Amiga de suposta vítima diz que Daniel Alves também a tocou, diz jornal

Declaração faz parte de dezenas de depoimentos colhidos pela polícia catalã desde 31 de dezembro

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Madri

Depoimentos até então inéditos a respeito do que aconteceu na noite de 31 de dezembro na boate Sutton Barcelona tiveram seu teor divulgados nesta terça (24) pelo jornal La Vanguardia, na Espanha.

O jogador de futebol brasileiro Daniel Alves, 39, é acusado por uma jovem de 23 anos de tê-la estuprado no banheiro da boate. Ele nega a agressão e, após duas versões anteriores, passou a afirmar que houve relação consensual.

Na informação mais relevante divulgada agora, uma amiga que acompanhava a suposta vítima afirmou à polícia, segundo o jornal, que Alves a apalpou violentamente e que passou a mão em suas partes íntimas até que ela conseguiu se desvencilhar e ir embora.

Essa declaração coincide com o depoimento da vítima, que havia dito que, após entrar na área VIP onde estava Alves, "imediatamente ele começou a flertar com nós três, grudando muito em nós e nos tocando."

Daniel Alves no jogo contra a Coreia do Sul na Copa do Qatar - Annegret Hilse - 5.dez.2022/Reuters

Entre as pessoas ouvidas também estão o amigo que chegou com o jogador às 2h da manhã na boate, identificado como um chef de cozinha brasileiro.

Segundo o jornal, ele entrou em contato com a prima da vítima por meio da rede social Instagram e se ofereceu para "o que elas precisassem". Prints dessa conversação foram entregues aos policiais.

Esses depoimentos fizeram parte do trabalho da polícia catalã Mossos d'Esquadra entre os dias 31 de dezembro e 20 de janeiro, quando Alves foi preso pela manhã após se apresentar voluntariamente em uma delegacia de crimes sexuais.

Na ocasião, a polícia não revelou ao jogador que já havia colhido depoimentos e que possuía provas de que, de fato, havia acontecido uma relação sexual na boate —o que Alves negou até ser confrontado por elas.

Mas, após conversar com a jovem ainda na madrugada de 31 de dezembro, e principalmente depois da denúncia mais detalhada apresentada no dia 2 de janeiro, policiais da Unidade Contra Violência Sexual (UCAS) colheram os relatos de dezenas de pessoas que estiveram na Sutton.

Falaram com clientes, com o funcionário que chamou a polícia, com o porteiro da boate, que percebeu que a jovem passava por um ataque de ansiedade ao querer ir embora, e ainda com o garçom, que por duas vezes insistiu para que as três amigas fossem à área VIP de Daniel Alves, por se tratar de "um amigo".

Uma das celas do presídio Brians 2, na Catalunha, para onde o brasileiro Daniel Alves está encarcerado - Jóse Maria Alguersuari/La Vanguardia

Nesta sexta, a equipe de Alves contratou um advogado especializado em direito penal para se juntar à estratégia de defesa. Há um limite de tempo até esta quinta-feira para apresentar recurso pedindo sua liberdade.

Alves está desde sexta-feira no centro penitenciário Brians, na periferia noroeste de Barcelona, preso preventivamente por risco de fuga. Segundo as últimas informações de Barcelona, ele divide a cela com um "preso de confiança" da administração no prédio Brians 2, onde outros acusados de crimes sexuais pagam pena ou aguardam julgamento.

Suas contradições durante o depoimento, no qual ofereceu versões diferentes à medida que novas provas lhe eram expostas (descrição de tatuagem e imagens de câmeras de segurança, por exemplo), foram um dos motivos pelos quais a juíza Maria Concepción Canton Martín decidiu prendê-lo.

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