Saiba como cuidar da pele e evitar alergias no calor

Buscas por reações alérgicas no período de altas temperaturas estão em ascensão no Google

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São Paulo

Alguns problemas de saúde costumam se manifestar de acordo com o clima. No inverno, as pessoas sofrem mais com as alergias respiratórias, como a bronquite; no verão, o vilão da vez é o agravamento das reações alérgicas na pele.

Dados do Google Trends mostram que, devido às altas temperaturas, nos últimos 90 dias houve um aumento nas pesquisas por termos relacionados a alergia, como "alergia do calor", "alergia do suor", "alergia ao sol" e "urticária colinérgica" (subtipo de urticária desencadeada pelo suor e o aumento da temperatura corporal).

Pessoas circulam pela regiao da avenida Paulista em dia de forte calor na cidade - Zanone Fraissat/Folhapress

Brianna Nicoletti, médica com especialização em alergia e imunologia, diz que é raro desenvolver alergia por conta do calor. O que acontece é que, na maioria das vezes, a pessoa tem piora no quadro devido às altas temperaturas.

"O paciente pode ter uma alergia, uma dermatite atópica, uma pele mais sensível, ou desenvolver uma reação alérgica ao protetor solar. Isso ocorre especialmente quando exposto à luz solar, resultando no que chamamos de fotossensibilização", diz Nicoletti.

O que pode ser confundido com alergia no verão são as brotoejas que surgem quando as pessoas estão sentadas por longos períodos, sem ventilação para o corpo.

O médico Reinaldo Tovo Filho, coordenador do núcleo de dermatologia do Hospital Sírio-Libanês, afirma que pode surgir em crianças excessivamente agasalhadas ou em idosos que permanecem por muito tempo na cama ou sentados sem se mover. É comum acontecer na região do dorso, mas pode ocorrer em todo o corpo.

Tovo também alerta que há doenças de pele que são agravadas pela exposição solar, como a urticária solar. Ela se manifesta pelo surgimento de placas avermelhadas que são bastante pruriginosas e podem se espalhar pelo corpo, causando coceira e incômodo.

Alergia ao suor existe?

Segundo Nicoletti, é extremamente raro. Mas ela explica que o suor é ácido para a pele, por isso em uma pele sensível, desidratada, com alguma inflamação, o suor pode agir como um agente abrasivo e irritante para a pele.

A dermatite atópica seria um desses casos, apesar de não ser uma alergia —é uma condição que pode piorar por conta do suor.

"Pessoas com dermatite atópica possuem pouca proteção, resultando em falta de hidratação. Consequentemente, elas tendem a sentir mais coceira nas dobras da pele, na região facial, apresentando vermelhidão e, às vezes, até fissuras. Quando essas pessoas transpiram pelo suor, uma série de substâncias, incluindo sais, pode causar prurido", diz Tovo.

Como saber se é alergia ou doença de pele?

Nicoletti diz que alergia provoca coceira e não há manifestações sistêmicas, como febre, dor no corpo, cansaço ou dor articular, além de melhorar com antialérgicos ou pomadas de corticoides hidratantes.

Mas a médica recomenda fazer uma biópsia para diferenciar de forma precisa as alergias das doenças dermatológicas na pele.

Segundo Tovo, outra diferença é que as alergias são mais passageiras, pois ao remover o agente causador da reação, ocorre melhora. Já as doenças de pele tendem a ser mais prolongadas, em caso de dúvida, é aconselhável procurar um dermatologista.

Como cuidar e prevenir alergia no verão?

  • Manter a pele estruturada e hidratada com a utilização de um hidratante compatível com o tipo de pele da pessoa
  • Ao frequentar piscinas com cloro, água do mar ou em situações em que há transpiração intensa, é importante tomar um banho com água doce, reaplicar o hidratante e o protetor solar
  • Não ignorar os sinais de sensibilidade de contato se perceber que algum produto está causando reações alérgicas e escolher os produtos certos para evitar complicações
  • Usar roupas leves e ventiladas nos dias quentes
  • Evitar banhos muito quentes, pois isso pode tirar a barreira de proteção da pele

Fontes: Brianna Nicoletti médica com especialização em alergia e imunologia, e o médico Reinaldo Tovo, coordenador do núcleo de dermatologia do Hospital Sírio-Libanês.

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