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Brasil chega a 90 mil mortes pela Covid-19, mostra consórcio de imprensa

País registrou 1.554 óbitos e 70.869 casos; salto está relacionado a acúmulo de notificações atrasadas de São Paulo

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São Paulo

O Brasil chegou a 90.188 mortes pela Covid-19. Foram registradas 1.554 novas mortes e 70.869 casos da doença, nesta quarta (29). O número total de infecções confirmadas pelo Sars-CoV-2 já é de 2.555.518.

Os números de mortes e casos mais elevados (os maiores já registrados na pandemia) do que vinham ocorrendo são atribuídos ao fato de São Paulo, por problemas técnicos, não ter enviado os seus dados na terça (28). Dessa forma, houve um acúmulo de notificação de dois dias, o que elevou o número de mortos registrados no estado a 713, nesta quarta, e, consequentemente, no país.

Os dados são fruto de colaboração inédita entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais. O balanço é fechado diariamente às 20h.

Além dos dados diários do consórcio, a Folha também mostra a chamada média móvel. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.

O volume registrado às segundas tende a ser baixo, porque laboratórios têm atividade menor aos fins de semana. Já a média móvel para a segunda-feira considera também os dados dos seis dias anteriores, uma informação mais estável.

De acordo com os dados coletados até as 20h, a média de mortes nos últimos sete dias é de 1.043.

O número total de mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil já alcança o número mortes causadas pela explosão da bomba atômica em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945 e nos quatro meses subsequentes, excluídos outros milhares que morreriam ao longo dos anos seguintes por causa do efeitos da radiação, segundo estimativas da organização sino-americana Radiation Effects Research Foundation.

Sul e Centro-Oeste continuam apresentando crescimento de suas médias móveis de mortes (em relação a 14 dias atrás). Respectivamente, a média móvel do número de mortes nas regiões subiu 28% e 25%.

A situação das regiões fica refletida nos números desta quarta.

O Paraná, por exemplo, registrou 71 mortes nesta quarta, o maior valor já documentado (número igual ao atingido em 22 de julho). O estado já tem 1.792 óbitos.

O Rio Grande do Sul, também com 71 mortes, teve seu dia de registros mais letal na pandemia. O maior número anterior, 68, havia sido registrado na terça (28). O estado soma 1.750 óbitos.

Enquanto isso, Santa Catarina tem sua média móvel de mortes 91% maior do que há 14 dias, segundo maior valor do país, atrás apenas de Roraima, com aumento de 147%.

O Brasil tem uma taxa de cerca de 43,1 mortos por 100 mil habitantes. Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos, e o Reino Unido, ambos à frente do Brasil na pandemia (ou seja, começaram a sofrer com o problema antes), têm 45,9 e 69,3 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.

Na Argentina, onde a pandemia desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena muito mais rígida, o índice é de 7,2 mortes por 100 mil habitantes.

Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (29) aponta 69.074 novos casos e 1.595 novas mortes confirmadas pela Covid-19 no Brasil. O total já chega a 90.134 mortes e 2.552.265 casos pelo novo coronavírus.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.​

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