Descrição de chapéu Coronavírus Rio de Janeiro

Com ômicron, Covid pode avançar para o interior do RJ, dizem especialistas

Na capital fluminense, número de pacientes nas enfermarias caiu 17% em cinco dias

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Rio de Janeiro

Após uma explosão de casos e de internações por Covid-19 na capital do Rio de Janeiro, a pandemia pode avançar em direção a cidades do interior.

No estado, a ocupação das UTIs públicas exclusivas para Covid vem crescendo desde o dia 5, quando o percentual de leitos ocupados estava em 10%, segundo dados do painel do governo.

Desde então, o índice seguiu em curva ascendente até chegar a 69% na terça (25), maior percentual registrado desde setembro do ano passado.

Pelo menos seis municípios estão com todos os leitos de UTIs ocupados. Em Barra do Piraí, sul do estado, o número de pacientes internados já supera o de leitos disponíveis.

Pessoas aguardavam atendimento médico e vez para fazer teste de Covid no Palacete Princesa Isabel, no Rio, no último dia 12 deste mês - Lucas Landau/Reuters

De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, a tendência é que os casos na cidade do Rio diminuam, enquanto no resto do estado aumentem.

"Na cidade, o crescimento foi muito rápido e a gente está no pico da doença. Nesta semana, é provável que haja uma redução de casos" diz ele, que é diretor médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Chebabo diz, porém, que o pico da doença ainda não chegou no resto do estado. "É possível que a gente ainda tenha uma duração um pouco maior, porque essa onda vai se espalhando da capital para o interior e isso pode significar um aumento de casos quando a gente olha o estado como um todo", diz o médico, para quem não é necessário reestabelecer medidas restritivas.

Segundo ele, a gravidade das internações por Covid é menor do que nas ondas anteriores da doença. "Raramente, você vai ter um doente com um comprometimento pulmonar tão importante. Ainda há alguns casos desse tipo, principalmente em idosos não vacinados", afirma.

"O que a gente recomenda é que a população se preserve, principalmente os mais frágeis, e que deixem de frequentar locais com aglomeração. Mas não há justificativa para haver medida restritiva."

A epidemiologista Gulnar Azevedo também diz que é provável que haja uma interiorização de casos e de internações nos próximos dias.

"Como na capital a circulação da ômicron começou primeiro, é esperado que após um pico de internações a curva comece a cair, mas nos municípios fora da capital a transmissão pode estar ainda em forma ascendente", diz ela, que é professora do Instituto de Medicina Social da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

A especialista defende ainda a adoção de medidas que desestimulem aglomeração. Com o aumento da temperatura no Rio, praias e festas particulares têm ficado lotadas. "Seria muito importante que houvesse pelo menos uma campanha de comunicação muito clara que as pessoas evitassem aglomeração."

O governo do estado diz que já acionou o plano de contingência para Covid-19 e que, desde o último dia 7, foram abertos 13 polos de testagem contra a doença. Além disso, afirma que deve abrir mais de 50 leitos até o próximo dia 4.

​Já a capital fluminense apresenta números de internações elevados, mas já é possível perceber uma tendência de queda. Em cinco dias, o número de pacientes nas enfermarias caiu 17% –de 559 no dia 21 para 463 nesta quarta-feira (26).

Embora existam 357 pessoas internadas nas UTIs, a curva de internações, que era ascendente, já está em um platô.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde confirma que as internações já registram pequena tendência de queda e que a positividade dos testes de Covid também está caindo. Segundo a pasta, 88% dos internados na rede SUS não têm o esquema vacinal completo e 46% não têm nenhuma dose.

Desde que os casos aumentaram, a prefeitura já reabriu 335 leitos para o tratamento da doença no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, centro de referência para o tratamento da doença.

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