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Cientistas descobrem que há 5 tipos da doença de Alzheimer

Descoberta pode mudar tratamento da doença, segundo especialistas

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Isabella Escobedo
DW

Um estudo recentemente publicado na revista Nature Aging trouxe um avanço significativo na compreensão da doença de Alzheimer e pode mudar a maneira como essa doença neurodegenerativa é tratada.

Ao analisar o líquido cefalorraquidiano de mais de 400 pacientes, uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por Betty Tijms, da Universidade Livre de Amsterdã, descobriu que existem cinco variantes biológicas da doença de Alzheimer.

Cada variante do Alzheimer tem características exclusivas, segundo pesquisadores - Brian Snyder/Reuters

Essas variantes não só parecem diferir na forma como afetam o cérebro, mas também na forma como podem responder aos tratamentos.

Essa classificação é uma etapa importante para a compreensão das diferenças na progressão da doença de Alzheimer entre os pacientes e sugere haver necessidade de abordar cada variante individualmente, o que pode levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.

Além disso, a descoberta oferece esperança de um diagnóstico mais precoce e a possibilidade de intervenções que retardem o início dos sintomas da doença de Alzheimer.

Ao compreender melhor as variações específicas na forma de afetar o cérebro, os pesquisadores podem abrir caminho para terapias mais precisas e medidas preventivas adaptadas a cada subtipo dessa doença complexa.

Cinco subtipos identificados

A equipe liderada por Tijms realizou um extenso estudo de proteínas no líquido cefalorraquidiano de pacientes com Alzheimer e de indivíduos de controle, descobrindo diferenças marcantes entre os subtipos da doença.

Essas diferenças vão desde o aumento da produção de amiloide no subtipo 1 até alterações na barreira hematoencefálica no subtipo 5. Cada variante do Alzheimer tem características exclusivas, o que sugere que as estratégias de tratamento devem ser específicas para cada subtipo, em vez de se aplicar uma solução única para todos.

Além disso, os pesquisadores descobriram que cada subtipo tem um perfil de risco genético distinto e apresenta variações nos resultados clínicos, no tempo de sobrevivência e nos padrões de atrofia cerebral.

Por exemplo, o subtipo caracterizado pela hiperplasticidade mostra uma resposta de crescimento celular excessivo, levando ao acúmulo de proteínas amiloide e tau. Por outro lado, no subtipo com ativação imune inata, o sistema imunológico ataca excessivamente o tecido cerebral saudável.

Implicações para o tratamento

Essa descoberta é fundamental, pois implica que alguns medicamentos podem ser eficazes apenas em determinados tipos de doença de Alzheimer.

Os medicamentos que têm como alvo a redução da amiloide podem ser benéficos para subtipos com alta produção de amiloide, mas podem ser prejudiciais para subtipos com baixa produção de amiloide.

Uma abordagem personalizada do tratamento do Alzheimer pode ser fundamental para o desenvolvimento de terapias mais eficazes, adaptadas às necessidades individuais de cada paciente.

As descobertas de Tijms e sua equipe podem ser fundamentais para o desenvolvimento de novos medicamentos para Alzheimer.

Se a variante de cada paciente puder ser identificada, os ensaios clínicos poderão ser direcionados para testar medicamentos específicos para cada subtipo. Isso poderia melhorar significativamente a eficácia dos tratamentos e abrir novos caminhos para o enfrentamento dessa doença complexa.

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