Poucos são os jogadores que atuaram em quatro Copas. Pelé é um deles.
Mas Pelé jogou só pouco mais da metade dos jogos. Na época em que uma seleção disputava seis partidas até o título, o astro atuou em 13. Sempre por causa de contusões.
Na conquista na Suécia, em 1958, ele só estreou no quarto confronto.
Quatro anos depois, no Chile, teve novamente uma contusão séria. Ele já não vinha jogando regularmente no Santos. Na seleção, o período de preparação em Friburgo e Serra Negra não foi suficiente para recuperá-lo. Pelé estava esgotado.
Em 1961, o Santos jogou até 27 de dezembro, e, em 1962, já estava em campo em 3 de janeiro. O time fez 94 partidas, e Pelé marcou 110 gols.
Foi nessas circunstâncias que o jogador estreou na Copa do Mundo. Contra o México, ele fez o cruzamento para Zagallo marcar o primeiro gol, de cabeça. Depois, fez o segundo.
Mas o frio de Viña del Mar naquele 2 de junho foi fatal para sua saúde muscular. Aos 25 minutos, após chutar com força da entrada da grande área, Pelé parou e não conseguiu mais andar normalmente.
Havia sofrido uma distensão na virilha. Os jogadores tchecos, liderados pelo craque Masopust, evitavam o contato com ele, nas raras vezes em que pegava na bola. Não havia substituição. E o jogo terminou em 0 a 0. Pelé estava fora da campanha pela conquista do bi mundial.
Na Copa de 1966, na Inglaterra, uma nova tragédia. Pelé excursionou com o Santos no começo do ano, regressou no Carnaval para casar-se com Rosemeri dos Reis Cholbi e viajou em lua de mel.
Apresentou-se à seleção com mais 44 jogadores, uma grande desorganização que o técnico Vicente Feola não conseguia administrar.
Em 12 de julho, o Brasil estreou contra a Bulgária. Venceu por 2 a 0, Pelé fez gol de falta, mas o time não convenceu. Pior: o craque sentiu de novo dores no joelho direito.
Ficou fora da derrota por 3 a 1 para a Hungria, mas restava o jogo com Portugal. Só a vitória salvaria a seleção.
E Pelé, mesmo sem a menor condição física, entrou em campo. O jornal Diário da Noite estampou no dia da partida: "Pelé, jogai por nós!".
Ele não conseguia correr, não tinha agilidade para fugir das pancadas dos rivais e, após falta dura de Moraes, não conseguiu mais jogar. Novamente, por não haver substituição, ficou arrastando-se até o último minuto.
Portugal venceu por 3 a 1. A imprensa mundial elegia Eusébio como o "novo rei".
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.