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Brasil chega a 3.000 mortes por dengue em 2024

Número de óbitos até o momento é 2,5 vezes superior ao total em todo o ano de 2023

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Vitor Hugo Batista
São Paulo

O número de mortes confirmadas por dengue no Brasil, em 2024, chegou a 3.000. Outros 2.666 óbitos estão sendo investigados, o que pode elevar o total contabilizado.

Os dados são do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde desta sexta-feira (24).

Em relação aos casos prováveis da doença, o país já registra 5.213.564 casos.

Mosquito da dengue Aedes aegypti na pele de uma pessoa.
Mosquito da dengue Aedes aegypti na pele de uma pessoa. - Danilo Verpa - 06.mar.24/Folhapress

Os estados de São Paulo (805), Minas Gerais (519) e Paraná (367) são os que mais registram óbitos e também os que mais totalizaram casos graves da doença neste ano —13.738, 9.690 e 8.779, respectivamente.

Acre e Roraima são os únicos que não tiveram registros de dengue até o momento.

Por região, os estados do Sudeste concentram metade das mortes no país, 50,3%, seguidos dos estados do Sul (24,8%), Centro-Oeste e Distrito Federal (20%), Nordeste (4,2%) e Norte (0,7%).

O número de mortes confirmadas até este momento é 2,5 vezes superior a todo o ano de 2023, quando 1.179 brasileiros morreram de dengue.

Proporcionalmente à população, o Distrito Federal (9.078), Minas Gerais (7.115) e Paraná (4.780) apresentam as maiores taxas de casos por 100 mil habitantes. No estado de São Paulo, a taxa é de 3.245.

Nos últimos 24 anos, esses números representam os mais elevados já registrados pelo Ministério da Saúde.

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, a alta incidência está relacionada à emergência climática, que elevou as temperaturas e contribuiu para a proliferação de mais mosquitos, associada à ineficiência do serviço público de saúde, que ocasionou superlotação nos postos de atendimento do país.

Epidemiologistas afirmam que o período de maior risco ainda não terminou, e é crucial manter as medidas de prevenção, que incluem a eliminação dos criadouros do mosquito, como recipientes com água parada, principalmente vasos de plantas, garrafas e pneus. Além disso, orientam tampar caixas d´água, limpar o bebedouro dos animais de estimação com frequência e vedar ralos e pias.

Os especialistas recomendam procurar atendimento médico imediato aos primeiros sintomas de dengue, como febre alta, dores no corpo e manchas vermelhas na pele, para evitar complicações graves.

Sequelas de dengue

A dengue pode deixar sequelas, além dos sintomas clássicos da doença, como febre, dores no corpo e nas articulações. No final de abril, houve um aumento nas buscas por esse tópico, de acordo com o Google Trends.

A doença pode se manifestar através de febre alta, dor de cabeça, dor muscular, dores nas articulações, dor atrás dos olhos, náuseas e manchas no corpo.

Vale ressaltar que muitas pessoas não experimentam sintomas intensos, complicações ou sequelas após contrair dengue. O cansaço e o mal-estar podem ocorrer devido ao desgaste do organismo durante o período da doença e à demanda energética necessária para combatê-la.

Ao contrário da "Covid longa", a dengue não tende a prolongar seus efeitos por muito tempo. O risco de complicações é maior em casos de reinfecção, onde a resposta inflamatória pode ser amplificada.

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