O COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou, nesta quinta-feira (12), a suspensão "com efeito imediato" do Comitê Olímpico Russo por ter colocado sob sua autoridade cinco organizações regionais ucranianas.
A decisão priva a instância russa, automaticamente, de financiamento do COI, mas não tem, por ora, consequências em uma eventual presença de atletas russos sob bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Esse tema em específico será debatido "no momento apropriado".
Para a entidade olímpica, trata-se de aplicar sanções à "violação", por parte da Rússia, da "integridade territorial" defendida pela Carta Olímpica, afirmou o porta-voz Mark Adams.
No dia 5 de outubro, o Comitê Olímpico Russo integrou, "unilateralmente", entre seus membros diversas organizações esportivas de províncias ucranianas do leste do país (Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia) ocupadas pelo Exército russo.
Após o anúncio do COI, o Comitê Olímpico Russo denunciou o que chamou de decisão "política" e "contraproducente" da mais alta entidade olímpica.
O governo ucraniano reagiu na sequência, celebrando a decisão.
"O esporte não pode estar separado da política quando um país terrorista comete um genocídio contra a Ucrânia e utiliza os esportistas como propaganda", declarou o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak.
O COI mantém sob sanção o esporte russo e belarusso desde que, no final de fevereiro de 2022, o Exército russo invadiu a Ucrânia. O ato foi considerado uma violação da trégua olímpica durante os Jogos de Inverno de Pequim 2022. Nesse sentido, recomendou-se às federações internacionais a proibição de todas as competições em território russo, assim como a presença de qualquer símbolo oficial da Rússia, seja o hino, seja a bandeira.
Já sua posição a respeito da participação de atletas russos e belarussos (estes por serem aliados de Moscou) em competições internacionais mudou. Passou da exclusão, em um primeiro momento, para a possibilidade de reingresso, decidida em março passado. As condições para essa participação são que isso ocorra em provas individuais, que os atletas compitam sob bandeira neutra e que não tenham apoiado "ativamente a guerra na Ucrânia".
Até o momento, o COI ainda não decidiu se os atletas dessas duas nacionalidades poderão participar dos Jogos de Paris, em 2024, ou dos Jogos de Inverno de Milão, dois anos depois.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.