Pessoas infectadas com a variante delta do coronavírus, mais transmissível, têm carga viral 300 vezes mais alta que a dos portadores da versão original do vírus da Covid-19, no momento em que os sintomas foram observados inicialmente, constatou um estudo sul-coreano.
Mas a carga decresceu gradualmente ao longo do tempo — se tornando 30 vezes mais alta que a original depois de quatro dias e 10 vezes mais alta que a original depois de nove dias —, e seu nível passou a ser semelhante ao das demais variantes depois de 10 dias da detecção, de acordo com um anúncio da Agência Coreana de Controle e Prevenção de Doenças (KDCA) na terça-feira.
A carga viral mais alta significa que o vírus se transmite com mais facilidade de pessoa a pessoa, o que aumenta o número de contágios e o de hospitalizações, disse Lee Sang-won, do Ministério da Saúde da Coreia do Sul, em entrevista coletiva.
“Mas isso não significa que a variante delta é 300 vezes mais infecciosa... acreditamos que sua taxa de transmissão seja 1,6 vez mais alta que a da variante alfa, e cerca de duas vezes mais alta que a da versão original do vírus”, disse Lee.
Para evitar a difusão da variante delta, agora a versão dominante do vírus, a KDCA insta a população a buscar exame imediato em caso de sintomas de Covid-19, e recomenda que encontros pessoais sejam evitados.
A rápida difusão da variante delta e os índices baixos de vacinação apanharam boa parte da Ásia desprevenida, especialmente nos países de mercado emergente, no momento em que as economias da Europa e as da América do Norte se reabrem.
O estudo comparou as cargas virais de 1.848 pacientes infectados com a variante delta às de 22.106 pessoas contagiadas com outras variantes.
A Coreia do Sul reportou 1.509 casos novos de coronavírus na segunda-feira, o que eleva o total nacional a 239.287 infecções, com 2.228 mortes.
O país já ministrou pelo menos a primeira dose da vacina a 51,2% de seus 52 milhões de habitantes, e 23,9% da população já recebeu as duas doses.
Tradução de Paulo Migliacci
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