A vacina para Covid-19 desenvolvida pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech e pela gigante farmacêutica dos Estados Unidos Pfizer mostrou potencial e foi bem tolerada no estágio inicial, com poucas pessoas, de testes em humanos, informaram as empresas nesta quarta-feira (1).
A vacina é uma das 17 testadas em seres humanos durante uma corrida global para encontrar uma forma de imunização contra o novo coronavírus, que já infectou 10,5 milhões de pessoas e matou mais de meio milhão até agora.
O tratamento em potencial é o quarto medicamento para Covid-19 em estágio inicial a ser promissor em testes em humanos, juntamente com projetos envolvendo a Moderna, a CanSino Biologics e a Inovio Pharmaceuticals.
A BioNTech afirmou que os testes de duas dosagens de seu medicamento BNT162b1 em 24 voluntários saudáveis mostrou que, após 28 dias, eles desenvolveram níveis mais altos de anticorpos para Covid-19 do que os normalmente observados em pessoas infectadas.
A mais alta entre as duas doses —ambas administradas por meio de duas injeções com diferença de três semanas— foi seguida por uma febre curta em três de quatro participantes após a segunda aplicação.
Uma terceira dosagem, testada em uma concentração mais alta em um grupo separado, não foi repetida após a primeira aplicação devido à dor da injeção.
“Esses primeiros resultados de testes mostram que a vacina produz atividade imune e causa uma forte resposta imune”, disse o co-fundador e CEO da BioNTech, Ugur Sahin.
À Folha, Graciela Morales, líder de vacinas dos mercados emergentes da Pfizer, afirmou que agora é necessário entender se os anticorpos obtidos a partir da vacina geram resposta imune para prevenir a doença.
A próxima fase da pesquisa da empresa contra a Covid-19 já deve ser iniciada em julho, com expectativa de participação de cerca de 30 mil pessoas.
Por enquanto, somente há confirmação de participação de Estados Unidos e Alemanha na próxima fase da pesquisa.
Segundo Morales, para a inclusão de outros países nas próximas fases do estudo, os pesquisadores da farmacêutica estão levando em conta aspectos como o momento pandêmico nos locais, a velocidade de recrutamento de participantes, a agilidade das agências regulatórias e a capacidade de fazer o acompanhamento dos integrantes da pesquisa.
A vacina da Pfizer é baseada em RNA mensageiro, assim como a em teste pela empresa Moderna, sediada em Cambridge, Massachusetts.
A ideia desse tipo de vacina é introduzir uma sequência de RNA mensageiro (esse tipo de RNA aponta para células como produzir algo) que indica como se constrói antígenos contra o Sars-CoV-2. Com isso, o organismo aprende como produzir a defesa e fica pronto para atacar o corpo estranho invasor.
Esse tipo de vacina costuma ter um desenvolvimento mais rápido e mais barato em comparação às vacinas comuns.
Além da vacina que teve os resultados apresentados nesta quarta, a Pfizer também desenvolver outras três possíveis imunizações, todas elas baseadas em RNA mensageiro.
Nenhuma vacina para Covid-19 foi aprovada para uso comercial até agora.
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