SP vai pagar hospitais em dobro em mutirão para reduzir fila de cirurgias

Estado tem mais de 500 mil pacientes à espera de procedimentos; previsão é fazer cerca de 75 mil operações por mês a partir de junho

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São Paulo

A Secretaria da Saúde de São Paulo vai pagar o dobro da tabela SUS aos hospitais privados que aderirem ao mutirão de cirurgias previsto para começar em junho em todo estado.

A iniciativa foi anunciada nesta quarta (25) pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato à reeleição. A previsão é atender 75 mil pacientes por mês e normalizar a fila de espera em até cinco meses. O investimento será de R$ 350 milhões.

"Estamos cuidando de um efeito colateral da pandemia", declarou o governador.

De acordo com o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, atualmente, há 538.160 pacientes na fila por cirurgias eletivas na rede estadual. O número é resultado dos dois anos em que os procedimentos foram suspensos para dar prioridade ao tratamento de pacientes de Covid-19.

Profissionais de saúde atendem paciente na UTI do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto irá fazer parte de mutirão de cirurgias no estado de São Paulo - Divulgação

Além da rede estadual, que tem capacidade de fazer cerca de 25 mil procedimentos cirúrgicos por mês, o mutirão irá abrir licitação para realizar parte das operações na rede suplementar, o que inclui hospitais privados e filantrópicos.

A tabela SUS é uma referência de valores para mais de 4.000 procedimentos médicos, sendo usada como parâmetro de pagamentos em contratos públicos na área da saúde. "A tabela SUS está defasada e faz com que os hospitais abdiquem dos contratos", disse o governador.

Segundo Rodrigo Garcia, foi preciso um parecer da Procuradoria do Estado para justificar o pagamento em dobro durante o mutirão. "A rede própria iria levar dois anos para zerar a fila", diz.

Os hospitais próprios das redes estadual e municipal vão ampliar o atendimento aos pacientes em espera de cirurgias a partir de 1º de junho. A rede suplementar deve começar a atender a partir de julho. Ainda não há informações sobre a quantidade de cirurgias a serem contratadas na rede privada.

O atendimento da fila de espera será regulado pelo sistema estadual Cross, que vai hierarquizar os casos de acordo com a urgência.

O secretário Gorinchteyn afirmou que serão feitas, ao todo, 54 tipos de cirurgia de sete especialidades.

Iniciativa semelhante ocorreu em 2017, no primeiro mês da gestão do então prefeito João Doria (PSDB), durante o programa Corujão da Saúde que prometeu zerar a fila por exames na rede pública da capital paulista. O programa recorreu às instalações da rede hospitalar privada das 20h às 8h para acabar com uma fila estimada em 417 mil exames na época.

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