Na entrevista coletiva concedida após a festa do título, no estádio Lusail, o técnico argentino Lionel Scaloni afirmou que a vaga do craque Lionel Messi, 35, está garantida na próxima Copa do Mundo, que será realizada em 2026 nos Estados Unidos, Canadá e México.
"A gente precisa guardar um lugar para ele na próxima Copa. A camisa dele está guardada. É ele que vai decidir o que fazer com sua carreira futebolística, porque com certeza ele não tem nenhuma ponta solta com a seleção. É só prazer, orgulhoso de ter o Messi conosco. O que ele transmite aos colegas é algo muito importante, algo que não dá para verbalizar", disse o comandante.
Scaloni também lembrou a conversa que teve com o craque após a conquista da Copa América, em 2021.
"Em San Juan, quando nos classificamos para a Copa, eu o chamei para conversar e falei que estávamos transmitindo alguma coisa muito forte para os argentinos. Falei pra ele 'e se não der certo? Estou muito entusiasmado com essa seleção'. Ele falou 'e daí, segue em frente'. A resposta dele me deu certeza que a coisa estava muito bem trilhada."
Nesse processo de montagem da seleção, desde que assumiu seu comando, em 2018, o treinador explica que foi percebendo aos poucos que estava montando um grupo competitivo.
"Como todos os ciclos, são construções. As pessoas vão percebendo algo, e a sensação que eu tinha era que um grande time estava em formação. A Argentina tem excelentes jogadores e nosso trabalho é escolher quem estará na lista. Alguns dos jogadores que não estavam na lista estavam hoje no gramado comemorando. Isso mostra a intenção de todos de ganhar a Copa", finalizou.
Em relação ao duelo decisivo contra a França, Scaloni afirma que a chave para ter continuado firme na luta pela taça foi o otimismo e a confiança de sua equipe.
"Acima de tudo, otimismo. O time estava jogando bem e não era o empate que poderia derrubar nossa esperança. Nosso otimismo seguia em riste porque sabíamos que haveria mais jogo na prorrogação. Continuamos atacando e chegaram os pênaltis. Quando vai para os pênaltis mesmo, tivemos confiança total no nosso goleiro, tivemos força, fé. Isso é muito bom", elogiou o treinador, enfatizando a vontade de os jogadores participarem. "Na lista [de quem iria bater os pênaltis], foi muito bom os jogadores falando que queriam bater, e o goleiro dizendo 'Eu vou agarrar'. Isso é maravilhoso."
Outro ponto muito elogiado por Scaloni foi a forma como os jogadores encararam o caminho rumo ao título, esquecendo da individualidade e trabalho em prol de todo o grupo.
"Esses jogadores jogam para o torcedor argentino, não têm ego, não tem individualidade em cima da outra. Aqui é a seleção argentina e não tem orgulho maior do que jogar pelo país. Foi brilhante a forma como conquistou o título porque os jogadores entenderam o que era preciso fazer no gramado. A forma de ganhar não é importante. Merecidamente, fizemos um jogo completíssimo. Em alguns momentos sentimos apuros, mas ganhamos nos pênaltis", festejou.
O comandante também explicou a mudança tática que fez, escalando o atacante Di María desde o início, para surpreender os franceses.
"Os jogadores souberam que iriam entrar. Nós achávamos que o jogo poderia ser pela esquerda, com o Di María bem aberto. Assim, quando Mbappé pegava a bola, os jogadores já não deixavam ele fazer um contra um."
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