Descrição de chapéu greve Governo Lula

Governo Lula propõe reajuste de 9% a professores e 9,5% para servidores de federais em 2025

Categorias permanecem em greve até levar propostas para assembleias, mas representantes dos sindicatos sinalizam insatisfação

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Brasília

O governo Lula (PT) fez nesta sexta-feira (19) uma contraproposta a professores e técnicos e servidores da educação federal para 2025 e 2026, em uma nova mesa de negociação diante da greve das categorias.

As propostas foram parecidas. Nos dois casos, o governo propôs antecipar o pagamento do reajuste do ano que vem de maio para janeiro. Para servidores técnico-administrativos, a proposta prevê 9,5% de reajuste e, para professores, de 9% em 2025.

As duas categorias receberiam, caso a proposta seja aceita, outro reajuste de 3,5% em maio de 2026.

As propostas anteriores do governo eram de 4,5% em 2025 e 2026, pagos a partir de maio.

Servidores federais da educação e estudantes fazem 'aulão' em frente à sede do MEC (Ministério da Educação), em Brasília - Pedro Ladeira - 17.abr.2024/Folhapress

As categorias permanecem em greve até levar suas propostas para assembleias, o que deve ocorrer na próxima semana. Representantes dos sindicatos sinalizaram que ainda há insatisfação com as propostas, apesar de reconhecerem avanços.

As propostas foram apresentada em reuniões no Ministério da Gestão e Inovação com integrantes do governo e lideranças sindicais. Em frente à sede da pasta, em Brasília, estavam integrantes das categorias em protesto.

As duas carreiras concentram, atualmente, cerca de 1/3 do funcionalismo público federal.

Primeiro o governo falou com os servidores técnico-administrativos, pela manhã. Depois, à tarde, com os professores.

"Nós achamos que a proposta evoluiu muito positivamente. Se nós considerarmos a realidade do povo brasileiro, eu diria que talvez seja uma proposta que não se acha em lugar nenhum na iniciativa privada", disse a jornalistas José Lopez Feijóo, secretário de Relações de Trabalho do Ministério de Gestão e Inovação, após as reuniões.

Do lado do Executivo, também estiveram presentes o secretário-executivo-adjunto do MEC (Ministério da Educação), Gregório Grisa, e o secretário de Gestão de Pessoas, José Celso Cardoso.

Na primeira reunião do dia, participaram representantes da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) e do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica).

"A gente colocou na mesa agora, para avaliação das entidades, para apreciação dos sindicatos, uma proposta de reajuste que representa um avanço expressivo, quando comparada à proposta que o governo fez ainda no final do ano, que era de 4,5% em 2025, 4,5% em 2026", disse Grisa.

"A gente traz a proposta agora, inclusive adiantando para o mês de janeiro de 2025, já ter 9% em 2025. Então a gente dobra a proposta feita anteriormente para essa carreira de técnicos administrativos", completou.

O governo também acatou 8 das 12 demandas para reestruturação da carreira que, segundo secretários, é das mais complexas da Esplanada.

De acordo com Cardoso, ficaram de fora demandas com problemas jurídicos ou orçamentários muito expressivos. Ele citou como exemplo a implementação como referência do piso da enfermagem.

A segunda reunião do dia foi com o Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).

"A greve da educação fez o governo se movimentar de uma inércia de meses. É ainda uma movimentação tímida, mas revela o quanto a greve é meio eficaz na conquista de avanços e vitórias em defesa do serviço público. A crescente de mobilização aponta certamente que há mais que podemos conquistar", disse o presidente da Andes, Gustavo Seferian.

Já o coordenador de comunicação da Fasubra, Francisco Assis dos Santos, conhecido como Chiquinho, disse que a proposta do governo foi "insuficiente", mas que ainda está sob análise da direção da entidade.

"Em termos econômicos, [a proposta do governo] foi insuficiente, por isso que a posição da Fasubra é de que a greve continua", disse.

Docentes de universidades, centros de educação tecnológica e institutos federais das cinco regiões do Brasil entraram em greve no último dia 15, após o governo não prever reajuste às categorias.

De acordo com balanço de quinta-feira (18) do Andes-SN, há 24 instituições paralisadas e outras 11 com indicativo de greve. Já a Fasubra diz que 66 das 69 instituições aderiram à greve.

Eles exigem aumento salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% —a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026.

Neste ano, não há espaço orçamentário para reajuste, mas o governo está concedendo aumento nos benefícios, como alimentação e creche.

"Nossa avaliação não é que há uma proposta de zero em 2024. Há uma bela proposta de reajuste dos benefícios, tanto na alimentação quanto na saúde, quanto no auxílio creche, que cresceram 51%", afirmou Feijóo a jornalistas.

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