Descrição de chapéu Maradona (1960-2020)

Texto de Macron exalta Maradona e vitória sobre 'Inglaterra de Thatcher'

Presidente da França escreve carta emotiva de despedida ao craque argentino

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São Paulo

O presidente da França, Emmanuel Macron, publicou um longo texto em homenagem a Diego Maradona, que morreu aos 60 anos na última quarta-feira (25). O político de 42 anos recordou sua idolatria pelo craque nos tempos de garotinho e exercitou suas habilidades como cronista para exaltar o jogador.

“A mão de Deus tinha depositado um gênio do futebol na Terra. Agora, acaba de nos tirar”, diz a primeira frase da eulogia, que lista alguns dos feitos do camisa 10 e destaca sua histórica atuação na vitória por 2 a 1 da Argentina sobre a Inglaterra, nas quartas de final da Copa do Mundo de 1986, no México.

Macron chamou o duelo de “o mais geopolítico da história do futebol” e colocou como adversário de Maradona e da Argentina “a Inglaterra de Margaret Thatcher”. Thatcher era a primeira-ministra da Inglaterra, que havia derrotado os argentinos na Guerra das Malvinas, em 1982.

Em campo, orquestrada por Maradona, a seleção sul-americana levou vantagem. O meia anotou dois dos gols mais marcantes de todos os tempos no triunfo: um usando a mão esquerda, outro enfileirando meio time adversário.

“Em 22 de junho de 1986, na Cidade do México, marcou seu primeiro gol com Deus como companheiro”, descreveu Macron, que viu no segundo gol um misto dos talentos de Pelé, Garrincha e Kopa. “Em um mesmo jogo, deus e diabo, marcou os dois gols mais famosos da história do futebol. Havia um Rei Pelé, agora há um Deus Diego.”

A publicação foi divulgada pelo perfil do governo argentino nas redes sociais.

Para o presidente da França, o debate sobre o maior jogador de futebol de todos os tempos parece resolvido: “As lágrimas de milhões de órfãos respondem hoje com uma evidência dolorosa”.

Maradona dribla o goleiro Shilton antes de marcar o gol do século - Acervo - 22.jun.86/AFP

Macron ainda apontou um “sabor amargo” nas visitas do craque a Fidel Castro e Hugo Chávez e afirmou que “foi no campo que Maradona fez sua revolução”. E, por fim, deixou um abraço àqueles que, como ele, estavam lamentando o adeus.

“A todos os que pouparam sua mesada para completar o álbum Panini do México-86 com sua figurinha, a todos os que tiveram que negociar com sua mulher para batizar o filho de Diego, a todos os argentinos, os napolitanos que desenharam afrescos dignos de Diego Rivera em sua honra, a todos os amantes do futebol, o presidente da república envia os seus pêsames. Diego fica”, concluiu.

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