Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Em hotel de luxo em SP, torcida come e bebe bem, e vibra pouco

Rosewood oferece tenda coberta com open bar por R$ 400 nos jogos da seleção

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São Paulo

A chuva que começou a cair forte na região da avenida Paulista no fim do primeiro tempo não incomodou quem assistia ao jogo do Brasil contra a Suíça na Summer Tent, espaço criado no luxuoso hotel Rosewood São Paulo —a tenda era coberta, erguida provisoriamente sobre o Jardim dos Ciprestes.

Aos 5 minutos de jogo, não havia tensão, mas o aroma de trufas já dominava o ambiente. Alguém tinha pedido a porção de batata frita com maionese trufada, por R$ 50.

Com ingresso a R$ 400, que dava direito a open bar (petiscos eram cobrados à parte), cerca de cem pessoas se esparramavam em poltronas, sofás e cadeiras acolchoadas para lá de confortáveis, em um ambiente com lotação para 260 lugares.

Torcedores acompanham jogo na Summer Tent, no Rosewood São Paulo, com ingressoa a R$ 400 com open bar
Torcedores acompanham jogo na Summer Tent, no Rosewood São Paulo, com ingressoa a R$ 400 com open bar - Karime Xavier/Folhapress

"Na estreia contra a Sérvia, uma sexta às 16h, foi bem melhor, vieram umas 160 pessoas, hoje sabíamos que teria menos gente por causa do horário", diz Tessa Ferraz, gerente de comunicação do hotel. E ela já avisa que as reservas estão bombando para o terceiro jogo da seleção, na sexta (2), às 16h.

O grupo Rosewood Hotels & Resorts tem mais de 30 hotéis no mundo, com o complexo de São Paulo sendo um dos últimos inaugurados. Vai ter também em Doha, terra da Copa, mas só em 2023.

E sim, tinha cerveja no espaço, a espanhola Estrella Galícia. Mas os torcedores preferiam bebericar drinques como gim-tônica, feito com limão-siciliano, ou o coquetel Lillet Vive, com Lillet Blanc, água tônica, morango, pepino e hortelã, ambos refrescantes.

A camisa amarela oficial da seleção dava o tom da torcida, com algumas azuis aqui e ali. Havias as verdes também, mas a grife era outra. Apesar dos cinco telões, quatro formando um retângulo acima do bar e mais um no fundo do espaço, algumas crianças preferiam se distrair no pebolim.

Torcedores acompanham jogo no Summer Tent, no Rosewood São Paulo
Torcedores acompanham jogo no Summer Tent, no Rosewood São Paulo - Karime Xavier/Folhapress

Mais elegantes que os torcedores só mesmo os funcionários, em ternos bem alinhados, alguns com lenço no pescoço e gravata de nó impecável, ou os garçons, de camisa social e calça cropped de alfaiataria (um pouco mais curta que a barra italiana) branca. Chiques.

Com o primeiro tempo morno, os torcedores-comensais também não se manifestaram muito. Ao contrário do que foi presenciado na Fan Fest do vale do Anhangabaú, no centro, não havia gritos agudos nas arrancadas pelas pontas ou nas tentativas de ataque dos comandados de Tite. A única corneta era do bartender, tocada apenas nos gols —no anulado, de Vinícius Jr., também.

Um cardápio com oito petiscos foi preparado pelo chef executivo Felipe Rodrigues, responsável pelos menus dos quatro restaurantes e dois bares do complexo gastronômico do Rosewood.

Os quitutes faziam referência a países do Mundial, como o espanhol bocadillo de jamon e tomate (por R$ 65), as bifanas de porchetta no minipão francês, com mostarda e aioli, homenagem a Portugal, por R$ 55, ou o cheeseburger de wagyu, com cheddar tipicamente inglês e picles, por R$ 75 —além das batatas fritas citadas no começo do texto, de inspiração belga.

"Fiz uma pesquisa nas comidas mais consumidas nos estádios dos países cabeças de chave da Copa", conta Rodrigues, empolgado com o jogo.

Com tanta oferta de comidas e bebidas, a torcida realmente consumia bem mais do que vibrava —o jogo também não ajudou.

No intervalo, Alex Detter, 39, e a mulher, Natália, empurravam o sofá meio metro para frente para escapar da chuva que molhava as extremidades do jardim.

Depois de reunir os amigos em casa no primeiro jogo, acharam o espaço uma boa opção para ver a partida disputada às 13h.

"Esse horário é ruim para chamar os amigos", conta Natália, emendando que "a gente ama vir aqui". O casal, que assistia ao jogo com o filho e um sobrinho, já conhecia quatro espaços gastronômicos do hotel, e encontrou a Summer Tent pelo Instagram. "O complexo é muito gostoso", diz Detter, que trabalha no mercado financeiro.

Quando o segundo tempo começou, ninguém deu muita pelota, além de Galvão Bueno, quando os suíços fizeram uma jogada perigosa aos 7 minutos. Homens e mulheres bebiam, comiam e sorriam na tenda.

Funcionárias passavam com rodos e limpavam qualquer pegada molhada quando Richarlison, aos 10 minutos, quase completou o cruzamento de Vinícius Júnior.

A explosão de alegria veio aos 20 minutos, com o gol do atacante do Real Madrid. O "aahhhhh" depois da anulação, por intervenção do VAR, foi bem mais discreto.

Mas a Summer Tent, que também pode receber casamentos e outras celebrações, estava fadada à festa. E ela veio aos 38 minutos, com o gol de Casemiro, que não foi anulado.

A tenda seguiria aberta até as 20h, com o bloco carnavalesco Lua Vai, mas sem open bar. Nem por isso os presentes precisariam ficar com a garganta seca. Drinques continuam sendo servidos, como o Elixir da Manhã, com vodca premium importada, laranja, chocolate branco e coco, por R$ 70, menos do que uma cerveja no Qatar.

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