Descrição de chapéu The New York Times tênis

Tênis tenta se acostumar à vida sem Federer e Serena e abraça jovens talentos

Esporte inicia sua temporada de cara nova após adeus de lendas

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Cindy Shmerler
The New York Times

Interessante. Excitante. De tirar o fôlego. Todas descrições adequadas para a temporada de tênis profissional masculino e feminino de 2022. Com o surgimento de Iga Swiatek e Carlos Alcaraz e as saídas chorosas de Roger Federer, Serena Williams e Ashleigh Barty, é difícil lembrar de um ano no esporte como este. Agora, o esporte inicia nova temporada, com nova cara.

Quando a temporada passada começou na Austrália em janeiro, a Covid-19 ainda era um grande problema. Nove vezes campeão do Aberto da Austrália, Novak Djokovic, cuja recusa inabalável a ser vacinado polarizou os fãs em todo o mundo, foi detido durante horas no aeroporto de Melbourne e depois colocado em confinamento em hotel de detenção para migrantes.

Ele acabou sendo mandado para casa exatamente quando o torneio estava começando.

Com Federer na Suíça cuidando de seu joelho doente, Rafael Nadal, que não ganhava um torneio importante desde o Aberto da França de 2020, venceu Daniil Medvedev pelo título masculino e conquistou seu 21º campeonato de Grand Slam, quebrando um empate tríplice com Federer e Djokovic.

Nadal, que completou 36 anos em junho, venceu suas primeiras 21 partidas do ano até finalmente cair para Taylor Fritz na final em Indian Wells em março. Então ele acrescentou um 22º major ao vencer seu 14º Aberto da França.

Com grande parte do drama do início da temporada no lado masculino, Barty, a número um do mundo e então defensora do título de Wimbledon, navegou tranquilamente pelo Aberto da Austrália feminino e se tornou a primeira mulher australiana a ganhar o título desde 1978.

Pouco depois, anunciou sua aposentadoria aos 25 anos, apontando exaustão e abrindo caminho para que Swiatek se tornasse a líder do ranking. Swiatek não perdeu tempo para provar seu valor, vencendo 37 partidas consecutivas do final de fevereiro ao início de julho e conquistando seu segundo Aberto da França e seu primeiro Aberto dos Estados Unidos.

A polonesa Iga Swiatek, 21, é a número um do mundo - William West - 11.jan.23/AFP

Se a ascensão de Swiatek, 21, pareceu veloz, não foi nada comparada à de Alcaraz. Ainda adolescente, o espanhol começou a temporada de 2022 em 32º lugar e a terminou como o mais jovem número um, aos 19. Foi a primeira vez desde 2003 que alguém além de Djokovic, Federer, Nadal ou Andy Murray terminou a temporada no topo do ranking da ATP.

Ao todo, Alcaraz conquistou cinco títulos, incluindo o Masters 1000 em Miami e Madri, onde derrotou três dos quatro melhores jogadores do mundo: Nadal, Djokovic e Alexander Zverev.

Houve muitos outros desempenhos surpreendentes. Casper Ruud, que acaba de completar 24 anos, chegou a duas finais importantes, perdendo para Nadal no Aberto da França e Alcaraz no Aberto dos Estados Unidos. Ele também foi vice-campeão no ATP Finals (que reúne os melhores da temporada masculina), perdendo para Djokovic

Holger Rune, 19, passou da relativa obscuridade para vencer 19 de suas últimas 21 partidas, incluindo uma vitória sobre Djokovic na final do Masters de Paris. Fritz, agora com 25 anos, venceu em Indian Wells e levou Nadal a cinco sets nas quartas de final de Wimbledon. Frances Tiafoe, 24, venceu Nadal e Andrey Rublev antes de cair em cinco sets exuberantes para Alcaraz nas semifinais do US Open.

Carlos Alcaraz, 19, teve ascensão rápida e assumiu o topo do ranking; lesionado, ele não vai disputar o Aberto da Austrália, primeiro grande torneio do ano - Ryan Lim - 18.dez.22/AFP

Elena Rybakina, 23, conquistou seu primeiro torneio importante em WimbledonCoco Gauff chegou à final do Aberto da França, o que a ajudou a se tornar, aos 18 anos, a mulher mais jovem desde 2007 a terminar o ano entre as dez primeiras.

Jessica Pegula, 23, venceu o evento WTA 1000 em Guadalajara e terminou a temporada em 3º lugar. E Caroline Garcia, 29, que começou o ano na 74ª posição e pensando em se aposentar, voltou com tudo, ganhando quatro títulos, incluindo o WTA Finals, e terminou em quarto lugar.

Houve lágrimas e aplausos quando a norte-americana Serena Williams, que anunciou que se aposentadoria após o Aberto dos Estados Unidos, venceu duas partidas noturnas do torneio, repletas de estrelas na plateia. Aos 40 anos, aquela que é apontada por muitos como a maior da história se despediu como um símbolo de força, deixando um vazio que as mais jovens tentam preencher.

Também deu adeus Roger Federer, 41, que jogou sua última partida profissional na Laver Cup, em Londres, em setembro, em dupla com Nadal, seu rival e amigo de longa data. Com abraços e lágrimas, Federer encerrou uma carreira de 24 anos que incluiu 20 majors: oito em Wimbledon, seis na Austrália, cinco nos Estados Unidos e um no Aberto da França.

"Alguém que eu admirava, rivalizava e também compartilhava muitas coisas bonitas dentro e fora da quadra estava saindo", disse Nadal sobre sua demonstração de emoção pós-jogo. "Você sabe que não vai viver isso de novo, e uma parte da minha vida partiu com ele. Foi também a emoção de me despedir de alguém que foi tão importante para o nosso esporte."

O futuro do esporte está agora nas mãos dos jovens Alcaraz, Swiatek, Gauff, Rune e Ruud.

O primeiro grande torneio do ano terá início no domingo (15), o Aberto da Austrália. Alcaraz, com uma lesão muscular na coxa direita, não estará em ação, mas haverá muitos jovens de talento –e alguns talentosos nem tão jovens, como Nadal e Djokovic– para observar em um esporte que vai se renovando.

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