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Sol e altas temperaturas favorecem o câncer de pele; saiba como se proteger

Dosar tempo exposto à luz solar e usar protetor adequadamente ajudam a evitar a doença

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São Paulo

Apesar de as altas temperaturas não causarem diretamente o câncer de pele, elas favorecem o uso de roupas menores, maior exposição ao sol e, consequentemente, aumentam o risco para o aparecimento da doença.

"É uma relação indireta. Primeiro, o calor está relacionado a uma maior radiação UV (ultravioleta), que é o principal fator para o câncer de pele. Segundo, estimula as pessoas a saírem de casa e se exporem mais à radiação UV. Elas vão à praia, às piscinas e ao parque", afirma Mirella Nardo, oncologista da Oncologia D'or e do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o Brasil deverá encerrar cada ano, até 2025, com 220.490 casos novos de câncer de pele não melanoma —101.920 em homens e 118.570 em mulheres. O não melanoma é o mais frequente no país, com letalidade baixa.

Turistas na praia  Martim de Sá, em Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo
Turistas na praia Martim de Sá, em Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo - Zanone Fraissat - 16.jan.2023/Folhapress

Para o câncer de pele melanoma —que tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade—, são estimados para o mesmo período 8.980 novas casos, sendo 4.640 em homens e 4.340 no público feminino.

O sol é o principal fator de risco para o câncer de pele. "A exposição ao sol pode ser crônica ou esporádica. A primeira se refere a quem trabalha sob o sol, por exemplo; a outra tem relação com as pessoas que não costumam tomar sol, a não ser nas férias ou no fim de semana.

Estudos mostram que o sol esporádico também favorece o câncer de pele", explica a dermatologista Juliana Toma, especialista em dermatologia oncológica pelo Instituto Sírio Libanês.

Especialistas orientam sobre como aproveitar o sol sem causar danos à saúde.

Quais os fatores de risco para o câncer de pele?

Além do sol, a radiação UV e o histórico familiar ou pessoal de melanona. Ter a pele, os olhos e os cabelos claros aumenta a predisposição. Exposição prolongada e repetida ao sol e a câmaras de bronzeamento artificial integram a lista.

Quais os sinais do câncer de pele?

Manchas que coçam, descamativas ou que sangram; pintas que mudam de tamanho, forma ou cor; e feridas que não cicatrizam em quatro semanas.

O câncer de pele ocorre principalmente nas áreas do corpo que são mais expostas ao sol —rosto, pescoço e orelhas.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia e a American Cancer Society defendem a regra do ABCDE para identificar os sinais sugestivos do melanoma:

  • Assimetria: uma metade de uma pinta é diferente da outra;
  • Bordas irregulares: contorno mal definido;
  • Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, avermelhada);
  • Diâmetro: maior que 6 milímetros;
  • Evolução: mudanças anormais em pouco tempo (tamanho, forma ou cor).

Em qual horário é desaconselhável ficar sob o sol?

Pelo menos das 10h às 16h, que é o pico de radiação. No período, dê preferência à sombra. Não é contraindicado sair de casa, basta tomar os cuidados necessários, hidratar-se e manter alimentação saudável.

Qual protetor solar é ideal?

A marca não é o mais importante. No mínimo, o produto deve ter fator de proteção 30 —acima de 50 para o rosto—, e proteger contra as radiações UVA e UVB. Quanto maior o número, melhor será a proteção. É recomendável, ainda, usar chapéu, boné e roupas com proteção UVB.

A radiação UVA é constante, o ano inteiro. A UVB tem picos durante o dia e é mais intensa no verão.

Bronzeador com fator de proteção protege a pele?

O uso não é recomendável. O bronzeador estimula as mesmas células que produzem o câncer e você pode ter a ativação de algum tipo de câncer de pele.

Como aplicar o protetor solar?

É importante passá-lo em partes do corpo que geralmente são esquecidas, como nos pés, no couro cabeludo (se for careca ou tiver falhas no cabelo), na boca e atrás das orelhas. O protetor deve ser reaplicado a cada duas horas —imediatamente ao transpirar muito ou entrar no mar ou na piscina. Para quem usa repelente, aplique-o após o protetor.

Como utilizar o protetor solar nas crianças?

Até 6 meses de idade não é recomendável passar protetor solar. A criança deve tomar sol de acordo com a recomendação do pediatra —cerca de 15 minutos antes das 10 horas da manhã e após às 16h. Neste caso, deve-se utilizar barreira física, como chapéu e roupas com proteção UV.

Dos 6 meses até os 2 anos, deve-se usar o protetor físico, indicado para peles sensíveis. O creme forma uma barreira na pele e reflete a luz do sol. É diferente do protetor químico, que absorve a radiação solar e não deixa ultrapassar a pele.

É verdade que a pele negra tem melhor proteção contra o câncer?

Existe uma certa proteção pelo aumento da quantidade de melanina, mas é importante ressaltar que indivíduos negros e de outras etnias também estão sujeitos ao melanoma.

Por que o sol faz mal à pele?

O sol causa mutações nas células da pele que, ao longo dos anos, vão gerar o câncer. O câncer de pele nada mais é do que uma célula que passa a se proliferar desordenadamente porque o DNA sofreu mutação, ocasionando a lesão.

Fontes: Mirella Nardo, oncologista da Oncologia D'or e do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) e a dermatologista Juliana Toma, especialista em dermatologia oncológica pelo Instituto Sírio Libanês

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