Veja as 20 cirurgias eletivas com maior fila de espera no SUS

Catarata lidera a lista; dados reunidos pelo Ministério da Saúde mostram diagnóstico de todo o país

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São Paulo

Catarata e retirada da vesícula. Os dois procedimentos respondem atualmente pelas maiores filas no SUS (Sistema Único de Saúde) entre as operações eletivas, aquelas que não são consideradas de urgência.

O primeiro soma 167,5 mil cirurgias com pacientes à espera, e o segundo, 86,2 mil. Ao todo, o sistema público de saúde acumula quase 1,1 milhão de procedimentos a serem realizados.

Os dados foram enviados pelos estados e pelo Distrito Federal ao Ministério da Saúde ao longo deste semestre.

Homem é submetido a exame de catarata em estacionamento de shopping na zona leste de São Paulo - Adriano Vizoni - 16.ago.09/Folhapress

A entrega das informações é uma exigência da gestão federal para que as unidades da Federação integrem o Plano Nacional de Redução das Filas, lançado neste ano.

Com o diagnóstico, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve repassar em torno de R$ 600 milhões aos estados para que uma parte dessas cirurgias represadas seja efetuada.

Estima-se que o montante seja suficiente para a realização de quase 487 mil procedimentos, o que corresponde a 45% da fila de cirurgias eletivas do SUS.

Para receber o repasse, cada estado enviou um plano com o número de cirurgias eletivas identificadas na fila e quantas poderiam ser realizadas com o investimento do governo federal, além dos hospitais em que as operações seriam feitas.

De acordo com esses relatórios, Goiás tem o maior represamento, com quase 126 mil procedimentos travados. Em seguida, aparece São Paulo, com pouco mais de 111 mil, e em terceiro lugar, o Rio Grande do Sul, com 108 mil.

Quando considerada a população de cada estado, a fila proporcional se altera. Em Goiás, há 1.747 operações paradas a cada 100 mil habitantes. Em seguida, aparecem Pernambuco (1.074), Rio Grande do Sul (942), Acre (858) e Rio Grande do Norte (772).

A cirurgia de catarata deve ter o maior número absoluto de procedimentos realizados. A previsão é que o programa resulte em 88,6 mil intervenções deste tipo, ou pouco mais da metade (52%). Atualmente, cerca de 167,5 mil brasileiros esperam pelo procedimento, que representa 15% de todas as operações travadas no país.

As cirurgias de catarata lideram a fila em 11 unidades da federação (São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba e Sergipe).

Já a retirada de vesícula aparece na primeira posição em 10 estados (Minas Gerais, Pará, Maranhão, Amazonas, Mato Grosso, Alagoas, Piauí, Acre, Tocantins e Roraima).

No Paraná e no Amapá, as maiores filas são a da laqueadura. Retirada da vesícula videolaparoscópica (Ceará), cirurgia de hérnia (Santa Catarina), extração da adenoide e amígdalas (Distrito Federal) e colocação de prótese de quadril (Rondônia) completam a lista dos procedimentos eletivos mais represados em cada estado.

A primeira fase do programa federal será feita durante o ano de 2023 e é voltada para as cirurgias eletivas, mas o plano também envolve consultas especializadas e exames complementares, que devem ser priorizados em etapas posteriores.

Se o projeto correr como planejado, quase 487 mil cirurgias serão efetivadas, mas ainda sobrariam pouco mais de 595 mil na fila em todo o Brasil, considerando os dados atuais.

Colaborou Stefhanie Piovezan

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