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Sem Tom Brady, Mahomes joga final para ser o novo rei da NFL

Em disputa de quarterbacks negros, Chiefs e Eagles duelam no Super Bowl

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São Paulo

O trono está vago. E Patrick Mahomes, 27 anos, US$ 45 milhões (R$ 235 milhões) de salário por ano, é o maior candidato a ocupá-lo.

Com a aposentadoria de Tom Brady, o título de maior jogador da NFL, a liga profissional de futebol americano, o esporte mais popular dos Estados Unidos, está vago. Mahomes poderá reforçar sua candidatura de herdeiro se vencer o Super Bowl, a final do torneio, neste domingo (12). Sua equipe, o Kansas City Chiefs, enfrentará o Philadelphia Eagles.

Patrick Mahomes (número 15) lança a bola pelo Kansas City Chiefs diante do Cincinnati Bengals
Patrick Mahomes (número 15) lança a bola pelo Kansas City Chiefs diante do Cincinnati Bengals - Jay Biggerstaff-29.jan.23/USA TODAY Sports

A partida começará às 20h30 (de Brasília) com transmissão de ESPN/Star+ e Rede TV.

Na última semana, Brady anunciou pela segunda vez que não joga mais. Havia feito o mesmo no ano passado, mas decidiu retornar para mais uma temporada pelo Tampa Bay Buccaneers. Ele jura que agora é para valer e está pronto para assinar contrato de comentarista com a Fox por US$ 37 milhões (R$ 193 milhões) por temporada a partir de 2024.

Evitar que Mahomes vença o segundo Super Bowl da carreira é o plano de Jalen Hurts, líder do ataque do Philadelphia Eagles, time que começou como azarão, com cotação de 30/1 nas casas de apostas, e virou favorito ao título.

Os dois são os quarterbacks. É a posição de lançador. Nenhuma é tão importante do futebol americano. Ao lado do pitcher (arremessador) no beisebol, trata-se da mais glamourosa dos esportes americanos.

Será a primeira vez que o Super Bowl, agora em sua 57ª edição, terá confronto entre dois quarterbacks negros.

"Brady é o maior de todos os tempos. Ele é único", elogiou Mahomes, ao anúncio da aposentadoria do também quarterback que, por New England Patriots e Buccaneers, é o maior vencedor da história da NFL: sete títulos.

Mahomes, tal qual Brady, tem o talento para arrancar vitórias das garras da derrota. Foi o que aconteceu nas finais de conferência deste ano, contra o Cincinnati Bengals, e em 2021 diante do Buffalo Bills. Nos atuais playoffs, ele tem jogado bem apesar de lesão no tornozelo. Foi eleito MVP, o melhor jogador da temporada regular, depois de acertar 67% dos passes e lançar para 41 touchdowns, a pontuação máxima do esporte.

Já Hurts, além da precisão e do crescimento que demonstrou, tem a vantagem de contar com uma linha ofensiva quase inexpugnável. São os jogadores que bloqueiam os defensores rivais. Eles dão tempo e liberdade para o quarterback lançar. E, quanto mais livre, maior a chance de o lançamento ser preciso.

Mahomes e Brady se enfrentaram no Super Bowl há dois anos, e o agora aposentado levou a melhor. Como Mahomes não foi brilhante mesmo na final que venceu, em 2020, uma nova derrota agora pode levantar contra o lançador dos Chiefs as críticas de que não consegue atuar tão bem quando o título está em jogo.

Foi uma acusação feita muitas vezes a LeBron James no início da carreira, até o astro da NBA começar a ganhar. Ele já venceu o título da liga norte-americana de basquete quatro vezes.

Há outras críticas feitas Patrick. Uma delas respinga no próprio Brady e vem de nomes do passado da NFL.

"O que eles fizeram não me impressiona em nada", disse o comentarista Trent Dilfer, vencedor do Super Bowl de 2000 como quarterback do Baltimore Ravens.

A reclamação é que as regras mudaram tanto na NFL e favorecem de tal forma os ataques que se tornou "superfácil", segundo Dilfer, jogar na posição hoje em dia. A preocupação dos dirigentes é evitar ao máximo que os quarterbacks sofram impactos físicos mais fortes. Brady atuou até os 45 anos.

"Ele poderia jogar até os 50. Ninguém pode encostar nele!", disse Lawrence Taylor, astro histórico de defesa do New York Giants, campeão da liga em 1987 e em 1991.

A preocupação é com a saúde dos jogadores, mas também financeira. Quanto mais os ataques pontuam, quanto mais os quarterbacks lançam, mais as partidas se tornam atrativas para o torcedor comum. E mais a NFL fatura.

Já apontado como futuro herdeiro de Brady há alguns anos, Mahomes ouviu reclamações de ser protegido em excesso pelos árbitros. A promessa sempre existiu em sua trajetória. Ele foi a décima escolha na primeira rodada do draft de 2017, o evento em que as equipes selecionam os jogadores que saem das universidades.

Pelos Eagles, Hurts foi a 53ª seleção, já na segunda rodada.

Quem lembrar que Brady passou incólume pelos times e foi draftado pelos Patriots apenas na sexta rodada vai perceber que os avaliadores da NFL nem sempre acertam: 198 nomes foram chamados à frente daquele que seria o maior da história do futebol americano.

Mahomes pode, quem sabe, ser candidato a ocupar esse lugar. Mesmo que esteja sujeito a sofrer pegadinhas por causa disso. Em uma entrevista antes do Super Bowl, o ex-jogador Brandon Marshall perguntou se o astro dos Chiefs sabia que a cantora Rihanna o havia considerado o maior quarteback da história.

"É ótimo que ela pense isso de mim", respondeu Mahomes.

"Eu estou brincando com você. Ela não disse isso", desmentiu o próprio Marshall.

Rihanna gravou um vídeo horas depois.

"Eu acho que você é ótimo", esclareceu a artista, que vai se apresentar no intervalo da partida.

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