Ex-jogador do São Paulo, Daniel é vítima de crime bárbaro no Paraná

Jogador teve pênis decepado, que ainda não foi encontrado pela polícia

Meia Daniel quando atuava pelo São Paulo
Meia Daniel quando atuava pelo São Paulo - Marcello Zambrana/Agif
Rafael Moro Martins
Curitiba

O meia Daniel, ex-São Paulo e que estava emprestado ao São Bento, foi encontrado morto em um matagal em São José dos Pinhais, no Paraná, no último sábado (27). A assessoria de imprensa do jogador confirmou a morte do jogador neste domingo (28).

A Folha apurou que o laudo da necropsia efetuada no corpo de Daniel indica morte por “esgorjamento”, nome técnico dado a uma lesão profunda na região lateral ou frontal do pescoço, produzida geralmente por instrumento cortante ou contundente. 

Um perito que pediu para não ser identificado disse que o atleta sofreu um corte na região cervical que quase o decapitou.

A reportagem também confirmou que o pênis do atleta foi decepado, e até agora ainda não encontrado pela polícia.

Os legistas não encontraram outros ferimentos no corpo de Daniel, que já foi liberado para a família do jogador, mas ainda está no Instituto Médico Legal (IML) em Curitiba.

A polícia já sabe que, antes de ser encontrado morto, Daniel foi a uma casa noturna em São José dos Pinhais e saiu de lá acompanhado por uma mulher.

A Polícia Civil do Paraná emitiu nota oficial a respeito do caso, em que diz ter as investigações avançadas:

"Sobre o caso do jogador de futebol Daniel Correa Freitas, de 24 anos, encontrado morto no sábado (27/10) na Estrada do Mergulhão, área rural de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, a Polícia Civil informa que um inquérito policial foi instaurado na Delegacia local para apurar os fatos. Os familiares da vítima também serão ouvidos. As investigações estão avançadas. Detalhes não serão repassados para não atrapalhar o andamento das diligências policiais."

Daniel chegou ao São Paulo em 2015, mas jogou pouco no clube do Morumbi
Daniel chegou ao São Paulo em 2015, mas jogou pouco no clube do Morumbi - Divulgação/São Paulo FC

Daniel tinha 24 anos e foi revelado pelo Cruzeiro, mas teve passagem de destaque no Botafogo. Vendido ao São Paulo como promessa, o jogador já chegou ao time paulista com uma lesão no ligamento do joelho direito. As contusões, inclusive, foram o grande problema da carreira de Daniel.

Emprestado ao Coritiba, sofreu uma tendinite no mesmo joelho operado e pouco conseguiu jogar. Ao voltar para o São Paulo, foi emprestado para a Ponte Preta, mas não convenceu a ponto de o time de Campinas aceitar bancar os altos salários do meia.

O jogador estava emprestado ao São Bento desde junho deste ano. A tendência era que ele permanecesse por lá até o final da Série B do Campeonato Brasileiro.

Nesta segunda-feira (29), o clube do Morumbi publicou uma nota de pesar no site oficial.

"O São Paulo Futebol Clube lamenta profundamente o falecimento do meia-atacante Daniel, que defendeu o clube em 2015 e 2016, e foi encontrado morto em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, no último final de semana", diz a nota, que repassa o histórico curto do jogador com a equipe.

EX-PREPARADOR LEMBRA DE DANIEL COMO "INTELIGENTE, TÍMIDO E RESERVADO"

Preparador físico de Daniel no Coritiba em 2017, Robson Gomes, que atualmente trabalha na Chapecoense, descreveu o jogador encontrado morto no sábado (27) como "acima da média, muito inteligente, tímido e reservado", e disse que a notícia da morte do meia deixou "arrasados" os que o conheceram.

"Puxa vida, que choque isso aí. Quem o conheceu está arrasado, sabe o menino que era. Imagino os pais como devem estar", disse Gomes em entrevista à Folha.

"[Daniel] Era um bom menino, companheiro, reservado. Era acima da média, muito inteligente, até por isso meio tímido. E era um baita jogador, que corria contra as lesões que o incomodaram, o impediram de ter uma sequência", lamentou Gomes.

“Eu o tratava como um filho, porque Daniel tem a idade do meu filho mais velho”, lembrou Gomes, que disse não considerar crível que a morte do jogador se deva a algum tipo de vingança.

“Impossível [pensar que ele tivesse inimigos]. Não era baladeiro, era um cara na dele. Quando morava em Curitiba, recebia visitas frequentes dos pais, que são de Juiz de Fora."

Daniel e Robson Gomes quase foram colegas na Chapecoense, revelou o preparador físico. "Gilson Kleina [técnico da equipe entre outubro de 2017 e agosto passado] tentou trazê-lo pra cá no começo do ano."

Com informações do UOL

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