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Saúde admite atraso, mas diz que vai iniciar tratamento de pacientes de câncer em até 60 dias após exame

Lei de 2012 já estabelece que o primeiro tratamento oncológico no SUS deve começar em até dois meses

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Brasília

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, admite que há demora no início do tratamento para câncer no país e afirmou que a previsão é que passe a ter início com até 60 dias após o diagnóstico. A meta faz parte do Programa Mais Especialistas, lançado nesta segunda-feira (8), em evento com o presidente Lula (PT).

A lei já estabelece que o primeiro tratamento oncológico no SUS deve começar no prazo máximo de 60 dias a partir da assinatura do laudo patológico ou em prazo menor, conforme necessidade.

BRASILIA, DF, 08- 04-2024 O presidente Luiz Inacio Lula da Silva participa de coletiva temática sobre a saúde com a ministra Nisia Trindade - Folhapress

Segundo a ministra da Saúde, a previsão é ter o diagnóstico de tumores em até 30 dias no serviço público até 2025.

Já o início do tratamento para o câncer será de até 60 dias a partir do diagnóstico, também em prazo máximo de dois anos. Atualmente, o tempo é variado, mas chega a ser maior que o período anunciado.

"Vai mudar, em termos concretos, a qualidade do atendimento e o tempo de espera para diagnóstico. A previsão é ter em 30 dias e para o tratamento de câncer que ele se inicie em 60 dias após o diagnóstico. Essa é uma mudança da água para o vinho", disse.

Para ampliar o acesso da população a profissionais especialistas em hospitais e policlínicas, a pasta quer criar um modelo de cuidado com maior oferta de consultas, exames e cirurgias.

Isso será possível após um conjunto de mudanças, como o modelo de financiamento, contratação, planejamento em região de saúde, além do amparo da telessaúde.

Trindade disse que a partir do dia 1º de julho já será possível ter esse novo modelo de financiamento. Hoje, os serviços públicos e privados recebem recursos e são avaliados por fazer procedimentos, como consultas e exames.

Já com o programa, a pasta cria um novo modelo de pagamento que, além de aumentar os recursos para o setor, foca na realização do ciclo de cuidado e no tempo máximo para que isso aconteça.

Dessa forma, os recursos federais só serão repassados aos gestores locais caso realizem as consultas e exames necessários para um paciente num tempo máximo determinado.

Em 2050, o Brasil deverá registrar 1,15 milhão de novos casos de câncer e, nesse mesmo ano, a estimativa é de que a doença provoque 554 mil mortes no país, um aumento de 98,6% em relação aos óbitos ocorridos em 2022. Em todo o mundo, serão 35,3 milhões de casos e 18,5 milhões de vidas perdidas, uma alta de 89,7% em relação a 2022, segundo a Iarc (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), a agência da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Em todo o mundo, novos diagnósticos devem crescer 77% no mesmo período, de acordo com relatório publicado no periódico CA: A Cancer Journal for Clinicians. O motivo principal, segundo os especialistas, é o envelhecimento da população.

Ainda no anúncio desta segunda-feira (8), o governo afirma que, por meio dos núcleos de telessaúde, especialistas, como cardiologistas e oftalmologistas, vão poder fazer consultas online e análise de diagnósticos de médicos que atuam na atenção primária.

A iniciativa, segundo a pasta, permite reduzir as barreiras geográficas, diante da dificuldade de levar profissionais especializados às regiões remotas, e assegurar o acesso da população a este atendimento.

A meta da pasta para 2024 a 2026 é realizar 1 milhão de cirurgias por ano e reduzir o tempo de espera nas filas para consultas e exames.

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