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Chegada do inverno eleva casos de síndrome respiratória no país, diz Fiocruz

Internações causadas pelo vírus sincicial respiratório e pela Influenza A crescem no Centro-Sul

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São Paulo

O boletim InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado nesta quinta-feira (20), mostra aumento das internações por quadros de Srag (síndrome respiratória aguda grave) causadas pelo VSR (vírus sincicial respiratório) e pela Influenza A, vírus da gripe, no Centro-Sul do país.

O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares.

A alta circulação do VSR afeta a incidência e mortalidade nas crianças pequenas. Outro vírus com destaque para a incidência em crianças é o rinovírus. Nas últimas oito semanas, a mortalidade por Srag foi semelhante entre crianças pequenas e idosos. A mortalidade da população com mais de 65 anos é mais associada ao Covid e à Influenza A.

mulher negra usa uma máscara amarela e blusa azul escura. Mulher branca de cabelos enrolados coloca um curativo em seu braço
InfoGripe: cresce influenza A e VSR no Centro-Sul na chegada do inverno - Crédito: Unsplash

No cenário nacional, há um sinal de estabilidade nos quadros de Srag nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Segundo o boletim, a estabilidade é explicada por uma queda ou interrupção no crescimento das Srag por VSR e Influenza A em muitos estados do país, embora ainda estejam em ascensão em alguns estados do território nacional, especialmente na região Sul.

Porém, devido às inundações do Rio Grande do Sul, a Fiocruz alerta que os dados mais recentes devem ser analisados com cautela por conta dos eventuais impactos na capacidade de atendimento e registro dos casos de Srag no estado gaúcho.

Marcelo Gomes, pesquisador e coordenador do InfoGripe, entende que o aumento das internações pode estar associado com o início do inverno, quando a transmissão de vírus respiratórios se intensifica.

Na atualização, 11 unidades federativas apresentam sinal de crescimento de Srag na tendência de longo
prazo: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte,
Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo. Em contraste com outros estados do país, Acre, Amazonas e Amapá ainda mostram crescimento de internações em crianças por VSR.

Em 2024, foram notificados 78.835 casos de Srag, o 38.361 (48.7%) eram positivos, 28.662 (36.4%) negativos e 7.398 (9.4%) aguardam resultado laboratorial. Nas últimas quatro semanas, os vírus que mais prevaleceram entre os casos positivos foram: VSR (51%), Influenza A (22,6%), Covid-19 (5,2%) e Influenza B (0,6%). Entre os casos de morte com resultado positivo para algum vírus respiratórios, tem-se Influenza A (46%), Influenza B (0,3%), VSR (22,6%), e Covid-19 (22,9%).

O estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 17 de junho.

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