Descrição de chapéu Campeonato Paulista 2020

Red Bull Bragantino muda estratégia para se impor contra grandes

Equipe recebe Palmeiras com ingressos populares e limite mínimo para visitantes

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Rodrigo Barneschi
São Paulo

A primeira tentativa da Red Bull de conseguir sucesso esportivo no Brasil foi a criação do Red Bull Brasil, em 2007, com sede em Campinas. A iniciativa teve seus lampejos dentro de campo, mas falhou em conseguir apoio da cidade, já dividida entre os tradicionais Guarani e Ponte Preta.

Com a compra do Bragantino, que passou a se chamar Red Bull Bragantino no começo deste ano, a fabricante de bebidas energéticas tem planos ambiciosos. Para tanto, decidiu investir não apenas em jogadores, mas também em estreitar a relação com a torcida local, com o objetivo de criar um ambiente favorável no estádio Nabi Abi Chedid.

Um novo modelo de divisão da arena começa a ser testado às 16h deste domingo (2), quando, pela quarta rodada do Campeonato Paulista, o time alvinegro recebe o Palmeiras, o primeiro grande brasileiro a visitar a equipe depois da mudança de identidade.

Contrariando o procedimento usual dos times do interior (que aproveitam esse tipo de oportunidade para faturar, com ingressos a preços elevados e carga majoritária para os visitantes da capital), o Red Bull Bragantino decidiu privilegiar o público local, com preços a partir de R$ 5.

Os palmeirenses, habituados a ocupar mais da metade do estádio no Campeonato Paulista, estarão restritos a um espaço que comporta 1.274 pessoas –da capacidade total de 10.600 lugares. Esses bilhetes, a R$ 20, se esgotaram em poucas horas, o que despertou o receio de invasão a outros setores.

Partida entre Bragantino e Londrina, válida pela Série B do Campeonato Brasileiro 2019
Partida entre Bragantino e Londrina, válida pela Série B do Campeonato Brasileiro 2019, no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista - Eduardo Anizelli/ Folhapress

Para efeito de comparação, no último duelo disputado na cidade, em 2018, os alviverdes ocuparam mais de 70% das dependências do estádio e tiveram de desembolsar ao menos R$ 80 pelo acesso à arquibancada.

O Red Bull Bragantino confirma que essa política será adotada contra todos os clubes, até mesmo na Série A do Campeonato Brasileiro, e que levou em conta o fato de parte expressiva dos participantes da elite nacional ter aficionados em todo o país, inclusive no interior paulista.

 

Ao limitar a presença dos adversários, a intenção é fazer valer o mando de campo e garantir vantagem técnica: espera-se que os jogadores possam se sentir mais à vontade e, sem tanta pressão, consigam se impor diante de qualquer oponente.

Tal medida, segundo o Red Bull Bragantino, somente pode ser revista em caso de solicitação do Ministério Público ou dos órgãos de policiamento. É pouco provável que isso aconteça, dado que está sendo respeitado o Regulamento Geral de Competições da CBF, que prevê carga mínima de 10% para visitantes.

Para preservar o mando de campo, o clube aceita renunciar a uma bilheteria mais polpuda decorrente de uma invasão de forasteiros –exatamente o oposto do que acontece com outras agremiações do interior, dependentes da renda desses poucos jogos grandes.

Com ingressos a R$ 5, a expectativa em Bragança Paulista é popularizar o acesso ao estádio. O desafio será conseguir isso em uma cidade que, a julgar pelos números, nunca foi das mais participativas: em média, apenas 2.839 de seus 170 mil habitantes prestigiaram o time nos cem jogos disputados no Nabi Abi Chedid de 2015 a 2018. 

A evolução registrada a partir de 2019 (5.137 torcedores por partida) está atrelada aos investimentos feitos pela empresa parceira e à campanha que levou ao título da Série B pela segunda vez, recolocando o clube na elite nacional depois de 22 anos.

RED BULL BRAGANTINO
PALMEIRAS
16h,  Nabi Abi Chedid
Na TV: Globo

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