O presidente da FFF (Federação Francesa de Futebol), Noël Le Graet, escreveu uma carta ao presidente da AFA (Associação do Futebol Argentino), Claudio Tapia, depois das provocações dos jogadores argentinos, especialmente contra Kylian Mbappé, nas comemorações após a final da Copa do Mundo.
As informações são do jornal Ouest-France.
"Escrevi uma carta a meu homólogo da federação argentina. Vejo como anormais esses excessos em uma competição esportiva e não consigo compreendê-los. Foram longe demais. O comportamento de Mbappé foi exemplar", afirmou Le Graet.
Durante a carreata da vitória dos jogadores argentinos em Buenos Aires, o goleiro Emiliano Martínez carregou um boneco representando um bebê, cujo rosto foi coberto com uma foto de Mbappé.
No vestiário do estádio Lusail, no domingo, Martínez já tinha provocado o atacante francês, cantando com os companheiros de equipe: "Um minuto de silêncio... por Mbappé".
Questionado também sobre o assunto em uma entrevista à emissora Sud Radio, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, considerou a atitude dos argentinos "indigna".
"O que a Fifa faz? O esporte é fair play, é respeitar os demais, respeitar quem perdeu, não acrescentar insulto à decepção", declarou Le Maire.
Também gerou polêmica na França um vídeo em que ex-atacante argentino Sergio Agüero, em uma transmissão no Instagram depois da final no Qatar, refere-se ao francês Eduardo Camavinga como "cara de pinga" (expressão considerada ofensiva na Argentina).
"Não tenho nada contra ele. Ele é um craque. É uma brincadeira, como faço no stream. Zero maldade, irmão. Paz e amor", respondeu Agüero no Twitter a um usuário que o recriminou por usar esses termos contra Camavinga.
A ministra francesa de esportes, Amélie Oudéa-Castéra, lamentou o que chamou de comportamento "penoso" e "deselegante" de alguns jogadores argentinos durante as celebrações. "Enquanto nossa equipe soube perder com dignidade, a forma como a equipe argentina atuou após essa vitória não foi digna da partida que vimos", disse.
A reclamação principal se deu pelo comportamento do goleiro Martínez, que usou o prêmio de melhor da posição no Mundial como um símbolo fálico.
"É simplesmente vulgar, fora de lugar. Realmente não está à altura", insistiu a ministra. Sobre o goleiro, ela afirmou: "É um tanto mais patético".
Diante das polêmicas, logo após a partida, o goleiro tentou explicar o que o levou a fazer o gesto ao ganhar a luva de ouro, prêmio dado ao melhor goleiro da competição.
"Fiz isso porque os franceses me vaiaram. Não levo desaforo para casa", disse, dando a entender que o gesto foi uma resposta aos torcedores da França na arena que foi palco da decisão do Mundial qatariano.
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