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Veja como usar o protetor solar de maneira adequada

Exposição prolongada ao sol pode resultar em queimaduras e câncer de pele

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São Paulo

Com a chegada do verão, um item muitas vezes esquecido durante parte do ano volta a ganhar destaque: o protetor solar.

A exposição prolongada ao sol pode ter efeitos agudos —como as queimaduras solares e a insolação— e também efeitos crônicos, que podem ser bastante graves. Entre eles, está o câncer de pele, que pode ser resultado de queimaduras repetidas ao longo da vida.

Por isso, usar protetor solar é um hábito que deve ir para além do verão. Mesmo no dia a dia, é importante usar um filtro solar para proteger as áreas que ficam descobertas, como rosto e pescoço. Isso porque, mesmo em locais cobertos, a luz do sol pode penetrar pelo vidro das janelas, e a luminosidade emitida por telas de computadores e por outros aparelhos eletrônicos também pode ser prejudicial.

Chapéu, óculos escuros, e protetor solar em fundo branco
Protetor solar é importante para proteger partes descobertas do corpo, mas o ideal aliar o produto a outras práticas - Adobe Stock

O dermatologista Renato Bakos, coordenador do departamento de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia, afirma que usar protetor solar não deve ser a única medida protetiva contra os raios solares: "O uso dos filtros solares é só uma parte do conceito de fotoproteção, que é o principal método preventivo que podemos ter para evitar essa doença [câncer de pele]."

Na prática, isso significa adotar uma série de medidas para se prevenir dos efeitos indesejados do sol. Preferencialmente, evitar os horários com maior carga de radiação ultravioleta, que costumam ser entre 9h e 15h, segundo Bakos. Também é importante passar a maior parte do tempo coberto por sombras e usar elementos que promovem proteção física, como camisetas e chapéus.

Tudo isso não anula a importância de caprichar no protetor solar. "Eles servem especialmente para serem aplicados naquelas áreas onde o corpo fica descoberto, seja por roupas ou por não estar numa sombra", ressalta Bakos.

Como escolher um bom filtro solar

O critério mais importante na hora de escolher um bom protetor solar é o FPS, sigla para Fator de Proteção Solar. "O protetor precisa ter no mínimo FPS 30 e deve ter proteção contra radiação UVA e UVB. Hoje em dia temos associações com antioxidantes, com fatores antipoluição, com pigmento. Então temos uma gama de produtos bons", diz a dermatologista Camila Rosa.

Um FPS mais alto pode oferecer mais proteção para pessoas mais sensíveis, mas, se reaplicado corretamente, o filtro solar de FPS 30 é suficiente.

"Outra escolha que pode ser interessante para as pessoas é o veículo", lembra Bakos. Ele se refere ao modo como o protetor se apresenta, que pode ser em creme, gel ou spray, por exemplo. "Cremes e géis geralmente têm uma 'espalhabilidade' melhor; a pessoa tem a ideia de que está passando em toda a pele de uma forma mais clara", destaca. Contudo, o spray pode ser mais prático para reaplicar quando a pele está molhada, na praia ou piscina, por exemplo.

Para proteger as crianças, pode ser interessante investir em produtos mais densos, que oferecem maior aderência e tendem a ser menos espalhados por causas externas, como água e areia. Algumas marcas já produzem filtros solares direcionados para crianças com essas características —Bakos ressalta que esses produtos são direcionados para crianças acima de um ano. Para bebês menores, o ideal é que não haja exposição direta ao sol e que fiquem protegidos por roupas e chapéus.

Alguns protetores infantis também são considerados hipoalergênicos, por não conterem determinadas substâncias, mas é difícil prever quando alguém pode ter uma reação alérgica a um produto. "Geralmente são as pessoas mais sensíveis que desenvolvem alergia, os que chamamos de atópicos", afirma Rosa.

Como usar o protetor da maneira adequada?

Um hábito essencial, mas que muitas pessoas não têm, é o de reaplicar o protetor periodicamente. Rosa orienta que, no dia a dia, a reaplicação pode ser feita a cada três horas. Já na praia ou piscina, o ideal é reaplicar de duas em duas horas, ou sempre que houver contato com a água ou suor excessivo.

Bakos reforça que o protetor de FPS 30 só tem o efeito protetivo ideal quando reaplicado a cada duas horas. Para quem tem a pele muito clara ou sensível, pode-se optar por um fator mais alto.

Também é importante saber aplicar a quantidade correta de protetor. "Utilizamos a regra da colher de chá", indica Rosa. "Uma colher para rosto, pescoço e couro cabeludo. Uma colher de chá para cada braço, uma para a parte anterior da perna, uma para a frente e uma para o dorso."

Na prática, para quem acha difícil seguir essas medidas exatas, Bakos aconselha: "A melhor sugestão é passar em toda a pele, tendo certeza que existe realmente uma 'espalhabilidade' por todo o tecido."

Protetor facial é necessário?

Para o uso cotidiano, o mais comum é quem utiliza produtos mais elaborados, direcionados especificamente para a pele do rosto, que são os protetores faciais. "Esses produtos de uso facial para o dia a dia geralmente são produtos mais preparados para a cosmética de uma pele ou mais oleosa ou mais seca, por exemplo", diz Bakos.

Rosa explica que a diferença desses produtos para os protetores comuns geralmente está na textura, que é mais apropriada para essa pele. Contudo, na praia e em outras atividades, para quem se adapta bem ao protetor corporal, não é um problema utilizá-lo também no rosto.

Mas, para o dia a dia, é interessante recorrer a um desses produtos específicos, que agem melhor na pele sem causar prejuízos estéticos.

Um tipo bastante comum de protetor facial é aquele com pigmento, normalmente chamado de protetor com cor. É um produto que muitas vezes se assemelha a uma base facial, podendo ser bastante prático para quem usa uma maquiagem leve no dia a dia. Rosa ainda destaca que esse tipo de protetor pode oferecer uma proteção física a mais, devido aos pigmentos presentes no creme ou gel.

Cuidados específicos por tom de pele

É comum que pessoas negras achem que não precisam se preocupar tanto com a exposição ao sol, devido à maior presença de melanina no tecido cutâneo. Porém, isso não é verdade. "Independentemente da cor da pele, devemos utilizar o protetor diariamente", recomenda Rosa.

A especialista também destaca que peles negras podem ter um aspecto mais seco, devido à maior perda de água e à camada de células mortas. Assim, pode ser interessante reforçar a hidratação.

Durante o verão, o contato intenso com a água também pode levar a um maior ressecamento em todas as peles. Logo, usar loções hidratantes após o banho é um cuidado importante depois da exposição ao sol.

"Na dúvida, se a pessoa percebe uma queimadura um pouco mais importante, até com bolhas às vezes, é importante consultar algum profissional", indica Bakos.

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