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Maturidade de Verstappen e azar de Leclerc deixam holandês no caminho do bi na F1

Com mais da metade do campeonato disputado, piloto da Red Bull lidera com folga

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São Paulo

Primeiro foi um grito de frustração, ainda dentro do carro. "Nãoooo!" Depois, veio o desabafo: "Desse jeito, não mereço o título."

Perder a chance de lutar pela vitória na última etapa da F1, disputada na França, abalou Charles Leclerc. O monegasco liderava a prova quando cometeu um erro na 18ª volta, perdeu controle do carro na curva 11 e foi parar na proteção de pneus.

Pior para o piloto da Ferrari foi ver Max Verstappen, da Red Bull, herdar a primeira posição, vencer a corrida e ampliar a sua vantagem na liderança do Mundial de Pilotos para 63 pontos (233 a 170), com sete vitórias contra três do monegasco, passados 12 GPs –mais da metade dos 22 previstos no calendário.

"Isso não diminui o quão bom ele [Leclerc] é como piloto, é fantástico. Mas ele cometeu um erro", resumiu o chefe da Ferrari, Mattia Binotto. "Foi um erro genuíno de Charles."

Max Verstappen e Charles Leclerc conversam durante o GP de Miami, nos EUA
Max Verstappen e Charles Leclerc conversam durante o GP de Miami, nos EUA - John David Mercer - 7.mai.22/USA TODAY Sports

Não foi o primeiro deslize do monegasco na temporada. Por outro lado, a equipe italiana também está em débito com ele devido a falhas no carro que lhe custaram pontos importantes —somando tudo isso, ele já deixou de ganhar pelo menos 107 pontos ao longo do ano. Só abandonos foram três.

É um prejuízo grande, sobretudo, porque Leclerc disputa o Mundial com um dos pilotos mais consistentes do grid. A condição de atual campeão deu ao holandês mais maturidade e, mesmo com um carro que nem sempre é mais rápido do que as Ferraris, tem aproveitado as chances para buscar o bicampeonato.

Neste domingo (31), a disputa entre eles vai continuar no GP da Hungria, às 10h (de Brasília).

Um bom exemplo da experiência adquirida por Verstappen foi visto justamente na última prova. Logo nas primeiras voltas, ele teve a chance de se aproximar de Leclerc para brigar pela ponta. Porém, antes de dar o bote, conteve seu ímpeto natural e consultou a equipe sobre a melhor estratégia. Orientado a poupar os pneus, ele esperou o momento ideal para lutar pela posição —o que só não ocorreu pelo erro de Leclerc.

Verstappen também soube lidar com as frustrações no início da temporada, quando duas quebras em sua Red Bull o impediram de completar os GPs do Bahrein e da Austrália.

Enquanto isso, Leclerc disparava na liderança. Ele ficou na dianteira até a quinta etapa, quando somava 104 pontos contra 85 de Verstappen.

Nas cinco primeiras corridas, o monegasco só não chegou no pódio no GP disputado em Emilia-Romagna, quando cometeu seu primeiro erro. Ele vinha em terceiro, mas acabou rodando sozinho, danificou sua asa dianteira e cruzou a linha de chegada em sexto —Verstappen venceu.

Na Espanha, na sexta etapa, seria a vez de a Ferrari deixar o piloto na mão. Ele liderava com folga quando o motor do carro quebrou. Novamente o holandês pulou para primeiro e, desta vez, também ultrapassou o rival na classificação, 110 a 104 àquela altura. Depois disso, ele não saiu mais da primeira posição.

Mesmo quando não tinha o carro mais rápido do fim de semana, ele apresentava regularidade. Tanto que, com exceção das etapas no Bahrein e na Austrália, pontuou em todas as corridas, algo fundamental para a posição que ele ocupa hoje.

O próprio holandês reconhece, contudo, que sua folga na classificação é maior do que poderia ser caso a Ferrari e Leclerc não tivessem cometidos erros e sofrido com o carro.

"A liderança que temos é ótima, mas provavelmente ela é um pouco maior do que deveria ser quando você olha para o desempenho dos carros entre as duas ponteiras [Ferrari e Red Bull]", afirmou. "É sempre muito importante marcar pontos constantemente, mesmo em um dia ruim", acrescentou o campeão.

Leclerc também sabe disso, porém descarta mudar seu estilo no restante para temporada para evitar novos erros. "Isso [a maneira de pilotar dele] foi que me deu vantagem na maioria das corridas deste ano."

Mesmo assim, ele reconhece que precisa melhorar. "Sinto que estou no nível mais alto da minha carreira desde o início da temporada, mas não faz sentido jogar nesse nível alto se estou cometendo esses erros."

Depois da etapa na Hungria, a F1 ficará sem corridas por quase um mês, até o dia 28 de agosto, quando o campeonato retorna com o GP da Bélgica.

Confira a classificação do Mundial de Pilotos

1º Max Verstappen - Red Bull - 233
2 Charles Leclerc - Ferrari - 170
3º Sergio Pérez - Red Bull - 163
4º Carlos Sainz - Ferrari - 144
5º George Russell - Mercedes - 143
6º Lewis Hamilton - Mercedes - 127
7º Lando Norris - McLaren - 70
8º Esteban Ocon - Alpine - 56
9º Valtteri Bottas - Alfa Romeo - 46
10º Fernando Alonso - Alpine - 37
11º Kevin Magnussen - Haas - 22
12º Daniel Ricciardo - McLaren - 19
13º Pierre Gasly - AlphaTauri - 16
14º Sebastian Vettel - Aston Martin - 15
15º Mick Schumacher - Haas - 12
16º Yuki Tsunoda - AlphaTauri - 11
17º Guanyu Zhou - Alfa Romeo - 5
18º Lance Stroll - Aston Martin - 4
19º Alexander Albon - Williams - 3
20º Nicolas Latifi - Williams - 0
21º Nico Hulkenberg - Aston Martin - 0

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