Descrição de chapéu Tóquio 2020 Natação

Selecionados sob pressão, nadadores brasileiros são postos à prova nas Olimpíadas

Sem medalha na piscina em 2016, modalidade espera evolução após chance única de vaga

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Tóquio

Nadar bem no momento certo, sob pressão, é condição básica para conquistar uma medalha olímpica. Após falhar nessa missão na Rio-2016, os atletas do país tentarão dar respostas em Tóquio-2020 a partir deste sábado (24), com o início das primeiras eliminatórias, às 7h, no horário de Brasília.

As finais serão realizadas sempre a partir das 22h30, atendendo a uma solicitação da TV americana, o que levará os competidores a nadarem na manhã japonesa, da mesma forma como ocorreu em Pequim-2008.

A campanha do Brasil em casa teve recorde de finais (oito), mas terminou sem nenhuma medalha nas piscinas. De acordo com levantamento feito pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), das 55 quedas na água dos atletas brasileiros, houve apenas três melhoras de tempo em 2016.

“Nas duas últimas Olimpíadas, os brasileiros nadaram muito mal no dia de suas provas. Eram ótimos atletas, estavam muito bem preparados, mas no dia nadaram mal. No Rio foi um desastre, uma competição horrorosa”, afirma o vice da confederação e chefe da natação em Tóquio, Renato Cordani.

A principal medida para tentar selecionar aqueles capazes de entregar bom desempenho sob alta tensão foi a criação de uma seletiva única para os atletas obterem os índices olímpicos de suas provas. Apenas os tempos nesse evento foram usados como critério para as vagas.

Organizada em abril, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, a seletiva selecionou 26 atletas, 16 homens e 10 mulheres. É o maior número para uma edição dos Jogos fora do Brasil.

“Queremos selecionar quem nada bem nessas competições e treiná-lo para isso. Vou pegar o que nadou bem sob pressão, não o que nadou mal. Eles mesmos falaram que sentiram uma pressão muito grande, alguns estavam mais pressionados na seletiva do que em Jogos que já tinham nadado”, diz Cordani.

“A gente espera que essa barreira, vencida de forma tão cruel, faça com que eles tenham mais tranquilidade para nadar as Olimpíadas, que é o real objetivo.”

A maioria das nadadoras classificadas competirá nos revezamentos 4 x 100 m livre, 4 x 200 m livre e 4 x 100 m medley misto, após o Brasil obter vagas numa repescagem mundial de tempos. Apenas Etiene Medeiros (50 m livre), Viviane Jungblut e Beatriz Dizotti (1.500 m livre) competirão em provas individuais.

A expectativa delas, assim como da maior parte da delegação, será chegar às finais. Alguns poucos vislumbram mais do que isso. As maiores chances, por outro lado, são de Bruno Fratus, nos 50 m livre, prova que terá sua final na noite do dia 31. Dono de quatro medalhas em campeonatos mundiais, o atleta de 32 anos ficou na quarta posição em Londres-2012 e em sexto na Rio-2016.

Bruno Fratus submerso
Bruno Fratus na piscina da base da natação brasileira para as Olimpíadas de Tóquio, na cidade de Sagamihara - Jonne Roriz - 18.jul.21/COB

Um dos mais regulares da veloz prova olímpica, ele já completou a distância 88 vezes abaixo de 22 segundos, bem à frente do segundo colocado nesse critério, o americano Nathan Adrian (65). Outro representante dos EUA, Caeleb Dressel, é o favorito e poderá chegar a até sete medalhas no Japão.

Fratus tornou-se o segundo velocista brasileiro a se classificar para três edições olímpicas nos 50 m livre, igualando-se a Fernando Scherer (Atlanta-1996, Sydney-2000 e Atenas 2004).

“O Bruno é super consistente. Ele vai chegar brigando por essa medalha e certamente os atletas estão olhando para ele com o mesmo respeito”, afirma Cordani. O nadador é treinado pela esposa, Michelle Lenhardt, que está em Tóquio como membro da comissão técnica brasileira. Fratus preferiu não dar entrevistas nos últimos meses para se concentrar nos treinamentos.

Os revezamentos masculinos do 4 x 100 m livre, principalmente, e do 4 x 200 m também almejam um lugar no pódio, mas a concorrência é alta, e os representantes terão que fazer suas “provas da vida” para ter chances. “As duas medalhas do Brasil no revezamento, em 1980 e 2000, ocorreram com performances extraordinárias. Em 1980, os quatro atletas melhoraram cada um dois segundos”, diz Cordani.

Nas provas individuais, outras chances mais palpáveis de finais, além de Fratus, são com Guilherme Costa (400 m e 800 m livre), Léo de Deus (200 m borboleta), Fernando Scheffer (200 m livre) e Pedro Spajari (100 m livre).

Cronograma de finais da natação em Tóquio

Com início às 22h30, de Brasília

Sábado (24)

400 m medley masculino
400 m livre masculino
400 m medley feminino
4 x 100 m livre feminino

Domingo (25)

100 m borboleta feminino
100 m peito masculino
400 m livre feminino
4 x 100 m livre masculino

Segunda (26)

200 m livre masculino
100 m costas feminino
100 m costas masculino
100 m peito feminino

Terça (27)

200 m livre feminino
200 m borboleta masculino
200 m medley feminino
1.500 m livre feminino
4 x 200 m livre masculino

Quarta (28)

800 m livre masculino
200 m peito masculino
200 m borboleta feminino
100 m livre masculino
4 x 200 m livre feminino

Quinta (29)

200 m peito feminino
200 m costas masculino
100 m livre feminino
200 m medley masculino

Sexta (30)

100 m borboleta masculino
200 m costas feminino
800 m livre feminino
4 x 100 m medley misto

Sábado (31)

50 m livre masculino
50 m livre feminino
1.500 m livre masculino
4 x 100 m medley feminino
4 x 100 m medley masculino

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