Conheça as adversárias do Brasil na Copa do Mundo feminina

Seleção terá França, Panamá e Jamaica na fase de grupos

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São Paulo

A seleção feminina do Brasil não deverá ter grandes dificuldades para se classificar na fase de grupos da Copa do Mundo deste ano. O torneio começa nesta quinta-feira (20).

Dos três países que as brasileiras enfrentarão, dois já cruzaram o caminho do Brasil em Copas passadas. Apenas um representa perigo de fato.

Principal rival no Grupo F, a França foi quem eliminou a seleção brasileira nas oitavas de final em 2019 e chega à Austrália e Nova Zelândia como uma das favoritas ao título.

Há quatro anos, na fase de grupo, a equipe verde-amarela venceu a Jamaica.

A brasileira Cristiane disputa de cabeça com a francesa Baithy no confronto entre as duas seleções na Copa de 2019. As equipes voltam a se enfrentar em 2023
A brasileira Cristiane disputa de cabeça com a francesa Baithy no confronto entre as duas seleções na Copa de 2019. As equipes voltam a se enfrentar em 2023 - Franck Fife-23.jun.19/AFP

Os dois países serão rivais das comandadas de Pia Sundhage agora, todas com seus problemas dentro e fora do gramado.

Veja abaixo quem estará no caminho brasileiro na fase de grupos da Copa do Mundo deste ano.

Panamá

Participação em Copas: 1
Melhor colocação: Estreia em 2023
Quando enfrenta o Brasil: 24.jul.23, às 8h
Onde: Hindmarsh Stadium, na Austrália

Classificado para sua primeira Copa do Mundo após ter superado Papua Nova Guiné e Paraguai em repescagens, o Panamá tem disputas dentro e fora de campo.

Um dos maiores azarões do torneio, o time estará na Austrália e na Nova Zelândia para ganhar experiência. Mas há um objetivo mais palpável: igualar o dinheiro distribuído entre as seleções masculina e feminina.

"Nós vamos nos preparar dez vezes melhor do que em uma situação normal, porque vamos enfrentar os melhores do mundo", disse o técnico Nacho Quintana. Em amistoso de preparação para o Mundial, o Panamá foi goleado pela Espanha por 7 a 0. Ele pediu, em entrevista ao site da Fifa, que suas jogadoras não percam a alegria apesar das adversidades.

Marta Cox sobe para cabecear em partida do Panamá contra Papua Nova Guiné, pelas eliminatórias
Marta Cox sobe para cabecear em partida do Panamá contra Papua Nova Guiné, pelas Eliminatórias - David Rowland - 19.fev.23/Reuters

Em um esquema 4-5-1, a prioridade panamenha será evitar sofrer muitos gols. Isso deverá sobrecarregar o principal nome do elenco, a meia Marta Cox, 25. Primeira jogadora do país a atuar na liga mexicana, é considerada exemplo para garotas de bairros pobres da Cidade do Panamá, capital do país.

Ela terá como parceira na armação a jovem Deysiré Salazar, 18, observada por equipes dos Estados Unidos e apontada como alguém que pode ter talento superior até ao de Cox.

França

Participações em Copas: 5
Melhor colocação: semifinal em 2011
Quando enfrenta o Brasil: 29.jul.23, às 7h
Onde: Brisbane Stadium, na Austrália

Eliminada nas quartas de final da Copa de 2019, quando era anfitriã, a França tem muito a provar em 2023. Considerada uma das favoritas ao título neste ano, a equipe chega ao torneio da Austrália e da Nova Zelândia após período de crise, troca de técnico e a decepção de ter caído da última Eurocopa nas semifinais.

No final de fevereiro, a capitã Wendie Renard, 32, uma das melhores defensoras do planeta, anunciou que não atuaria mais pela seleção. Outras consideradas titulares confessaram o pensamento de segui-la. O presidente da federação nacional, Noel Le Graet, foi acusado de assédio sexual. Havia também o descontentamento com trabalho da treinadora Corinne Diacre e a estrutura oferecida para o time feminino.

As soluções foram emergenciais. Le Graet renunciou ao cargo. Diacre acabou demitida e substituída por Herve Rennard (sem parentesco com Wendie), técnico que comandou a Arábia Saudita na última Copa masculina, na qual protagonizou a maior zebra da competição ao derrotar a futura campeã Argentina. Quatro anos antes, ele havia dirigido Marrocos na Rússia.

Com a mudança na comissão técnica, Wendie Renard recuou. Mas o novo comandante não poderá contar com as atacantes Delphine Cascarino e Marie-Antoniette Katoto, ambas do Lyon, lesionadas.

Na convocação para o Mundial, reapareceu a volante Amandine Henry, 33, após ausência de três anos.

Apesar de a classificação ter sido conquistada com 100% de aproveitamento em dez jogos das Eliminatórias, há desconfiança pelo desempenho da seleção nas competições importantes. Na qualificação, foram 54 gols marcados e quatro sofridos.

Se Grace Geyoro é a principal assistente da equipe, com participação em gols em oito jogos das Eliminatórias, e Eugenie Le Sommer é uma das principais artilheiras, a craque da equipe é Renard, com seu estilo de tanta classe que é descrito como "imperial" por publicações europeias.

Wendie Renard (camisa 3) após amistoso da França contra o Canadá, de preparação para a Copa do Mundo
Wendie Renard (camisa 3) após amistoso da França contra o Canadá, de preparação para a Copa do Mundo - Franck Fife - 11.abr.23/AFP

Com ela no comando, a tendência é que a equipe utilize o 4-3-3. O pouco tempo de adaptação ao que deseja o novo técnico pode ser um fator desfavorável à França.

Jamaica

Participações em Copa: 2
Melhor colocação: fase de grupos em 2019
Quando enfrenta o Brasil: 2.ago.23, às 7h
Onde: Melbourne Rectangular, na Austrália

Salvo uma grande surpresa, a Jamaica não tem chances consideráveis de classificação, mas terá a oportunidade de vencer pela primeira vez uma partida na Copa do Mundo feminina quando enfrentar o Panamá, em 29 de julho.

Em sua única participação anterior, em 2019, a equipe perdeu as três partidas facilmente. Uma delas, para o Brasil, por 3 a 0.

Para dar melhores condições de treinos e viagem para a seleção, foram abertas vaquinhas virtuais para obter US$ 175 mil (R$ 840 mil). A questão financeira se tornou uma enorme crise na seleção nos meses que antecederam a viagem para a Oceania.

Texto divulgado em conjunto pelas jogadoras reclamava das más condições de transporte, acomodações, estrutura para treinos e alimentação, além de outros problemas para jogos da seleção. Mesmo após várias reuniões com dirigentes, as questões não foram resolvidas.

Khadija Shaw em ação pelo Manchester City, na Inglaterra
Khadija Shaw em ação pelo Manchester City, na Inglaterra - Molly Darlington - 21.mai.23/Reuters

O time que viajou à Oceania tem jogadoras nascidas nos Estados Unidos e no Reino Unido, mas com ascendência jamaicana, repetindo fórmula usada pela equipe masculina que se classificou para o Mundial de 1998, na França.

Embora tenha atletas jovens que podem chamar a atenção, especialmente no ataque, os resultados da Jamaica dependerão basicamente do que pode fazer a centroavante Khadija Shaw, 26, autora de 31 gols em 30 jogos na última temporada europeia. De força física, velocidade e forte no jogo aéreo, ela é difícil de ser marcada.

O sucesso da goleadora vai depender também da meia Solai Washington, 18. Nascida nos Estados Unidos, ela é a mais jovem do elenco e ainda estava no ensino médio norte-americano quando foi convocada pela Jamaica pela primeira vez. O técnico Lorne Donaldson chamou também outras novatas, como a goleira Liya Brooks, 19, e a atacante Kameron Simmonds, 19.

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