Dois novatos em Copa Davis e que nunca jogaram um torneio de nível ATP na carreira. Estes são João Pedro Sorgi, 24, e Thiago Wild, 17.
Entre esta sexta-feira (2) e sábado (3), eles terão a missão de representar o Brasil contra a República Dominicana, em Santo Domingo. O confronto fora de casa, em piso duro, será válido pela primeira fase do Zonal Americano do torneio entre nações
Sorgi (365º do mundo) e Wild (621º) entraram na fogueira, após uma série de baixas no time nacional.
Rogério Dutra Silva, o Rogerinho (101º), Guilherme Clezar (220º) e João Souza, o Feijão (241º), optaram por priorizar seus calendários de torneios no saibro e pediram dispensa da convocação.
Thomaz Bellucci (107º) foi liberado de suspensão por doping na última quarta-feira (31), mas o capitão João Zwetsch avaliou que ele chegaria sem ritmo de jogo por estar seis meses inativo.
Sorgi faz o primeiro jogo contra José Hernández (284º do ranking), às 18h (de Brasília, com Bandsports e SporTV 3). Wild ficará na reserva, podendo ser escalado por Zwetsch em caso de lesão ou desempenho ruim de um dos tenistas titulares.
A equipe brasileira ainda terá Thiago Monteiro, 117 do mundo, que encara Roberto Cid, 468º do ranking.
Nas duplas, o líder do ranking Marcelo Melo terá como companheiro o estreante em Davis Marcelo Demoliner. Eles enfrentam a parceria de Nick Hardt e José Olivares, a partir das 17h (de Brasília), no sábado (3).
Bruno Soares não jogará o torneio em 2018 para ficar mais tempo com a esposa Bruna, que está na fase final de sua segunda gravidez.
SURPRESAS
Wild, o mais novo da equipe, está na etapa final da transição para o profissional. Chega à República Dominicana após eliminação na segunda rodada da chave juvenil do Aberto da Austrália. Ele é o oitavo no ranking da categoria.
“Foi uma surpresa esta convocação. Não sabia de nada até a lista final sair. Vai ser uma experiência muito diferente, defender as cores do meu país, uma bandeira que vou levar por toda a minha carreira”, disse o tenista natural da cidade de Marechal Cândido Rondon (PR).
Treinado pelo pai Claudio Wild até os 14 anos, desde 2014 está na Tennis Route, no Rio de Janeiro, uma das principais academias do país.
Naquele ano, foi campeão do BNP Paribas Cup —um dos maiores torneios do mundo para atletas com até 14 anos—, disputando final em Roland Garros. Também naquela temporada levou o Brasil ao 4º lugar do Mundial da categoria.
Em torneios de categorias inferiores entre os profissionais, tem como melhor resultado o título do Future de Antalya (TUR) em 2017.
Wild é apontado como um dos principais tenistas da nova geração e já traça metas ousadas para a carreira: “Quem sabe não saio da Copa Davis para a Olimpíada de 2020?”
João Pedro Sorgi foi oitavo do mundo no ranking juvenil em 2011, mas ainda não conseguiu decolar entre os profissionais. Seu resultado mais destacado é o vice-campeonato do Challenger de Savannah (EUA), em 2017.
Na decisão, foi superado pelo local Tennys Sandgren, quadrifinalista da edição de 2018 do Aberto da Austrália.
O tenista natural de Sertãozinho (SP) protagonizou uma cena curiosa na qualificatória do Aberto do Rio de 2017.
Sem patrocínio, foi jogar a competição com quatro raquetes recém-compradas nos Estados Unidos. Para seu azar, o cabo de todas estavam com defeito e quebraram. Para jogar teve de improvisar. As remendou com cola e fita adesiva para não levar WO.
Sempre contando com ajuda financeira do pai, Sorgi acertou recentemente contrato de patrocínio com uma cooperativa de crédito.
Agora tem a chance de se apresentar ao Brasil na Davis.
“Estava de férias quando recebi a convocação. Fiquei surpreso e empolgado ao mesmo tempo”, disse Sorgi, que não disputou nenhuma partida oficial neste ano.
“Vou com uma expectativa boa. Tenho treinado bem nas últimas semanas. Farei o possível para ajudar a equipe. A Davis dá uma visibilidade importante. Espero que possa abrir as portas para mim e atraia novos patrocinadores”, disse o tenista, que ao longo da carreira profissional ganhou US$ 26 mil (R$ 83 mil) em premiações.
MUDANÇAS
A Copa Davis de 2018 começa com novidades em seu regulamento nos Grupos 1 e 2, correspondentes aos Zonais Continentais e equivalentes à segunda e à terceira divisões, respectivamente.
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