesti, aos 57 anos de idade, que só conseguiu estudar até o segundo ano do ensino médio, tenha sido reconhecida pelo seu trabalho e mereça o título de doutora."

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