Gündogan não mede palavras para criticar atuação da Alemanha contra o Japão

Jogadores lamentam as falhas na defesa que possibilitaram a virada do rival

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Doha (Qatar)

O fantasma da eliminação na primeira fase da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, novamente atacou a Alemanha na derrota por 2 a 1 para o Japão, nesta quarta-feira (23), no Qatar. E a queda deixou os jogadores cabisbaixos e frustrados.

O meia Gündogan, autor do gol que abriu o placar, foi o mais enfático e bateu duramente na forma como sua equipe atuou, dando espaços para o rival virar o placar.

"Nós tornamos tudo muito fácil para o Japão. Principalmente o segundo gol, não sei se já houve gol mais fácil em uma Copa do Mundo. Isso não deve acontecer. Você tem a sensação de que nem todo mundo na frente queria a bola. Estamos na Copa do Mundo. Manu [Neuer] nos salvou algumas vezes. Tivemos chances incríveis de marcar, mas não aproveitamos", lamentou.

Alemão Gündogan coloca as duas mãos na cabeça em desespero pela derrota
Autor do gol alemão contra o Japão, Ilkay Gündogan se desespera com a derrota na Copa do Mundo do Qatar - Annegret Hilse/Reuters

O goleiro Neuer também criticou sua defesa de forma inusitada. "Deixamos o adversário forte. Se você não der passes telegrafados para a frente, não receberá um olho por olho. Achamos que resolveríamos isso de alguma forma. Isso é uma grande decepção, estamos frustrados. Agora temos um problema. Temos que jogar melhor contra a Espanha e mostrar o potencial que temos".

O capitão também enfatizou a importância que os erros defensivos de seu grupo tiveram para o resultado final. "Todos têm muita experiência, erros individuais aconteceram na defesa, a gente deixou eles livres para correr, isso foi claro de se ver, e não conseguimos impedir que eles fizessem o segundo gol. Poderia ter sido diferente. Eu sou uma pessoa que realmente se preocupa com o jogo defensivo."

O atacante Thomas Müller foi um pouco na contramão dos companheiros. Ele afirmou que o domínio do jogo foi de sua equipe, mas também lamentou as falhas coletivas.

"Fomos absolutamente superiores e fizemos um bom jogo. Com essa falta de eficiência na frente e atrás, fica difícil ganhar jogos. Eu ainda estou perdido. Da forma como o jogo foi jogado, na maioria das vezes você sai vitorioso. Temos que cuidar para sacudir isso. Temos que vencer a Espanha, queríamos tirar essa pressão contra a Espanha".

Outro que ficou abalado foi o técnico alemão, Hansi Flick, que afirmou estar "brutalmente desapontado".

"Conseguimos merecidamente uma vantagem de 1 a 0, foi mais do que merecido. Perdemos muitas chances de gol. Basta dizer que o Japão claramente nos venceu em termos de eficiência. Os erros individuais que cometemos simplesmente não devem acontecer. Precisamos formar os jogadores agora. Não teremos uma boa viagem para casa porque todo mundo tem isso na cabeça agora e todo mundo está chateado por não termos vencido o jogo hoje. Ainda temos dois jogos."

Sobre o protesto silencioso no início do jogo contra a proibição do uso da braçadeira de capitão com as cores do arco-íris contra a discriminação, quando os atletas taparam a boca com a mão, Julian Brandt afirmou que a ação foi o que o time pôde fazer na situação.

Ele respondeu a uma pergunta de um repórter na zona mista sobre a ameaça da Dinamarca de se desfiliar da Fifa por causa dessa proibição –no decorrer do dia, a federação dinamarquesa informou que a questão da desfiliação não foi cogitada e que houve um mal-entendido acerca do posicionamento dela.

"Sobre a Dinamarca, foi a equipe dinamarquesa. Nós somos alemães e escolhemos fazer isso. Às vezes, o que fazemos não é bom o suficiente, mas foi o que conseguimos fazer. Nós perdemos o jogo, então, é o maior problema para nós agora. Nós temos mais dois jogos e vamos ver o que podemos fazer", disse.

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