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Depilação a laser, com cera e lâmina: o que saber antes de escolher o método

A melhor forma de retirar os pelos depende de fatores que vão do financeiro à sensibilidade da pele

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São Paulo

Os pelos ainda são indesejáveis em alguns corpos. As mulheres, principalmente, são as que mais fazem depilação, seja essa escolha consciente ou não. Hoje em dia existem diferentes métodos que atendem a diferentes tipos de necessidade, mas antes de eleger o preferido, é preciso entender as vantagens e desvantagens de cada um.

Nesse momento, em que muitas depiladoras são procuradas por causa das festas de fim de ano e viagens, vale a reflexão sobre o motivo de querer arrancar ou aparar os pelos. Para a ginecologista Marcela Mc Gowan, há uma linha tênue entre querer depilar e se sentir obrigada a depilar. "O 'eu tenho que’ nunca é saudável, porque ninguém tem que depilar. Mas também acho que tem que ter a sensibilidade de você querer se depilar se achar que é uma prática que faz sentido para você", afirma.

Fotografia mostra uma mulher de pé, com avental, segurando um aparelho de depilação a laser encostado na perda de outra mulher que está deitada em uma maca
A depilação a laser é indicada para regiões em que não se deseja mais ter pelos - Kalim/Adobe Stock

Ela diz que os pelos não devem ser vistos como algo anti-higiênico. "Usamos muitas roupas e temos hábitos de higiene que a gente não tinha no passado, então os pelos perderam essa função protetiva tão expressiva que eles tinham no nosso corpo."

A partir de conversas com especialistas, veja pontos importantes de cada processo.

Epilação x Depilação

É importante pontuar que nem tudo é depilação. Existe a epilação, método que consiste em arrancar o pelo da raiz, com laser, pinça, cera e linha. Enquanto a depilação apenas corta e apara —máquina de depilar, lâmina e creme depilatório são exemplos.

A depilação tem um custo menor, não causa dor ou desconforto, mas os pelos crescem mais rápido. Por outro lado, na epilação os pelos demoram a crescer, pois são retirados desde a raiz, mas têm custo maior e podem causar dor.

Cera

É um dos métodos mais comuns no Brasil. A cera, usada quente ou fria, arranca os pelos da raiz e tem como ponto positivo o fato de durar uma média de 20 a 30 dias. No mercado existem vários tipos de cera que podem ser utilizados no corpo inteiro.

Os pelos ficam mais finos ao longo do tempo. Isso acontece porque no processo de epilação, as células do bulbo são removidas o que enfraquece o processo de produção de pelo.

Os pontos negativos envolvem a dor que ela gera, ter que deixar o pelo crescer para poder fazer o processo e também a probabilidade de causar inflamações e manchas.

O mais indicado é fazer com profissionais que saibam a técnica, pois a temperatura ou a forma de passar e retirar a cera influenciam no crescimento do pelo, que pode encravar e até causar o surgimento de foliculite.

A médica Luanna Portella, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia do DF, desaconselha o uso da cera. Segundo ela, o processo pode causar manchas na pele por causa da reação: faz uma hiperemia, que é a vermelhidão, e depois faz uma hipercromia pós-inflamatória, as manchas.

Receitas caseiras de cera são perigosas, segundo Jacqueline de Queiroz, depiladora e professora do Senac. Elas não têm aprovação da Anvisa e, consequentemente, nenhum teste de qualidade e segurança.

"É importante que as pessoas fiquem atentas porque muitos lugares colocam a vida de clientes em risco", diz. "Estética é saúde também. É importante a conscientização da população sobre o que se passa na pele."

Laser

O método, que queima o pelo desde a raiz, é indicado para regiões onde não se deseja mais ter pelos. Dependendo da pessoa, é preciso fazer algumas sessões para aqueles que voltam a crescer.

Os especialistas indicam a depilação a laser para regiões íntimas, pois é menos agressivo e mais duradouro.

A depilação a laser tem algumas particularidades: ela não pode ser feita em pelos muito grandes. Carol Cury, diretora técnica da Espaçolaser, diz que "os pelos devem estar aparados, com apenas uma pontinha para fora da pele."

Para evitar qualquer risco, procure um médico dermatologista para orientar sobre os tipos de laser e o mais indicado para cada tipo de pele. As diferenças entre as tecnologias é o comprimento de onda do laser, que determina a penetração no tecido.

Portella, a dermatologista, afirma que o maior problema são as peles bronzeadas, pois o laser pode causar manchas. O indicado, segundo Cury, é não tomar sol 30 dias antes do procedimento e nos sete dias seguintes.

O preço é um um dos pontos negativos do método. Cada sessão pode custar em média R$ 300, a depender da clínica escolhida, e quanto maior a área mais caro fica o procedimento.

Lâmina

É o método mais rápido e barato. A orientação é que se escolha uma lâmina boa que agrida a pele o mínimo possível. Uma dica é tomar banho ou lavar com água morna antes de fazer a depilação com lâmina, para que os poros se dilatem e facilite o processo.

A lâmina deve ser passada no sentido do crescimento dos pelos, segundo a dermatologista. "Às vezes o paciente faz no sentido contrário para ficar lisinho e isso também pode levar à foliculite."

É importante usar a lâmina o menor número de vezes possível. Não se esqueça do gel de depilação, um musse que ajuda a deslizar a lâmina e machucar menos a pele. O sabonete em barra não é o mais indicado, segundo a médica pode agredir a pele.

Existe a dúvida se a depilação com lâmina engrossa os pelos. As especialistas falam que isso é um mito. A impressão de isso acontecer tem a ver com o crescimento dos pelos, já que o pelo, quando está grande, tem as pontas mais finas devido ao desgaste que sofre ao longo do tempo. A lâmina corta parte do pelo onde ele está mais grossa, perto da raiz.

Creme depilatório

Caracterizado como depilação, o método dissolve o pelo.

Quem usar este método deve se atentar ao rótulo com as indicações de uso e respeitá-las. Importante fazer o teste de alergia e deixar o produto o tempo determinado, sem ultrapassar os minutos.

Cuidados com a pele e o pós-depilatório

De acordo com a professora Jacqueline de Queiroz, todo o método causa uma pequena agressão na pele, pois faz esfoliação que retira partículas do órgão.

No dia da depilação, Queiroz afirma que não se deve fazer esfoliação, apenas três ou sete dias antes. "Quando você remove a pele em excesso, deixa a pele mais sensível e mais exposta a possíveis danos."

As manchas, segundo a esteticista, acontecem por falta de hidratação, de cuidado com a pele e por técnica aplicada de maneira incorreta. "Se a pessoa junta os cosméticos, a técnica bem feita, e principalmente um pós depilatório correto, essas manchas não vão acontecer", diz.

Assim, a hidratação está em primeiro lugar nos cuidados. Áreas como axilas e virilha devem ser hidratadas frequentemente para deixar a pele saudável e mais resistente a qualquer tipo de dano. A pele negra merece atenção por ser mais ressecada.

Para aliviar alguma irritação, a dermatologista recomenda gel com aloe vera e substâncias como niacinamida e alfa-bisabolol. Vale também fazer compressa fria com chá de camomila.

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