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Cinco tratamentos comprovados pela ciência para dormir melhor; conheça

A recomendação é priorizar mudanças comportamentais antes de tentar terapias medicamentosas

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São Paulo

A insônia é o distúrbio do sono mais comum na população, segundo a Associação Brasileira do Sono. Os sintomas têm prevalência de até 35% no mundo, afetando mais mulheres e pessoas com menor renda. Além disso, a presença de transtornos mentais como ansiedade e depressão é considerada fator de risco para o distúrbio.

A condição é caracterizada pela dificuldade de iniciar ou manter o sono, e o diagnóstico envolve a avaliação de comportamentos e queixas associados ao sono.

Mulher com insônia
Insônia tem tratamentos comprovados cienificamente - Burdun/Adobe Stock

Apesar de existirem muitas possibilidades de tratamento para a insônia, nem todas são comprovadas cientificamente ou recomendadas pelas associações médicas. Em geral, a recomendação é priorizar tratamentos comportamentais antes de iniciar o uso de medicamentos.

Veja as possibilidades de tratamento mais indicadas.

Terapia cognitivo-comportamental

A terapia cognitivo-comportamental, conhecida como TCC, é o tratamento mais recomendado por diretrizes internacionais, como o da Sociedade Europeia de Pesquisa do Sono e da Academia Americana de Medicina do Sono, para a insônia. Ela deve ser conduzida por um psicólogo credenciado.

Um estudo publicado na revista Jama em 2004 avaliou os impactos desse tipo de psicoterapia em pacientes com insônia, e concluiu que esse era o tratamento mais eficaz para o transtorno, mesmo se comparado ao uso de medicamentos.

O tratamento psicológico normalmente é feito por meio do uso de diários de sono e pode ser aliado a uma rotina de higiene do sono e outras indicações de controle de estímulos. Também é recomendado como complemento a tratamentos medicamentosos.

Higiene do sono

A higiene sono consiste na criação de uma rotina que visa melhorar a qualidade do sono e regular o ciclo circadiano. De modo geral, são recomendados hábitos de alimentação, exercício físico e redução de estímulos próximo ao horário de dormir.

Quem adota uma rotina de higiene do sono deve, por exemplo, reduzir o uso de celulares e o consumo de cafeína no período da noite, além de se expor à luminosidade natural pela manhã.

Apesar de não ser indicada como componente único para tratamento de insônia, a higiene do sono pode ser associada a outros tratamentos. Além disso, a mudança de hábitos é recomendada antes do terapias medicamentosas.

É indicada como primeira intervenção em pessoas que não têm outros distúrbios e cujos hábitos diários possam estar prejudicando a qualidade do sono.

Melatonina

Produzida naturalmente pelo corpo humano, a melatonina é um hormônio que tem como função principal promover o sono. O uso suplementar da substância foi liberado em meados de 2021 no Brasil, mas as evidências científicas de sua eficácia ainda são escassas.

De acordo com as diretrizes internacionais, a melatonina não é indicada para tratar distúrbios de insônia, pois o uso da substância tem pouca eficácia na maior parte dos casos.

Contudo, estudos recentes indicam que a substância é segura e tem poucos efeitos colaterais. Segundo uma pesquisa brasileira de 2021, o hormônio pode funcionar como uma alternativa segura para o tratamento de distúrbios do sono devido ao baixo risco de dependência.

Ansiolíticos benzodiazepínicos

Os benzodiazepínicos são medicamentos controlados comumente utilizados no tratamento da insônia. Algumas das medicações nesse grupo são o diazepam, clonazepam e lorazepam.

O uso dos fármacos pode trazer benefícios, mas é recomendado para tratamento a curto prazo, aliado a intervenções comportamentais. A terapia com as substâncias só deve ser feita com acompanhamento médico especializado.

Um revisão bibliográfica de 2023 indica que uso indiscriminado ou prolongado pode trazer efeitos colaterais indesejados e, idealmente, o uso deve ser limitado por até quatro semanas.

Zolpidem

O medicamento pertence a um grupo de fármacos conhecido como drogas Z, com efeito e indicação semelhante a dos benzodiazepínicos, apesar de ter funcionamento diferente.

Também é uma medicação controlada, precisa de acompanhamento médico e deve ser utilizada em tratamentos de curto prazo. O fármaco é também conhecido por seus efeitos colaterais, como confusão e sonambulismo, e pode causar dependência.

Segundo um estudo de 2021, o Zolpidem pode ser eficaz no tratamento de insônia, mas é preciso avaliar os fatores de risco e estudar a relação risco-benefício. Além disso, é recomendado que tratamentos medicamentosos sejam aliados ao acompanhamento psicológico.

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