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Dermomaquiagem auxilia no cuidado com a pele, mas não é tratamento

Produtos podem ser associados às substâncias indicadas por médicos e potencializar resultados

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Curitiba

Na onda dos cuidados com a pele, influenciadores criam suas próprias marcas de cosméticos, que oferecem maquiagens, hidratantes, cremes antienvelhecimento, séruns antimanchas, entre outros produtos. Disponibilizam também fórmulas que unem os benefícios de diferentes substâncias nas chamadas dermomaquiagens, que prometem uma pele bonita e saudável. Mas, afinal, elas funcionam?

A pergunta movimentou as redes sociais na última semana com o lançamento da base da influenciadora Virgínia Fonseca. O cosmético promete alta fixação da cor, ação calmante e hidratante, além de "fortalecer a barreira natural da pele", mas sofreu críticas de maquiadores e influenciadores de beleza sob o argumento de que o produto não entrega o que promete.

Base da Virgínia
Virgínia Fonseca lançou a primeira linha de bases da sua marca "WePink", que alega ser um dermacosmético - @virginia no Instagram

A dermatologista Paula Schiavon, da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), afirma que maquiagens não têm capacidade de tratar a pele, pois não são medicamentos.

"Cosméticos não precisam colocar na bula a concentração dos seus ingredientes. Então, ficamos sem saber se uma base hidratante, por exemplo, contém quantidade suficiente de ativos que promovam hidratação", diz.

O termo "dermomaquiagem" não é reconhecido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas utilizado por profissionais da beleza para definir maquiagens que contém substâncias que auxiliam no tratamento da pele ou promovem hidratação e proteção solar. Segundo a agência, este tipo de produto entra na categoria de cosmético, que possui duas classificações.

Aqueles de "Grau 1" têm propriedades básicas, que não necessitam de comprovação sobre sua eficácia ou indicação de restrição de uso, como maquiagens sem fotoproteção. Já os produtos de "Grau 2" precisam ter a segurança e eficácia asseguradas, indicação de uso, restrições, entre outras informações.

O protetor solar é o único cosmético que deve ser registrado na Anvisa. Os fabricantes dos outros produtos precisam apenas comunicar previamente a agência sobre a comercialização e assumir a responsabilidade sobre segurança e eficácia.

Schiavon aponta que apenas medicamentos indicados por dermatologistas podem oferecer tratamento. Dermocosméticos, como maquiagens com substâncias de hidratação ou proteção solar, por exemplo, são apenas auxiliares, diz. Já a rotina de cuidados com a pele, conhecida como skincare, envolve a terapêutica indicada pelo médico e os produtos auxiliares.

Por isso, é importante identificar o tratamento correto antes de recorrer a cosméticos, já que pessoas com doenças de pele, como melasmas, dermatites, acne ou rosácea, podem ter problemas ao tentar curá-las com produtos sem indicação médica.

"Pouca gente enxerga que espinhas ou manchas são doenças e não é possível tratá-las apenas com maquiagem", afirma a médica.

A associação de medicamentos dermatológicos com dermomaquiagens, por outro lado, pode funcionar. A dermatologista Fernanda Aguiar, do Hospital Marcelino Champagnat, diz que os produtos são capazes de esconder imperfeições, além de oferecer proteção solar e aumentar a autoestima dos pacientes.

"Principalmente naqueles com doenças que causam alterações pigmentares na pele, como melasma ou vitiligo", diz.

Para a dermatologista Valeria Franzon, professora de medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), apesar destes cosméticos não substituírem os medicamentos, "afinal, são maquiagem", eles trazem um benefício a mais, "o que é interessante".

No entanto, é importante entender qual o cosmético indicado para o seu tipo de pele, salienta a professora. Mesmo produtos com com substâncias consideradas boas podem provocar irritação, diz. "Você paga caro, pode ser de excelente qualidade, mas não é indicado para sua pele. É preciso ter indicação médica sempre", enfatiza ela.

Entre os compostos para controlar a oleosidade e clarear a pele estão a nicotinamida e niacinamida. Já para acalmar a pele, é indicada a aloe vera. Quem busca hidratação deve procurar pelo ácido hialurônico e pela alantoína. Contra o envelhecimento, o retinol.

A esteta cosmetóloga Cristiane Berton, da Universidade Tuiuti do Paraná, reforça que a rotina de cuidados com a pele é essencial para todos os tipos de pele, pois ela sempre deve estar preparada para receber qualquer maquiagem.

Os especialistas recomendam que os usuários verifiquem se o produto tem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), chequem o prazo de validade e escolham cosméticos indicados para seu tipo de pele.

Conheça

Algumas dermomaquiagens oferecidas em farmácias, lojas e sites de cosmésticos são:

  • Protetores solares com cor;
  • Bases e primers com ativos que absorvem a oleosidade da pele (chamados de matificantes);
  • Bases e primers com ativos hidratantes, como ácido hialurônico ou com ação antiidade;
  • Batons com ingredientes que dilatam os vasos sanguíneos e dão impressão de aumento do volume;
  • Corretivos com ingredientes calmantes, que podem ser benéficos para a área dos olhos;
  • Corretivos com ativos cicatrizantes para cuidar de acne.
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