Paris espera atletas de 91 países para celebrar diversidade nos Gay Games

Evento, que nasceu em 1982 em São Francisco, acontece de quatro em quatro anos

Participantes da delegação francesa na cerimônia de abertura  - Lucas Barioulet/AFP
Guilherme Costa
Londres

Com o lema “todos iguais”, a décima edição dos Gay Games, jogos mundiais da diversidade, começou no sábado (4) e se estenderá ao longo desta semana com competições esportivas e eventos culturais em Paris.

Está prevista a participação de mais de 10.000 atletas de 91 países, que disputarão 36 modalidades em 67 locais de competição na capital francesa.

Países com histórico de intolerância à homossexualidade, como Arábia Saudita, Egito e Rússia, estão representados.

O evento nasceu em 1982, em San Francisco (EUA), e ocorre a cada quatros, assim como os Jogos Olímpicos.

 

O objetivo é dar visibilidade a causas como diversidade, respeito e solidariedade. A participação não é restrita à comunidade LGBT. A inscrição é aberta para pessoas de todas as idades e varia de 120 a 205 euros (R$515 a R$ 880).

A delegação brasileira tem 54 integrantes. Camille Espagne, representante dos Jogos no país, diz que teve dificuldades para angariar um grupo maior de brasileiros pela falta de patrocinadores.

“Ainda não temos verbas para levar todos atletas, fizemos vaquinha na internet. O fato de o Gay Games ainda ser desconhecido é um fator para não conseguirmos patrocinador. As empresas já estavam com o orçamento fechado, isso atrapalhou. Mas claro que tem um pouco de preconceito”, afirmou a representante.

O Brasil terá atletas em dez esportes: futebol, vôlei, vôlei de praia, ciclismo, natação, atletismo, remo, esgrima, corrida e tênis. Uma das principais chances de medalha para o Brasil é o time de futebol chamado de BeesCats.

“Seremos a primeira equipe de futebol gay do país a defender as cores brasileiras no exterior, isso é representativo demais para todos”, disse Flavio Amaral, um dos destaques do time do Rio de Janeiro.

O francês Tony Estanguet, ex-atleta da canoagem e presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2024, que serão em Paris, mostrou apoio ao Gay Games.

“A luta contra a discriminação afeta todos os setores. Com Paris-2024, nosso objetivo é cultivar os valores centrais do esporte, de respeito e solidariedade, para impulsionar a mudança real nas atitudes e combater estereótipos”, afirmou Estanguet.

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