Descrição de chapéu refugiados

Iniciativa busca engajar empresas na inclusão de refugiados

Fórum Empresas com Refugiados, de Acnur e Pacto Global da ONU, promove capacitação, boas práticas e empregabilidade

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São Paulo

A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e a Rede Brasil do Pacto Global lançaram nesta semana o Fórum Empresas com Refugiados, formado por empresas e organizações interessadas em apoiar a inclusão de pessoas em situação de refúgio no mercado de trabalho.

A iniciativa, que já conta com 21 participantes, promove troca de experiências, ações de capacitação para a contratação de pessoas refugiadas, empregabilidade e compartilhamento de boas práticas.

Na semana que marcou o Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), o Acnur divulgou seu relatório de tendências globais, que traz a impressionante marca de 82,4 milhões de pessoas que foram forçadas a se deslocar.

São pessoas que deixaram suas casas em razão de guerras, violência e perseguições –mesmo em um cenário de pandemia e com fronteiras fechadas.

O Brasil já acolheu perto de 300 mil venezuelanos que têm buscado permanecer no país e se integrar social e economicamente. Destes, 48 mil foram reconhecidos como refugiados, mas muitos ainda enfrentam dificuldade para acessar o mercado formal de trabalho.

“Hoje as empresas sabem que é perfeitamente legal contratar pessoas refugiadas, que trazem consigo enormes contribuições", afirmou Jose Egas, representante do Acnur, durante a abertura do Fórum.

Segundo ele, há muitos casos de como refugiados podem contribuir para melhorar o ambiente de trabalho, aumentando a diversidade e produtividade das equipes.

“Começamos o Fórum Empresas com Refugiados com um engajamento muito maior do que imaginávamos, o que demonstra que as empresas têm um compromisso com o tema dos direitos humanos, especificamente com os refugiados, também dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, afirmou Marcelo Linguitte, da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.

Empresas e organizações empresariais participam por meio de políticas de sustentabilidade e diversidade, com recrutamento, mentoria, contratação e capacitação profissional de pessoas refugiadas no mercado brasileiro.

“No mundo, a Sodexo já contratou mais de 1.800 refugiados e ter um quadro de funcionários diverso nos ajuda a ter um melhor entendimento do que é valor para o cliente”, afirmou Ana Menegotto, diretora de recursos humanos da Sodexo.

“No grupo já trabalhamos com 300 refugiadas que foram capacitadas e interiorizamos pessoas em 15 cidades do Brasil", disse Eduardo Ferlauto, gerente geral de sustentabilidade das Lojas Renner. "Uma cultura diferente, uma vivência diferente, fazem diferença nos nossos quadros e atuação", completou.

“Quando um refugiado sai de sua terra, a situação é terrível, ele busca uma liberdade, uma chance de vida", contou Thái Nghiã, fundador da Goóc, empresa que fabrica sandálias de material reutilizável.

homem sentado no chão com camiseta amarela posa com sandália em mãos
Thái Nghiã, que chegou ao Brasil em 1979 e construiu a marca Goóc, de sandálias feitas com material reciclável - Leticia Moreira/Folhapress

Thái veio do Vietnã com 21 anos, sozinho, sem falar português. Morou em um albergue no centro de São Paulo, conseguiu um emprego e ingressou na USP, onde estudou matemática. Depois, abriu seu próprio negócio.

Para ele, receber um refugiado é receber um novo olhar na empresa. "Ao conviver com pessoas refugiadas, você percebe que a pessoa tem uma força. Essa animação contagia outros funcionários, inspira e melhora o ambiente de trabalho."

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