Faustão é extubado e conversa normalmente, diz hospital

Após transplante de coração, apresentador já respira sem aparelhos

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São Paulo

O apresentador Fausto Silva, 73, foi extubado na manhã desta terça-feira (29) e respira sem auxílio de aparelhos, segundo boletim divulgado pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Ele passou por um transplante de coração no domingo (27), uma cirurgia que durou cerca de duas horas e meia.

Segundo o hospital, Faustão está consciente, conversa normalmente e apresenta boa função do coração. Ele continua na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Último programa de Faustão na Band
O apresentador Fausto Silva durante o último programa na Band - Reprodução 18.ago.2023/Band

O boletim é assinado por Fernando Bacal, cardiologista, Fábio Antônio Gaiotto, cirurgião cardiovascular, e Miguel Cendoroglo Neto, diretor médico e Serviços Hospitalares do Einstein.

Na segunda-feira (28), ele estava sedado e respirando com auxílio de ventilação mecânica.

A equipe médica afirmou no domingo que o "procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição".

O apresentador contou com uma combinação de fatores técnicos para receber o novo coração, de acordo com a explicação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo sobre o procedimento.

Ainda na madrugada de domingo, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo realizou a oferta de um coração à equipe transplantadora responsável por Faustão. Após avaliação, os médicos aceitaram o órgão e iniciaram a captação e implante.

A seleção gerada para esse coração, por meio do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos.

Entre os potenciais receptores, quatro tinham prioridade devido à gravidade das suas condições de saúde. O apresentador ocupava a segunda posição nesta seleção.

A equipe transplantadora do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão e, desta forma, a oferta seguiu para o segundo paciente, que era Faustão. Recusas podem ocorrer devido a potenciais incompatibilidades entre receptor e doador.

O tempo de espera por um transplante de coração, para possíveis receptores do grupo sanguíneo B, é de um a três meses, mas em casos prioritários esse tempo é reduzido devido à iminente condição de morte do potencial receptor.

Primeiras 48 são as mais críticas

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, Faustão ainda deve passar cerca de um mês internado. Este é o tempo médio de recuperação pós-operatória, que inclui medicamentos e exames para controlar uma possível rejeição ao novo órgão.

"Esse coração que ele recebeu é um corpo estranho, e por isso o corpo vai rejeitar. Então ele vai ter que tomar uma série de medicamentos imunossupressores, que atuam no sistema imunológico e abaixam a resistência do indivíduo", afirma o médico cardiologista João Vicente, que trabalha no hospital Sírio Libanês.

O uso dessa medicação, contudo, eleva o risco de infecções, uma vez que diminui a imunidade do paciente. Por isso, a fase inicial pós-transplante é a mais preocupante, em especial as primeiras 48 horas.

De acordo com o cirurgião Paulo Pego Fernandes, do Hcor, o paciente costuma ter vida "muito próxima do normal" após um transplante de coração, mas precisa visitar o cardiologista com mais frequência.

"Ele consegue fazer exercícios e outras atividades físicas normalmente, mas precisa de acompanhamento periódico para controle de infecções", disse o médico, que recomenda consultas a cada quatro meses.

No primeiro ano depois da cirurgia, a taxa de sobrevida dos pacientes é de 80%. Segundo os cardiologistas entrevistados, transplantados cardíacos ganham em média dez anos de vida após a operação.

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