Ataque mostra força e defesa só 'assiste'; veja pontos fortes e fracos do Brasil na estreia

Goleada sobre o Panamá tira pressão do time, mas França promete ser desafio maior

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São Paulo

A goleada por 4 a 0 na estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo feminina mostrou que as jogadoras souberam lidar muito bem com aquilo que era a maior preocupação de Pia Soudhage: a ansiedade.

Diante da modesta seleção do Panamá, estreante em Mundiais, a treinadora sueca acreditava que apenas o próprio nervosismo, comum na primeira rodada, poderia atrapalhar suas jogadoras.

"A forma que nós jogamos hoje me deixa muito satisfeita. Eu não sabia exatamente o que esperar, porque algumas jovens jogadoras não haviam jogado em uma Copa, então estou muito orgulhosa delas", afirmou a comandante.

Jogadoras do Brasil comemoram gol contra o Panamá
Jogadoras do Brasil comemoram gol contra o Panamá - Xinhua/Bai Xuefei

A exibição diante das panamenhas indicou alguns pontos positivos que o Brasil poderá explorar na busca pelo inédito título mundial. Em contrapartida, a fragilidade do adversário impediu que o setor defensivo e a ligação da defesa com o ataque fossem mais testados antes de duelos com seleções mais fortes, como a partida contra a França, no sábado (29).

É bom lembrar, no entanto, que algumas equipes favoritas em seus confrontos de estreia tiveram muito mais dificuldade do que o Brasil. A Inglaterra, por exemplo, suou para vencer o Haiti por 1 a 0, a Noruega perdeu para a Nova Zelândia, também 1 a 0, e até mesmo a França empatou sem gols com a Jamaica.

Veja pontos fortes e fracos da estreia da seleção brasileira

Ary Borges, a goleadora

Com três gols, a meio-campista de 23 anos "mostrou uma personalidade de ataque que ajudou muito", definiu a técnica Pia Sunhage. "Ela é uma pessoa alegre, e essa energia contagiou o time."

A jogadora do Racing Louisville, dos Estados Unidos, aproveitou a liberdade que teve no meio de campo e buscou infiltrações entre as atacantes. Nos três gols que marcou na partida, a atleta surpreendeu a defesa panamenha chegando de trás.

Repertório ofensivo

"O terceiro gol foi um gol típico do Brasil. Foi uma coisa imprevisível", descreveu Pia ao comentar a bela jogada concluída por Bia Zaneratto.

No lance, Tamires lançou Debinha na esquerda, a camisa 9 tabelou com Adriana e levantou na área. Ary Borges recebeu na frente do gol e, após ser bloqueada, serviu Bia Zaneratto de calcanhar.

A jogada destacada pela treinadora é um bom exemplo do repertório ofensivo que o Brasil mostrou diante do Panamá. Além de Ary Borges e Zaneratto, Debinha, Adriana e Gabi Nunes tiveram chances de marcar na partida.

Nem mesmo quando o jogo estava 4 a 0 o time recuou. "As meninas que entraram estavam com vontade de fazer um gol porque o jogo nos proporcionou essa situação", elogiou Marta, citando as jogadoras que, como ela, entraram no segundo tempo.

Xô, zebra!

Ainda que o Panamá, como uma das seleções estreantes desta Copa do Mundo, não tenha oferecido uma resistência muito grande, o Brasil fez o que se espera de um time com maior capacidade técnica.

Desde o primeiro minuto, o elenco canarinho dominou as ações, sempre buscou o ataque, teve paciência para achar o primeiro gol e deixou poucos espaços para as panamenhas pensarem na partida.

"Estreia tem aquele nervosismo, o querer fazer bem tudo o que foi passado. A gente cumpriu bem tudo isso", afirmou a lateral esquerda Tamires.

Lelê nem sujou as luvas

De acordo com estatísticas da Fifa, enquanto o Brasil finalizou 34 vezes, sendo 11 no alvo, o Panamá deu apenas sete chutes, dois na meta defendida por Lelê.

Em ambos, a goleira brasileira fez defesas sem grande esforço. Embora tenha sido importante terminar o primeiro jogo sem sofrer gols, a defesa do Brasil foi pouco testada, o que ainda deixa uma incógnita para a sequência da Copa do Mundo.

Adversários como a França, rival das brasileiras na segunda rodada do Grupo F, certamente vão exigir que todo o sistema defensivo esteja bem compactado.

"Nós sabemos que a França é uma adversária muito forte. Elas jogam muito na transição, são fortes e bem intensas. Vamos estudar bem, vamos nos preparar bem, e tenho certeza de que a Pia virá com a melhor tática possível", afirmou a meio-campo Luana.

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