Descrição de chapéu basquete

Americanos que adotaram o Brasil buscam título inédito no basquete

Shamell, Larry Taylor e Tyrone, do Mogi, iniciam disputa na decisão do NBB contra o Paulistano

Shamell vibra na vitória da equipe sobre o Flamengo, no ginásio Hugo Ramos, apelidado pela torcida de 'La Casa de Shamell'
Shamell vibra na vitória da equipe sobre o Flamengo, no ginásio Hugo Ramos, apelidado pela torcida de 'La Casa de Shamell' - Fotojump/LNB
Daniel E. de Castro
São Paulo

​O título da temporada 2017/18 do NBB começa a ser decidido neste sábado (19) entre Paulistano e Mogi, duas equipes que buscam a conquista inédita no principal torneio de basquete do país.

As finais serão disputadas em uma melhor de cinco partidas. A primeira delas será no ginásio Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes (SP), às 14h.

Um triunfo seria inédito também para o trio de jogadores americanos que lideram a equipe paulista e são chamados de "Big Three".

Shamell Stallworth, Larry Taylor e Tyrone Curnell tornaram-se referências nos clubes brasileiros que defenderam e tiveram papel importante no crescimento da liga nacional. Nenhum deles, porém, conseguiu até hoje terminar o torneio com a taça.

O ala Shamell, 37, chegou ao Brasil em 2004, mas sua relação com o país não foi de amor à primeira vista.
Dificuldades com o idioma e para se adaptar à equipe de Araraquara (SP), além de uma lesão, o fizeram pensar que sua passagem pelo basquete brasileiro seria curta.

Não poderia estar mais enganado. Essas barreiras foram superadas, e Shamell passou por mais três times de São Paulo (Paulistano, Limeira e Pinheiros) antes de se transferir para o Mogi, em 2014.

"O Brasil hoje em dia é a minha primeira casa. Meus filhos [Jordan e Shamell Jr.] nasceram aqui e eu consegui me adaptar à cultura brasileira. Hoje vou aos EUA só para passear", afirma à Folha.

O ala, que disputou as dez edições do NBB, é o maior cestinha da história da competição. Na última partida das semifinais, contra o Flamengo, ele fez 40 pontos, sua maior pontuação no torneio.

A liderança e o desempenho o tornaram ídolo da torcida do Mogi, uma das mais presentes do basquete nacional e que esgotou os 5.000 ingressos para o jogo um da decisão em duas horas e meia.

Palco do confronto, o ginásio Hugo Ramos, conhecido como Hugão, ganhou um novo apelido recentemente: "La Casa de Shamell", inspirado na série de televisão espanhola "La Casa de Papel".

O armador Larry Taylor, 37, foi outro a adotar o país, onde chegou há dez anos. Ele inclusive se naturalizou brasileiro e disputou o Mundial de 2014 e a Olimpíada de 2016 pela seleção verde-amarela. Ídolo do Bauru, que defendeu por sete temporadas, Larry teve sua camiseta aposentada pela equipe do interior paulista.

Destaque individual do Mogi na competição, Tyrone, 30, ganhou fãs pelos lances de efeito e também pela marra em quadra. O ala/pivô foi o último do trio dos EUA a desembarcar no Brasil, em 2012.

Os americanos estão juntos no Mogi desde 2016. "Somos amigos, irmãos, não trocamos isso por nada e estamos crescendo juntos", diz Shamell.

Em 2011, após seis anos sem um projeto profissional de basquete na cidade, Mogi voltou ao esporte. Desde 2016 sob o comando do técnico Guerrinha, a equipe obteve conquistas importantes, como o Campeonato Paulista e o Sul-Americano. Nesta temporada, ficou com o vice da Liga das Américas. Agora falta o NBB.

"É tudo o que eu quero. A gente está com a oportunidade na nossa frente. Faltam três vitórias para conseguir realizar um sonho", afirma Larry.

Vice no ano passado, Paulistano busca coroar estilo de jogo

Se em 2017 o Paulistano foi a surpresa da final do NBB, neste ano a equipe era cotada como favorita ao título desde a fase classificatória, quando terminou na segunda posição, atrás apenas do Flamengo.

A proposta de jogo do técnico Gustavo de Conti, baseada em velocidade e muitos arremessos de três pontos, mas sem descuidar da defesa, se mostrou plástica e eficiente.

O estilo lembra o adotado por Golden State Warriors e Houston Rockets, finalistas da Conferência Oeste da NBA.

O armador Elinho, o ala Deryk e o ala/pivô Nesbitt são alguns dos destaques do elenco. O pivô Du Sommer, que se lesionou no último jogo das semifinais contra o Bauru, será desfalque nas finais.

Os jogos com mando da equipe da capital serão realizados no ginásio Wlamir Marques, localizado no Parque São Jorge e com capacidade para 6.500 pessoas.

MOGI x PAULISTANO
14h, em Mogi das Cruzes (SP)
Na TV: Band e SporTV 2

Jogo 2 Paulistano x Mogi 24.mai, 19h30 
Jogo 3 Paulistano x Mogi 26.mai, 12h35 
Jogo 4* Mogi x Paulistano 2.jun, 14h 
Jogo 5* Paulistano x Mogi 9.jun, 14h 
* Se necessário

Campeões do NBB

Flamengo - 5 títulos  (2009, 2013, 2014, 2015 e 2016)
Brasília - 3 títulos (2010, 2011 e 2012)
Bauru - 1 título (2017)

Os americanos de Mogi

Shamell 

No Brasil desde 2004, o ala de 37 anos já defendeu Araraquara, Paulistano, Limeira, Pinheiros e Mogi. É o maior cestinha do NBB, com 6.581 pontos

Larry Taylor

O armador de 37 anos chegou ao país em 2008 e atuou pelo Bauru por sete temporadas. Naturalizou-se brasileiro e defendeu o país em Mundial e Olimpíada

Tyrone

O ala/pivô tem 30 anos e veio ao Brasil em 2012 para jogar no Palmeiras. Com o Mogi já ganhou Paulista e Sul-Americano

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