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Copa do Mundo 2022 Futebol Internacional

Desafio da Argentina para o tetra é tapar buraco aberto por Messi

Scaloni tem missão inglória; faz anos que o craque, insubstituível, nem reserva tem na seleção alviceleste

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Messi segura a Taça Fifa no estádio Lusail, no Qatar, depois da vitória sobre a França que deu o tricampeonato mundial à Argentina
Messi segura a Taça Fifa no estádio Lusail, no Qatar, depois da vitória sobre a França que deu o tricampeonato mundial à Argentina - Christine Poujoulat - 18.dez.2022/AFP
São Paulo

A Argentina tricampeã mundial de futebol tem motivo de sobra para festejar por vários dias.

A conquista de uma Copa do Mundo veio depois de uma espera de 36 anos e meio.

Veio depois de uma campanha que começou trágica, com uma derrota para a inexpressiva Arábia Saudita, que tornou o Mundial do Qatar um mata-mata imediato para a equipe.

Veio depois de partidas em que teve a vitória nas mãos, construindo vantagem de 2 a 0 e permitindo a reação do adversário, casos da Holanda nas quartas de final e da França na final, tendo que decidir a sorte nos pênaltis.

Mas, primordialmente, veio depois de atuações marcantes, memoráveis, de seu principal jogador, Lionel Messi, dono de sete Bolas de Ouro, seis vezes eleito o melhor do mundo da Fifa, o melhor jogador deste século –Cristiano Ronaldo ficou para trás.

Jogador esse que, com 35 anos, definiu que não esticará sua carreira na seleção até o próximo Mundial, que será em três países (Estados Unidos, Canadá e México), em 2026.

Então, passada a festa, todo um país, incluindo Lionel Scaloni, o competente treinador da Argentina (inclusive por ter sido o único que conduziu Messi a títulos com a seleção principal, de Copa América e de Copa do Mundo), vai se perguntar: "E agora? Como faremos sem Messi para conquistar o tetra?".

O técnico da Argentina, Lionel Scaloni, abraça Lionel Messi, seu capitão, no estádio Lusail durante a Copa do Qatar
O técnico da Argentina, Lionel Scaloni, abraça Lionel Messi, seu capitão, no estádio Lusail durante a Copa do Qatar - Carl Recine - 10.dez.2022/Reuters

A situação não é animadora e tem tendência à orfandade.

Mesmo levando muito tempo para triunfar com seu maior ídolo desde que Maradona saiu da seleção, em 1994 –na verdade foi saído, devido a caso de doping–, a Argentina passou a viver uma "messidependência".

O atleta nascido em Rosário é o que mais vezes vestiu a camisa da seleção alviceleste (172) e seu maior artilheiro (98 gols).

Há quase 15 anos, os argentinos estão acostumados a ter Messi e mais dez no time. Esses dez invariavelmente o procuram, dão a bola para ele, pois ele resolve. E, quando não resolve, dá de bandeja para alguém resolver –passes açucarados na boca do gol.

Vai haver crise de abstinência. Não existe atualmente, nem de perto nem de longe, alguém que possa preencher minimamente a lacuna que será aberta por Messi.

O camisa 10 avisou depois da conquista no Qatar que pretende permanecer ainda por um tempo vestindo a camisa da seleção –talvez se despeça na Copa América de 2024. É esse o tempo que Scaloni e sua comissão têm para forjar uma alternativa crível.

Hoje não há. Messi nunca teve um reserva na seleção. Ele jogou, joga e jogará (se quiser) sempre.

Paulo Dybala. Lautaro Martínez. Ángel Correa. Todos eles estiveram nesta Copa do Mundo. Mal jogaram, e Lautaro se notabilizou por perder gols. Dá para ficar otimista com um deles no lugar de Messi?

No cenário atual, para os fãs da Argentina é o caso de torcer para que o ídolo mude de ideia e decida adiar a aposentadoria da seleção para depois do Mundial norte-americano.

Mesmo aos 39 anos, é capaz de um Messi em forma, com sua genialidade, brilhar em mais uma Copa.

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