'Me forçaram a fazer aquele vídeo', afirma Marcelinho Carioca

Ex-jogador afirma que foi abordado por três sequestradores e recebeu coronhada

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São Paulo

O ex-jogador Marcelinho Carioca afirmou na tarde desta segunda-feira (18) que foi coagido por criminosos a gravar um vídeo em que ele diz ter sido sequestrado após sair com uma mulher casada.

"Fui obrigado a fazer, é mentira", disse o ex-jogador. "Não é fácil ter o revólver apontado para a sua cabeça a todo momento. Com um revólver na cabeça você faz o quê?", acrescentou.

No vídeo, que circula por meio de aplicativos de mensagem, Marcelinho diz que estava em um show em Itaquera, na zona leste, e que saiu com a mulher, sem saber que ela é casada. O ex-atleta aparece com o olho roxo na gravação.

"Ela [mulher que aparece no vídeo] é minha amiga. Fui secretário de esporte, conheço ela há três anos. Não sai com ela, não tenho nada com ela. Ela é minha amiga, é minha amiga", explicou Marcelinho.

O ex-jogador contou que foi abordado por três homens depois de acompanhar o show de Thiaguinho na Neo Química Arena, no sábado (16), e se dirigir para a casa de uma amiga, na Rua Salesópolis, na cidade de Itaquaquecetuba, onde os dois foram abordados pelos sequestradores.

Ele disse que levou uma coronhada e, encapuzado, foi levado para um cativeiro dentro de seu próprio carro.

Marcelinho Carioca concede entrevista na sede do DHPP, no centro de São Paulo
Marcelinho Carioca concede entrevista na sede do DHPP, no centro de São Paulo - Willian Moreira/Futura Press/Folhapress

Na manhã desta segunda, o carro dele foi localizado abandonado na rua Jacareí, em Itaquaquecetuba, na região metropolitana da capital.

O cativeiro onde ele foi encontrado fica em uma comunidade na rua Ferraz de Vasconcelos, também em Itaquaquecetuba. Cinco pessoas foram presas na operação da polícia, que contou com uma denúncia anônima para achar o local.

A polícia passou a investigar o desaparecimento dele quando um policial militar encontrou a Mercedes do ex-atleta. O oficial estranhou um carro daquele modelo na região e decidiu pesquisar a placa.

No carro de Marcelinho Carioca, a polícia encontrou uma arma de brinquedo.

Ao ligar para a empresa proprietária do automóvel, um advogado de Marcelinho atendeu a ligação e falou sobre o desaparecimento dele. Ainda de acordo com a PM, o advogado estranhou a ligação e pediu para o policial fazer uma chamada de vídeo.

O ex-jogador foi liberado no começo da tarde desta segunda. Após ser encontrado, Marcelinho foi levado para a delegacia da região depois seguiu para o DHPP, na região central da capital.

Os sequestradores que levaram Marcelinho, teriam usado o número de telefone do ex-jogador para se passar por ele e pedir dinheiro a familiares e pessoas próximas do ídolo corintiano, de acordo com informações da PM (Polícia Militar).

Em um primeiro momento, ainda no domingo (17), antes de o ídolo do Corinthians ser dado como desaparecido, uma pessoa não identificada pela PM teria feito um pagamento no valor de R$ 60 mil, supostamente, a pedido de Marcelinho.

Na manhã desta segunda-feira (18), houve um novo pedido de dinheiro, desta vez, de R$ 30 mil. Quando a solicitação foi negada, os sequestradores teriam passado a exigir pagamento das pessoas próximas ao ex-jogador. De acordo com a PM, eles chegaram a pedir R$ 200 mil pela libertação dele.

Já segundo o delegado-geral Arthur Dian, os bandidos chegaram a tomar cerca de R$ 40 mil em transações bancárias via Pix. A Divisão Antissequestro não divulga valores em casos de sequestro.

Cinco pessoas foram presas, segundo delegado Fabio Nelson, Divisionario da Antissequestro. Os detidos seriam três mulheres e dois homens.

Nelson acredita tenha sido um sequestro ocasional, de bandidos que se deslumbraram em decorrência do carro, sem saber quem era o proprietário.

As investigações prosseguem pela 1ª Delegacia Antissequestro. Os presos serão investigados por extorsão mediante sequestro

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