Descrição de chapéu Tóquio 2020

'Vou à Olimpíada', afirma Fernanda Borges, brasileira suspensa por doping

Atleta do lançamento de disco diz ter provado inocência; confederação espera notificação

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São Paulo

"Eu vou para a Olimpíada. Não tenho dúvida de que isso vai acontecer"

Fernanda Borges, 32, é enfática ao assegurar sua presença na competição de lançamento de disco nos Jogos, que começam neste mês. Seu nome chegou a ser anunciado no início da tarde desta quinta-feira (1º) como integrante da equipe brasileira no atletismo.

Fernanda Borges durante treinamento para o Mundial de Atletismo em Londres
Fernanda Borges durante treinamento para o Mundial de Atletismo em Londres - Wagner Carmo-29.dez.18/CBAt

Ela foi um dos 52 nomes confirmados pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo). Em abril, havia obtido a marca de 64,21 m, superior ao índice olímpico de 63,50m. Horas antes da divulgação do time para ir à Tóquio, ela apareceu no site da Athletics Integrity Unit, órgão ligado à World Athletics, entidade que regula o atletismo.

Segundo a entidade, exame antidoping realizado em 21 de maio constatou a presença de Ostarine no organismo de Fernanda, uma substância considerada dopante por modular o metabolismo e ajudar a ganhar massa muscular. Por isso, ela está suspensa preventivamente e fora dos Jogos Olímpicos.

Pela página Athletics Integrity Unit, uma notificação do caso teria sido emitida.

"Não sei por que apareceu isso [no site]. Eu já provei a minha inocência, já provei que houve contaminação [cruzada, com doping involuntário]. Tudo isso está me dando mais combustível [para competir]", disse a atleta à Folha.

Consultada pela reportagem, a CBAt afirma ter ficado sabendo da suspensão provisória de Fernanda de maneira informal, "por meio de publicação no Twitter e no site da Athletics Integrity Unit". A confederação espera uma confirmação formal. Os órgãos nacionais não têm competência sobre o doping.

Sem ela, o número de atletas do atletismo brasileiro em Tóquio cai para 51.

"Eu estou bem tranquila a respeito disso. Sei da minha inocência. Não posso fazer nada por enquanto, mas vou estar lá [competindo]", completa a atleta.

A CBAt já tinha conhecimento do caso, mas não havia como deixar de incluí-la no time brasileiro, já que não existia nenhum julgamento.

Com a suspensão provisória, Fernanda necessitaria de uma decisão superior para reverter o caso. Como a que aconteceu com o brasileiro Sanderlei Parrela, que em 2000 era vice-campeão mundial dos 400 m rasos. A World Athletics informou que o esteroide Nandrolona, um anabolizante, havia sido encontrado na urina do atleta e o suspendeu por dois anos.

Mas ele e seu técnico Luiz Alberto de Oliveira provaram que as amostras de urina estavam alteradas e, com isso, o teste realizado era inválido. O COB (Comitê Olímpico do Brasil) conseguiu liberá-lo para participar da Olimpíada de Sydney pouco antes do evento.

Apesar desse precedente, a CBAt afirma que nada poderá fazer se a informação que consta na Athletics Integrity Unit não mudar. A eliminatória feminina do lançamento de disco, nos Jogos de Tóquio, está marcada para o próximo dia 31.

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