De preto para preto: 9 negócios sociais que impactam a população negra

Empreendedores usam iniciativas próprias e inovam para combater a desigualdade racial

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São Paulo

Dos 112 milhões de negros no Brasil, 14 milhões têm seu próprio negócio. 

De acordo com o Estudo do Empreendedorismo Negro no Brasil, realizado pela PretaHub em parceria com Plano CDE e JP Morgan, os afroempreendedores passaram a empreender por três razões comuns: vocação (35%), necessidade (34%) e engajamento (22%). 

Com 9% dos entrevistados apresentando perfil misto —empreende por duas ou mais razões comuns—, a pesquisa revela que entre os engajados destacam-se os empreendedores cujas ações promovem impacto social para pessoas de realidades semelhantes às suas, combatendo a desigualdade social e o racismo estrutural. 

As iniciativas criadas pelos afrodescendentes oferecem, em sua maioria, acesso a produtos com os quais a população negra se identifica, educação financeira, crédito bancário e outros serviços que promovem inclusão social e racial.

Abaixo, a reportagem da Folha selecionou nove iniciativas de preto para preto que, nos últimos anos, têm se mostrado promissoras quanto à transformação da realidade dos 54% de pretos e pardos que formam a população brasileira.

PretaHub

A PretaHub é uma plataforma de inventividades que realiza a Feira Preta, maior festival de cultura e empreendedorismo voltado para afrodescendentes da América Latina.

A iniciativa é capitaneada pela empreendedora social Adriana Barbosa, 42, vencedora do Troféu Grão 2019, categoria do Prêmio Empreendedor Social voltada a iniciativas sem fins lucrativos.

Em 2017, a paulistana, que já foi vendedora ambulante e executiva de investimentos, integrou a lista dos 51 negros mais influentes do mundo da MIPAD (Most Influential People of African Descent).

A plataforma, idealizada em 2019 por Adriana, propõe transformar o ecossistema de negócios, tornando-o mais justo e equilibrado em oportunidades e resultados financeiros, a partir da inclusão de empreendedoras e empreendedores negros.

A potência do empreendimento é traduzida em números, uma vez que já impactou 2.000 negócios e tem ampliado sua participação no Brasil —está em 13 estados.

A PretaHub apoia o desenvolvimento de afroempreendimentos desde a criação do negócio até o consumo, e consegue melhorar o faturamento de 89% dos participantes de suas iniciativas, sendo uma delas o AfroLab.

Em dezembro, a 18ª edição da Feira Preta, que foi realizada pela primeira vez em 2002, reuniu 40 mil pessoas em São Paulo, consolidando-se como um dos principais disseminadores da causa negra no Brasil. 

"A população negra é empreendedora há, pelo menos, 131 anos, desde a abolição da escravidão. O grande desafio é olhar para a frente e ver o que já aprendemos, o que conquistamos, e saber que não dá para não ter estratégia de atuação diante do Brasil que temos”

Adriana Barbosa, empreendedora social e fundadora da PretaHub

Clube da Preta

Fundado em 2017, o Clube da Preta é uma plataforma que conecta afroempreendedores a clientes por meio de um clube de assinaturas.

Mensalmente, os consumidores recebem uma caixa com até cinco itens exclusivos do universo cultural afro, como roupas, acessórios e livros. Os produtos são totalmente customizados de acordo com o perfil do cliente. 

O negócio de impacto social, empreendido pelo administrador paulistano Bruno Brígida, 30, e pela museóloga brasiliense Débora Luz, 30, fortalece as duas pontas: gera visibilidade e renda para os empreendedores negros, que produzem os itens do kit, e estimula a identidade dos consumidores, que passam a ter produtos que são “sua cara”. 

O Clube da Preta oferece caixas mensais com itens da cultura afrobrasileira para seus assinantes
O Clube da Preta oferece caixas mensais com itens da cultura afrobrasileira para seus assinantes - Reprodução

Uma das inovações do Clube da Preta é promover um match entre os assinantes, que descrevem o perfil na plataforma, com os fornecedores.

Atualmente 150 marcas de afroempreendedores integram o clube de assinaturas, que conta com 500 assinantes mensais ativos. Os preços dos kits variam entre R$ 69,90 e R$ 199,90 mensais.

A operação entrega 2.000 produtos todo mês. Após ter alcançado 2.500 pessoas que já receberam pelo menos uma caixa do Clube da Preta, a plataforma vislumbra mais que dobrar de tamanho em 2020, chegando a pelo menos 1.200 assinantes.

O motivo para o otimismo está no tamanho do mercado, uma vez que 54% da população brasileira se declara negra ou parda, de acordo com o IBGE, e a comunidade negra movimenta R$ 1,7 trilhão por ano, segundo o Instituto Locomotiva.

“Queremos nos consolidar como uma empresa que usa a tecnologia para apoiar esses pequenos empreendedores negros. E, principalmente, ser um espelho para os novos pequenos empresários que têm um sonho, uma ideia de negócio ou apenas uma inspiração.”

Bruno Brígida, fundador do Clube da Preta

Diáspora.Black

Apaixonado por viajar, Carlos Humberto, 41, enfrentou dificuldades relacionadas a preconceito racial na área do turismo. "Meus cadastros eram sempre mais demorados e eu sempre era recebido por seguranças", conta o empresário.

Com o tempo, Humberto entendeu que a área do turismo não tinha treinamento eficiente em se tratando de atender a hóspedes negros, como ele.

Foi assim que o afroempreendedor idealizou a Diáspora.Black, plataforma de hospedagem que reúne viajantes e anfitriões interessados em promover a cultura afro, com foco no empoderamento e no fortalecimento econômico da comunidade negra. Com menos de quatro anos de atuação, a plataforma de impacto conta hoje com uma rede de 4.000 clientes em 45 países e 135 cidades.

Antonio (óculos) e Carlos da Diaspora.Black, uma startup que funciona de modo similar ao Airbnb, mas destaca anfitriões negros e com experiência para apresentar locais e atividades relacionados à cultura afrobrasileira - Gabriel Cabral/Folhapress

Com os sócios Antonio Pita e André Ribeiro, criou o que é hoje um marketplace que oferece serviços de aluguel de apartamento, reservas em pousadas, hostels, hotéis e resorts, e experiências guiadas em locais onde a cultura afro se destaca.

Além do marketplace, a Diáspora.Black também treina o setor a atender de forma respeitosa pessoas de diferentes nacionalidades, etnias e oientações sexuais e de gênero, ajudando empresas de turismo a desenvolver um novo padrão de qualidade para os profissionais da área.

A iniciativa ainda oferta experiências transformadoras com roteiros específicos, promovendo principalmente o contato entre pessoas. Segundo a organização, esse tipo de turismo agrega valores determinantes para uma sociedade mais justa e menos racista.

"A partir do momento que você compreende as estruturas do racismo impregnado no Brasil, não tem como não se indignar e querer agir para mudar essa realidade" 

Antonio Pita, cofundador da Diáspora.Black

Movimento Black Money

Fundadora do Movimento Black Money, a executiva de tecnologia Nina Silva, 37, está entre os cem afrodescendentes mais influentes do mundo, eleitos pela ONU em 2018. A empreendedora também integra o time das 20 mulheres mais poderosas do Brasil, selecionadas pela Forbes.

A plataforma do Black Money oferece acesso a serviços financeiros e ferramentas de educação para empreendedores negros.

“A ideia vem da vontade de circular nosso próprio capital. Queremos que o crédito e a empregabilidade venham diretamente de nossas mãos”, diz Nina. “O Movimento busca a solução por nós mesmos, e não por portas abertas pelo outro lado, que sempre nos marginalizou.”

Nina Silva, líder do Movimento Black Money e fundadora do D'Black Bank
Nina Silva, líder do Movimento Black Money e fundadora do D'Black Bank - Humberto Souza/Divulgação

Assim, para também aumentar a empregabilidade de pessoas pretas, ela criou o D'Black Bank, banco voltado à emancipação da população negra.

O negócio de impacto, que é fruto do sucesso do Movimento Black Money, oferece a afroempreendedores um atendimento bancário com custos mais baixos, clareza nos serviços, baixo índice de burocracias e retorno social.

Formada em administração e especializada em tecnologia, Nina Silva já passou por multinacionais de dentro e fora do Brasil, liderando equipes de até 60 pessoas.

Após situações em que clientes duvidavam de sua posição como gestora do projeto (“perguntavam se eu não era recepcionista”), decidiu usar suas habilidades para impactar e gerar renda para sua própria população.

“O Movimento Black Money veio como uma resposta à minha busca por um propósito”, conta. “Sentia uma inquietação ao ver lugares sem outras mulheres e outras pessoas negras.”

Entre outras invenções pretas impulsionadas pelo hub do Movimento, o D’Black Bank se destaca com a Pretinha —máquina de pagamentos via cartões voltada aos empresários negros, com taxas cobradas por transação que chegam à metade de algumas impostas pelas concorrentes do mercado.

O empreendedor tem acesso também às ferramentas e conteúdos de educação e gestão de negócios (Afreektech e StartBlackUp) oferecidos pelo Movimento Black Money.

"O Movimento Black Money é uma espécie de hackeamento do sistema: um centro de inovação que busca a emancipação por meio de ferramentas digitais. E veio  como uma resposta à minha busca por um propósito."

Nina Silva, fundadora do Movimento Black Money

Conta Black

Foi após um episódio de crédito negado sem explicação que Sergio All, 45, decidiu criar seu próprio banco, voltado para pessoas como ele: negras e/ou de baixa renda.

O caso vivido por All, infelizmente, é comum, já que 32% dos empreendedores negros no Brasil já passaram por situações semelhantes à dele, segundo o Estudo do Empreendedorismo Negro no Brasil.

Em 2017, o publicitário e especialista em finanças fundou a Conta Black, primeira conta digital criada por negros no Brasil. A novidade já tem 3.000 contas cadastradas e almeja alcançar as 50 mil ainda em 2020. 

A plataforma oferece ferramentas de educação financeira e gestão de negócios, além de taxas mais baixas e crédito acessível. O público-alvo da empresa, que se autodenomina comunidade financeira, são as pessoas excluídas do sistema bancário, que já somam 45 milhões de brasileiros e movimentam R$ 817 bilhões ao ano.

All, que veio de uma família com pai, mãe e seis irmãos, diz que empreender desde novo não foi um problema, mas superar as barreiras e falta de acesso à informação, a crédito e uma educação de qualidade, sim.

“Vivemos numa sociedade onde somente o consumo é estimulado e a educação financeira é esquecida, o que impacta diretamente na gestão das empresas”, afirma o empresário. Com a Conta Black e sete sócios estratégicos, ele luta para mudar esse cenário.

"Pessoas não são treinadas para prestar um atendimento idôneo, sem considerar vieses inconscientes. Logo, é importante a criação de produtos e serviços pensando nessa população. E quando isso acontece, o mercado muda. Vide o exemplo da Indústria cosmética, que há dez anos atrás, não desenvolvia produtos para os cabelos crespos e cacheados."

Sergio All, fundador da Conta Black

Terra Preta Produções 

Formado em audiovisual, Rodrigo Portela, 31, sempre notou o elitismo e a falta de representatividade negra na área. Ele sofreu na pele a falta de aceitação do mercado e a dificuldade para encontrar emprego fazendo o que gosta, e por isso decidiu empreender.

"Eu sabia que não era contratado por causa do meu perfil racial e de onde eu morava", conta Portela. "E, em vez de ficar esperando que o mercado me aceitasse, eu decidi começar o meu próprio negócio e ajudar outras pessoas."

Em 2017 ele fundou a Terra Preta, produtora audiovisual voltada ao público negro. Com o negócio de impacto, ele consegue atender a afroempreendedores que, segundo ele, têm muita criatividade e produtos inovadores, mas pecam na hora da divulgação.

Rodrigo Portela, fundador da Terra Preta produções
Rodrigo Portela, fundador da Terra Preta produções, teve crédito negado pelo banco, do qual era cliente há anos, na primeira vez em que precisou - Divulgação

"O mundo precisa saber da potência criativa que há nas periferias", diz o empreendedor. Ele conta que via produtos medianos de áreas centrais alcançarem resultados muito maiores que os produtos de afroempreendedores, isso por causa das peças de divulgação.

Com preços mais acessíveis e preferência por contratar profissionais negros para integrar a equipe, a Terra Preta atende de pequenos a grandes clientes do mercado, sempre mantendo o propósito de combater o preconceito e aumentar a representatividade negra no audiovisual, com a produção de vídeos, documentários, clipes e peças online.

“Eu fiz uma primeira tentativa de aceleração em 2016 no Sebrae e, das 18 pessoas que estavam lá participando, eu era o único negro. Os conflitos que eu tinha eles não tinham", conta o empreendedor. "Enquanto todos podiam se ausentar do empreendimento por uma semana, eu não podia, porque, apesar de ser o dono, ainda sou mão de obra”, afirma Portela.

“A produtora se mantém. Calculo tudo antes de entrar em qualquer tipo de situação que envolva os custos,  porque essa questão do crédito não é algo fácil para nós. Tem preconceito do CEP que você mora até a cor da sua pele, suas tatuagens. E por isso na Terra Produções produzimos o audiovisual por amor, por gostar de que os conteúdos reflitam o que a gente vive.”

Rodrigo Portela, fundador da Terra Produções

Grana Preta

Amanda Dias, 26, ganhava o mesmo salário que as amigas da faculdade, mas era sempre a única que sempre tinha dinheiro na conta.

Com mãe administradora e irmão especialista em finanças, a jornalista viu no aperto das amigas uma oportunidade de ganhar dinheiro e impacto social.

Assim nasceu, há um ano, o Grana Preta: plataforma de conteúdo sobre gestão financeira de negócios e pessoal, voltada para a comunidade negra.

Além de produtora de conteúdo para o site, Amanda é também coach financeira e utiliza a metodologia EuEmpresa, idealizada pela própria.

Amanda Dias, coach financeira e fundadora do Grana Preta
Amanda Dias, coach financeira e fundadora do Grana Preta, durante mentoria de educação e gestão financeira para outras afroempreendedoras - Divulgação

Voltada ao que a empreendedora chama de “geração PJ” —pessoas entre 22 e 34 anos sem emprego formal e renda fixa—, a metodologia trabalha com a lógica empreendedora, utilizando ferramentas de gestão financeira empresarial.

Amanda conta que ensina seus clientes, que não sabem nem o quanto vão receber no final do mês, a organizar seu orçamento, diagnosticar seus gastos e investir mensalmente em reservas de emergência e aposentadoria.

Além das ferramentas de gestão financeira, a jornalista os auxilia a precificar e valorizar seu trabalho, dificuldade que ela considera intrínseca ao comportamento da população negra por conta da escravidão.

“Nosso trabalho foi por muitos anos gratuito, por isso não temos autoestima suficiente para atribuir a ele o preço que merece”, diz a empreendedora. 

Ela tenta, com seu trabalho, destruir a desconfiança da população negra em relação a investimentos e instituições financeiras. Para isso, criou o Kixikila Box, onde comercializa os conteúdos “É possível” (R$ 17), “Prosperar Juntos” (R$ 27) e o “Mundo É Nosso” (R$ 97).

"Vi meu pai sair da capital Salvador e perder tudo no interior. Ele teve que aprender na marra a gerir as economias. Por isso é tão importante deixar claro que discutir dinheiro e finanças também é lugar de pessoa negra."

Amanda Dias, jornalista e fundadora do Grana Preta

Fa.vela

O Fa.vela nasceu em Belo Horizonte em 2014, como a primeira aceleradora de negócios e projetos de base favelada do Brasil.

Segundo João Souza, cofundador e CEO, a proposta do negócio social é criar um ecossistema de inovação dentro da periferia e levar educação empreendedora de impacto para esses territórios.

"Queremos mostrar para as pessoas das comunidades que elas também podem pertencer a esses espaços e devem ocupá-los", afirma o integrante da rede global de empreendedores sociais da Ashoka.

Equipe do Fa.vela em Belo Horizonte
Equipe do Fa.vela em Belo Horizonte - Matheus Cândido/Divulgação

Em cinco anos de atuação, o Fa.vela já atendeu mais de 260 negócios de base favelada, impactando mais de 1.500 pessoas diretamente, em 15 diferentes municípios.

Outra conquista foi o faturamento em recursos financeiros e não financeiros movimentados, que alcançam os R$ 4 milhões —quantia considerada grande para uma organização social nova e situada fora do eixo Rio-São Paulo.

Neste ano, a Fa.vela quer se consolidar cada vez mais como uma organização que trabalha com educação e acesso a conhecimentos de tecnologia e pesquisa.

Um dos objetivos é construir novas narrativas sobre dados e informações sobre o ecossistema de impacto dentro das periferias e da população negra, com participação grande da população LGBT.

"Para muitos, foi um acidente se tornar um empreendedor social, já que todos sempre entendem que estavam fazendo algo pela comunidade porque  se via ali também. Por isso, conectar pessoas e territórios é nosso corre."

João Souza, confundador e CEO do Fa.vela

Preta Comprando de Preta

O negócio que fortalece o empreendedorismo de mulheres negras nasceu como um grupo no Facebook em 2015, criado em São Paulo. Hoje, cinco anos depois, a ideia de Leila Evelyn, Thaís Borges e Alyne Cristine reúne artistas, artesãs e produtoras pretas com o objetivo de empoderá-las economicamente.

Leila Evelyn, Thaís Borges e Alyne Cristine, líderes do Preta Comprando de Preta
Leila Evelyn, Thaís Borges e Alyne Cristine, líderes do Preta Comprando de Preta - Divulgação

O negócio de impacto oferece mentorias e ferramentas de comunicação para que essas afroempreendedoras desenvolvam seus negócios. A principal motivação do trio era criar um espaço digital seguro para que essas mulheres pudessem expor seus negócios.

O Preta Comprando de Preta reúne hoje 8.000 mulheres negras de todo o Brasil, todas conectadas pela proposta de consumo em rede. Uma compra da outra e, juntas, alavancam suas produções.

O alcance do grupo foi tanto que, no ano passado, as líderes receberam uma ligação do Facebook. Elas foram convidadas a fazer parte do Ela Faz História, iniciativa da rede social que conta histórias de mulheres empreendedoras e as conectam entre si.

Encontro de afroempreendedoras que passaram por mentoria do Preta Comprando de Preta
Afroempreendedoras que passaram por mentoria do Preta Comprando de Preta - Divulgação

“Até aquele momento, nunca tínhamos nos enxergado como empreendedoras, éramos apenas três comunicadoras que tinham um grupo com muitas mulheres negras potentes", conta Alyne. "Nunca tínhamos olhado para a questão que mais poderia fazer a diferença no negócio dessas mulheres: a comunicação."

Depois disso, surgiram parcerias do Preta com o Google, iFood e até mesmo com o Bradesco.

“O Preta Comprando de Preta é uma resposta a esse sistema que cada vez mais faz com que essas mulheres desconsiderem suas necessidades e não as humaniza. Queremos ser a resposta e vemos pessoas de todo mundo se movimentando e criando iniciativas a partir de suas comunidades, porque não adianta só querer que os órgãos olhem para a gente. Aprendemos muito com os outros do movimento negro que não basta esperar, precisamos agir.”

Alyne Cristine, integrante do Preta Comprando de Preta

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