Descrição de chapéu Viver Páscoa

Chocolate faz bem à saúde? Conheça seus prós e contras

Alimento possui ativos antioxidantes, mas pode ser rico em açúcar adicionado e gordura saturada

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Gabriela Cupani
Agência Einstein

Nesta época, o ovos de Páscoa se tornam item indispensável nas prateleiras dos supermercados e, por isso, é natural que o consumo de chocolate seja maior tanto para os adultos quanto para as crianças. O alimento, porém, pode trazer prejuízos à saúde? O problema, segundo especialistas, está no excesso e no tipo consumido.

O chocolate possui compostos que fazem bem para o corpo, no entanto, é importante ficar atento ao rótulo para entender qual tipo de produto você está consumindo. A amêndoa do cacau, por exemplo, é rica em flavonoides que têm função antioxidante e neutralizam os radicais livres, protegendo contra inflamações e outras doenças. Eles também têm efeito vasodilatador e, por isso, são associados à redução da pressão arterial, além de combaterem a agregação de plaquetas, protegendo contra doenças cardiovasculares.

Ovo de Páscoa de chocolate.
Chocolate pode ser benéfico à saúde, mas é importante estar atento ao tipo e à quantidade - Maya Kruchancova/Adobe Stock

O cacau também possui triptofano, que estimula a produção de neurotransmissores como a serotonina, que induz sensações de prazer.

Mas, embora esses compostos benéficos possam chegar a 10% do peso seco do grão, eles também conferem um sabor amargo – então, é comum que seu teor seja reduzido com o processamento industrial.

O problema é que os chocolates normalmente consumidos não levam só cacau, mas também açúcar e gorduras, componentes associados ao ganho de peso – que, por sua vez, é fator de risco para doenças.

"O problema não está no ingrediente, está na dose", diz a nutricionista Paula Victória Félix, doutoranda na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). A profissional afirma que há formas de degustar o chocolate sem prejudicar a saúde – ou a cintura.

Se as crianças ganharem muitos ovos, o ideal é guardar alguns para serem consumidos ao longo das semanas ou meses subsequentes, por exemplo.

O Brasil é um dos países que mais consome chocolate no mundo. Em volume de vendas, ocupa o 5º lugar, sendo que o setor de chocolates produziu quase 700 mil toneladas só em 2021, um crescimento de 35,9% em relação a 2020, segundo dados da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas).

Mais cacau, menos açúcar

Ao escolher um ovo de páscoa, a especialista recomenda que se opte por um produto com maior teor de cacau, pois, assim, menor será a concentração açúcar. Depois, limite-se a 3 ou 4 quadradinhos por dia, ou uma porção de 25g (algo em torno de 130 calorias). Assim, você pode tirar proveito do alimento e curtir a Páscoa sem culpa.

Além disso, a quantidade de cacau nos diversos produtos e marcas de chocolate varia e, por isso, muitos estudos sobre os efeitos desse alimento na saúde são inconclusivos. "É difícil fazer comparações e, assim, recomendar uma dose benéfica para prevenir doenças", diz a nutricionista.

Ovos de Páscoa são ricos em gordura

A páscoa brasileira, porém, está marcada por chocolates ricos em gordura saturada e açúcar adicionado. Pela primeira vez no país, os produtos levam alertas na embalagem se tiverem alta concentração dos componentes, além do sódio.

Em 2023, os selos de "Alto em gordura saturada" e "Alto em açúcar adicionado" imperam nos ovos de chocolate, segundo uma pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Reportagem da Folha mostrou que órgão analisou 31 produtos das marcas Lacta, Arcor, Nestlé, Linea e Ferrero, e constatou que todos os itens observados possuíam quantidade de gordura saturada e açúcar adicionado acima do recomendado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Com relação ao sódio, não foi identificado excesso.

A nutricionista Laís Amaral, do Idec, pontua que esses itens, porém, não devem ser os únicos que o consumidor precisa observar. A predominância de emulsificantes e aromatizantes na composição, usados para tornar o alimento mais atraente, inserem os produtos na categoria dos ultraprocessados, igualmente nocivos à saúde.

Sophie Deram, nutricionista e doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), aconselhou que a pessoa consuma o chocolate que mais gosta, mas em pequena quantidade, usando os rótulos como apoio para essa escolha.

Com informações da Folha

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