O empreendedorismo feminino está em linha ascendente no Brasil. Essa tendência de mercado se consolidou ainda mais durante a pandemia. Apesar do fechamento de inúmeras empresas em consequência da crise sanitária, 2020 registrou crescimento de 40% do empreendedorismo feminino.
Mesmo sendo as mais atingidas pelo desemprego, mulheres buscaram soluções de fortalecimento no ecossistema feminino empreendendo em ações que promovessem impacto social e fossem geradoras de renda.
Fundadora da Rede Mulher Empreendedora, a publicitária e especialista em empreendedorismo feminino Ana Fontes fez a diferença mais uma vez. Ao idealizar o projeto “Heróis Usam Máscaras”, que gerou renda para 6.500 costureiras, estimulou milhares de mulheres a empreender e a promover impacto social em suas comunidades.
Ana Fontes representa a história de muitas brasileiras que, por necessidade ou por busca de novos caminhos, são levadas ao empreendedorismo.
Eu também empreendi pela necessidade de me encontrar como profissional, após uma separação e com dois filhos pequenos. Como ex-atleta e com forte rede de relacionamento no esporte, encontrei neste cenário um caminho para empreender.
Com formação em gestão de imagem e carreira, percebi a oportunidade de promover impacto social na vida de ex-atletas, homens e mulheres que após finalizarem suas trajetórias no esporte buscam novo direcionamento de carreira e oportunidade em outros setores. E foi assim que, há 10 anos, comecei minha jornada empreendedora.
Como milhares de mulheres, passei por todas as adversidades que enfrentamos quando decidimos tomar as rédeas de nossas vidas. A realização acontece quando vejo as mudanças que promovi na história de muitas pessoas com meu trabalho.
Mas voltando ao crescimento do empreendedorismo feminino, existem variáveis que justificam esse aumento nos últimos anos. Uma delas tem a ver com a desigualdade de gênero.
A desigualdade se evidencia não apenas pela diferença de salários, mas, fundamentalmente, exige da mulher uma imagem que muitas vezes a afasta de sua essência feminina, do seu DNA.
Posso citar outras variáveis que conduzem as mulheres para a necessidade de empreender. Muitas almejam o desenvolvimento profissional para se posicionar e entrar no mercado. Outras tentam uma transição de carreira com o objetivo de encontrar equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Para muitas é a busca de flexibilidade para exercer as diversas "personas" que representam em sua jornada –mãe, esposa, mulher e profissional. E flexibilidade, neste caso, não quer dizer que desejem trabalhar menos, pelo contrário.
Para essas mulheres, empreender vai muito além do ato de colocar o dinheiro em casa. Tem uma relação direta com a palavra, com o sentimento e a busca pela liberdade.
Liberdade de serem elas mesmas e de não representar papéis desconectados de seus valores, essência e atributos. Não raro algumas começam a empreender naquilo que lhes dá grande prazer, e o que era encarado como passatempo começa a fazer sentido como uma nova possibilidade.
As mulheres empreendedoras combinam seus talentos natos associados às habilidades desenvolvidas, fruto da sua multiplicidade de papéis. De modo geral, empregam esse aprendizado em suas empresas por meio de soluções criativas para a resolução de problemas, e apresentam flexibilidade para administrar imprevistos e adaptabilidade para mudar o caminho traçado.
Entendo que as mulheres deveriam promover um caminho de autoconhecimento e identificação de seus talentos. É essencial que identifiquem seus talentos e revisitem sua jornada de vida para fazer escolhas acertadas no momento de empreender e promover impacto social.
Essa será a escolha mais segura para garantir o sucesso do negócio em qualquer segmento. Esse será o caminho que as levará à liberdade, uma das maiores consequências do empreendedorismo.
Liberdade financeira, liberdade de escolha, liberdade de vida.
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