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Gestão Tarcísio manda escolas acionarem Conselho Tutelar antes de cancelar matrícula de aluno

Em julho, governo alterou regra determinando que aluno fosse desligado do sistema após 15 dias de faltas consecutivas

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São Paulo

Depois de se tornar alvo de mais uma investigação do Ministério Público, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) publicou nesta quarta-feira (6) os procedimentos que as escolas estaduais devem adotar antes de cancelar a matrícula dos estudantes que faltarem às aulas sem justificativa.

A resolução publicada no Diário Oficial determina que as escolas devem iniciar os procedimentos de busca aos estudantes após três dias de faltas consecutivas. Se o aluno não retornar ou os responsáveis não apresentarem justificativa para a ausência, a unidade deve acionar o Conselho Tutelar quando as faltas alcançarem 10% dos dias letivos —ou seja, 20 dias.

As orientações publicadas nesta quarta seguem o que determina a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), mas não constavam na resolução anterior publicada pela gestão Tarcísio em julho deste ano.

Alunos em escola estadual em Guarulhos, na Grande São Paulo
Alunos em escola estadual em Guarulhos, na Grande São Paulo - Jardiel Carvalho - 7.fev.19/Folhapress

A publicação anterior definia apenas que as escolas deveriam cancelar a matrícula dos alunos que registrassem faltas por 15 dias consecutivos sem justificativa. O texto dizia que as unidades deveriam apresentar "documentos comprobatórios das ações de busca ativa" para o desligamento, sem definir as ações e quando poderia ser considerado que elas se esgotaram.

Na resolução, que ficou em vigor por dois meses, não havia nenhuma menção de que as escolas deveriam acionar o Conselho Tutelar.

Para especialistas da área, a resolução anterior feria o direito básico à educação, assegurado pela Constituição e pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases), além de deixar estudantes em situação de vulnerabilidade ainda mais desamparados.

O Ministério Público também abriu inquérito por considerar que a medida caracterizava uma "possível violação ao direito constitucional de permanência escolar". Pela LDB, um aluno não pode ser aprovado caso apresente uma quantidade de faltas superior a 25% das horas-aula dadas no ano letivo, mas a quantidade de faltas não pode impactar o direito à permanência escolar.

Três investigações

Apenas no mês de agosto, o Ministério Público decidiu abrir três inquéritos para investigar decisões do secretário estadual de Educação, Renato Feder.

A primeira delas, em 3 de agosto, foi para apurar a decisão do secretário de abrir mão do material didático do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). Medida da qual o governo paulista depois recuou.

Em 5 de agosto, o a Promotoria também abriu um inquérito para investigar um possível conflito de interesses de Feder por fiscalizar contratos da secretaria com a empresa da qual é acionista, a Multilaser.

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