Descrição de chapéu Coronavírus

Novas cepas da Covid, identificadas primeiro no Ceará, são monitoradas pelo Ministério da Saúde

Secretaria Estadual de Saúde do CE recomenda uso de máscaras pela população vulnerável, ventilação dos ambientes e incentivo à vacinação

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São Paulo

O Ministério da Saúde está monitorando novas subvariantes da Covid. Novas no Brasil, a JN.1 e a BA.2.86.1 foram identificadas inicialmente no Ceará. A primeira já corresponde a 3.2% das detecções no mundo.

A JG.3, derivada da EG.5, conhecida popularmente como Éris, foi isolada no mesmo estado nordestino, mas não se tornou predominante por lá. A cepa vem sendo monitorada pelo órgão nos últimos meses, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), ao menos a JN.1 e a JG.3 foram encontradas em 47 países.

Aglomeração no intervalo de show sob a barraca Sorriso do Sol na praia do Futuro, em Fortaleza (CE)
Aglomeração no intervalo de show sob a barraca Sorriso do Sol na praia do Futuro, em Fortaleza (CE) - Karime Xavier - 21.set.2020/Folhapress

Segundo o secretário Executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antonio Silva Lima Neto, o estado apresentou baixa transmissão do coronavírus até o início de novembro, com aumento discreto de positividade. Ao longo do mês, tornou-se acelerado. Como o padrão epidemiológico havia mudado rapidamente, a primeira hipótese foi a introdução de variantes com escape vacinal.

"No sequenciamento do dia 30 de novembro vieram 47 amostras. Destas, 38 foram identificadas como JN.1 e uma como BA.2.86.1, que são descendentes da BA.2.86, da ômicron. A JN.1 foi isolada na Dinamarca e produziu muitos casos na Europa Continental, nos Estados Unidos, mas ainda não tinha sido isolada no Brasil. É uma subvariante que agrega escape vacinal", explica o secretário.

Há casos da JN.1 em vários municípios cearenses, com prevalência em Fortaleza. A identificação das variantes foi feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará.

A cobertura vacinal da bivalente no Ceará está em cerca de 19%, concentrada em sua maioria nos idosos; a da monovalente está em torno de 70%.

Ao que tudo indica, as variantes não são responsáveis por casos graves de Covid, mas é cedo para afirmar. "A JN.1 não foi examinada pela OMS. A OMS se permitiu dizer que não havia nenhuma evidência de de casos mais severos. Essa variante é muito nova. A gente ainda está em monitoramento. Acho prematuro dizer que a variante é incapaz de produzir casos mais severos", ressalta Neto.

Entre as recomendações da Secretaria Estadual de Saúde do Ceará estão o uso de máscaras pela população vulnerável, ventilação dos ambientes, incentivo à vacinação com busca ativa pelos não imunizados e monitoramento por meio de testagem.

O Ministério da Saúde disponibilizou uma equipe da vigilância epidemiológica para ir ao Ceará, se necessário, e enviou um reforço de 900 tratamentos antivirais para casos leves de Covid em maiores de 65 anos e imunossuprimidos com 18 anos ou mais. Cerca de 35 mil reações para diagnóstico molecular do vírus e 30 mil testes rápidos de antígeno também foram encaminhados ao estado.

É importante completar o esquema vacinal contra a Covid de imediato. A partir de 2024, a vacina contra a Covid-19 passará a integrar o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde e as doses serão disponibilizadas apenas aos grupos prioritários.

Além de crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos, fazem parte do público-alvo os idosos, imunocomprometidos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com comorbidades, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores, pessoas com deficiência permanente, privados de liberdade maiores de 18 anos, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, funcionários do sistema penitenciário e pessoas em situação de rua.

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