Poucas instituições abrem inscrições para vestibular no segundo semestre, e parte dos candidatos faz a prova apenas para treinar, mas esses fatores não necessariamente reduzem a concorrência, que depende do curso e da faculdade escolhidos.
Em caso de aprovação, a possibilidade de segurar a vaga até o ano seguinte muda de acordo com cada faculdade.
Para responder dúvidas dos vestibulandos, a Folha conversou com coordenadores de cursos pré-vestibular e de instituições de ensino superior.
Se um estudante passar no vestibular de inverno antes de completar o ensino médio, a aprovação vale para começar os estudos no início do ano que vem? Depende das regras de cada faculdade. Não há reserva no Mackenzie, na ESPM e na PUC-SP, e os alunos sem ensino médio completo podem fazer a prova apenas como treineiros, segundo as instituições.
A São Camilo, por outro lado, permite que o estudante faça a prova agora e aproveite o resultado na seleção do semestre seguinte, sem passar pelo exame outra vez, diz Carlos Ferrara Junior, pró-reitor acadêmico.
A Faap oferece o vestibular na modalidade antecipada, no qual os estudantes do terceiro ano, se aprovados, têm a vaga reservada para o início de 2024, diz o CEO, Luís Sobral.
Qual o passo a passo para conseguir estudar via Fies e Prouni? Para o Prouni, segundo o Ministério da Educação, o candidato deve ter prestado uma das duas últimas edições do Enem e ter alcançado pelo menos 450 pontos na média das cinco provas, além de não ter zerado a redação.
O programa é voltado para quem não tem diploma de ensino superior e não é permitida a participação de quem fez o Enem como treineiro. O edital do segundo semestre de 2023 ainda não foi publicado.
Para obter financiamento via Fies, o estudante pode ter participado de qualquer edição do Enem a partir de 2010. A média das notas deve ser de pelo menos 450 pontos, e o candidato não pode ter zerado a redação. Treineiros não podem participar. O edital para o segundo semestre de 2023 ainda não foi divulgado.
A prova de inverno tem menos concorrência? Varia de acordo com a instituição e a carreira desejadas, além do número de vagas abertas no edital, afirma Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do cursinho e colégio Objetivo.
O volume de candidatos e a variedade de cursos oferecidos costumam ser menores, mas esses fatores não necessariamente diminuem a relação de concorrentes por vaga, diz Márcio Guedes, coordenador do cursinho Poliedro de São José dos Campos (SP).
A concorrência para o segundo semestre no Mackenzie é menor pelo volume de candidatos que prestam o exame como treineiros. Na São Camilo, a quantidade de inscritos é menor em relação ao início do ano. Já na Faap, o número de vagas é menor do que no começo do ano, mas a proporção de candidatos por vaga é a mesma.
Na PUC-SP, o número de vestibulandos também é menor, mas a concorrência pode ser maior, porque a oferta de vagas é reduzida, diz Luciane Tudda, assessora de concursos da reitoria da PUC-SP.
A nota do Enem de 2022 vale para esses exames? Sim, e algumas também consideram edições mais antigas. No Mackenzie, são válidas as notas de 2020, 2021 e 2022. Na Faap e na PUC-SP, consideram-se os resultados a partir de 2017. Na São Camilo, é possível usar as notas obtidas a partir de 2010.
A ESPM não limita qual edição pode ser utilizada. Ao se inscrever, o candidato deve apenas informar a qual ano se refere a nota.
Se um estudante passou em uma universidade no fim do ano passado e não se matriculou, é preciso fazer a prova agora para tentar de novo ou ele tem alguma vantagem? Depende das regras de cada universidade. O vestibular do Mackenzie vale só para o semestre atual —por isso, o aluno que foi aprovado no semestre anterior e não se matriculou deve fazer a prova novamente. ESPM, Faap e PUC-SP adotam o mesmo modelo.
Já na São Camilo, os estudantes que passaram e não se matricularam podem utilizar os resultados dos processos seletivos do segundo vestibular de 2021, de ambos os de 2022 e do primeiro de 2023 para ingressar no semestre atual, sem precisar fazer novas avaliações.
Faculdades públicas têm vestibular de inverno? Depende da instituição. O vestibular das Fatecs (Faculdades de Tecnologia de São Paulo) tem inscrições abertas até o dia 2 de junho.
Pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), os estudantes concorrem a vagas em instituições públicas com a nota do Enem, e cada universidade define critérios de admissão.
O estudante pode passar no vestibular agora, trancar a matrícula e depois entrar para a turma de dezembro? No geral, não, porque as universidades costumam exigir que o estudante conclua pelo menos um semestre para que possa trancar o curso, diz Guedes, do cursinho Poliedro.
Isso ocorre no Mackenzie, na São Camilo e na PUC-SP, que não permitem o trancamento no primeiro semestre. A ESPM só autoriza casos em que o aluno comprove que foi convocado para as Forças Armadas ou apresente laudo médico que ateste o agravamento de saúde, diz Jane de Freitas Mündel, responsável pela área de marketing e inteligência de mercado.
Na Faap, é possível. O aprovado pode fazer a matrícula, trancá-la e, em dezembro, realizar a rematrícula para começar o curso em fevereiro de 2024, explica Sobral.
Nas particulares, o valor das mensalidades para quem entra agora é diferente do cobrado para quem ingressou no primeiro semestre? Normalmente, não, como acontece no Mackenzie, na São Camilo, na ESPM, na Faap e na PUC-SP.
Há diferença no estilo das provas adotadas agora em relação ao fim do ano? Não. As etapas, o estilo das provas e o nível das questões são os mesmos nas avaliações aplicadas nos dois períodos no Mackenzie, na São Camilo, na ESPM, na Faap e na PUC-SP.
A preparação dos estudantes para essas provas deve ser diferente? Quais os principais pontos de atenção? Sim, porque quem ainda não concluiu o ensino médio pode não ter passado por todos os tópicos cobrados no exame, mesmo que esteja fazendo cursinho pré-vestibular, afirma Guedes, do Poliedro. "O aluno tem que conseguir fazer em um semestre o que seria passado em um ano inteiro", diz.
Além disso, para que os vestibulandos retenham o conteúdo necessário para as provas, é preciso fazer uma boa gestão de tempo no primeiro semestre, já que o período de preparação é mais curto, afirma João Pitoscio Filho, coordenador pedagógico do cursinho Etapa.
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