Descrição de chapéu atletismo

Quenianos mantêm hegemonia e fazem a dobradinha na corrida de São Silvestre

Timothy Kiplagat e Catherine Reline venceram a prova; brasileiros terminam em sexto

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São Paulo

Conforme o esperado, os atletas quenianos mantiveram sua hegemonia na Corrida Internacional de São Silvestre realizada neste domingo (31) pelas ruas da capital paulista.

Entre os homens, o pódio foi dominado pelos corredores do país africano. Timothy Kiplagat Ronoh, 30, confirmou o favoritismo e cruzou a linha de chegada na primeira posição, com o tempo de 44 minutos e 52 segundos. O recorde da prova é de 42 minutos e 59 segundos, estabelecido em 2019 pelo queniano Kibiwot Kandie.

Kiplagat tem entre os melhores resultados da carreira a segunda posição na maratona de Roterdã, em 2023, e a primeira nas maratonas de Melbourne e Abu Dhabi, em 2022.

Emmanuel Bor (45 minutos e 28 segundos) e Reuben Longosiwa (45 minutos e 44 segundos), também do Quênia, ficaram em segundo e terceiro, respectivamente.

A São Silvestre prevê uma premiação total de aproximadamente R$ 300 mil. Os campeões recebem cerca de R$ 57 mil, cada.

Johnatas de Oliveira Cruz foi o melhor brasileiro, terminando em sexto, com o tempo de 46 minutos e 33 segundos. "Vencer a prova não é fácil, mas estamos batalhando para isso, vamos treinar mais. 2024 promete", afirmou o mineiro de São Pedro dos Ferros em entrevista à TV Gazeta após a corrida.

Queniano Timothy Kiplagat Ronoh cruza a linha de chegada na primeira posição na 98º edição da Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo
Queniano Timothy Kiplagat Ronoh cruza a linha de chegada na primeira posição na 98º edição da Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo - Bruno Santos - 31.dez.2023/Folhapress

Na categoria feminina, a também favorita Catherine Reline, 21, do Quênia, venceu pelo segundo ano seguido. Assim como Kiplagat no masculino, Catherine conseguiu se distanciar das principais concorrentes ainda no meio da prova e liderou com folga até o final.

A corredora concluiu a prova com o tempo de 49 minutos e 54 segundos. O recorde é de 48 minutos e 35 segundos, estabelecido em 2016 pela queniana Jemima Sumgong. Foi a décima vez que os atletas quenianos fizeram a dobradinha na São Silvestre, com a conquista tanto na categoria masculina, quanto na feminina.

Também do Quênia, Sheila Chelangat ficou com a segunda colocação, com o tempo de 51 minutos e 35 segundos. Wude Ayalew, da Etiópia, com 51 minutos e 46 segundos, completou o pódio.

Angolona naturalizada brasileira, Felismina Cavela foi a melhor atleta do Brasil na prova, também na sexta posição, com o tempo de 55 minutos. Logo em seguida chegou a compatriota Kleidiane Barbosa, com 55 minutos e 12 segundos.

"No percurso inteiro, teve gente torcendo por nós, e com certeza essa torcida motiva a gente", disse Felismina após a prova, segurando uma bandeira do Brasil e de Angola.

Com os resultados neste domingo, se mantém a hegemonia de atletas africanos na tradicional prova de rua paulistana, em especial do Quênia, sem que o Brasil consiga ocupar o lugar mais alto no pódio há mais de uma década.

Já se vão 13 anos desde a última vez que um corredor local chegou na frente, quando Marílson Gomes dos Santos venceu pela terceira vez (também ganhou em 2003 e 2005, sendo o brasileiro mais vitorioso da prova). No feminino, Lucélia Peres, em 2006, foi a última corredora do país a vencer a São Silvestre.

Desde então, atletas da África, principalmente quenianos, se revezam entre os campeões. Os corredores do país africano lideram a prova em conquistas, com 35 vitórias, considerando a fase internacional com estrangeiros, iniciada em 1945.

Entre os homens, o queniano Paul Tergat é o maior vencedor, pentacampeão da São Silvestre (1995, 1996, 1998, 1999, 2000). Entre as mulheres, o recorde é da portuguesa Rosa Mota, com seis triunfos consecutivos entre 1981 e 1986.

O Brasil ocupou o lugar mais alto do pódio em 16 oportunidades, sendo 11 vezes na categoria masculina e cinco na feminina.

Cerca de 35 mil competidores participaram da prova e percorreram os 15 km do percurso em 2023, passando por alguns dos principais pontos turísticos de São Paulo, como o estádio do Pacaembu, as Avenidas Ipiranga e São João e a Praça da República, além da famosa e temida subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio.

A largada da prova aconteceu na Avenida Paulista, na altura entre as ruas Augusta e Frei Caneca, com a chegada na mesma avenida, em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, organizadora do evento.

Experiente atleta paralímpico brasileiro vence na categoria de cadeirantes

Na categoria de cadeirantes, o triatleta brasileiro Fernando Aranha, 45, foi o campeão da edição de 2023 da São Silvestre, com o tempo de 50 minutos e 12 segundos.

"Não esperava tamanho resultado, estou voltando a correr a São Silvestre depois de dez anos", disse Aranha. "Minha intenção era só participar, mas acabei encaixando uma boa prova", acrescentou o experiente atleta paralímpico brasileiro.

Ele participou da prova de triatlo nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Na ocasião, a modalidade fazia sua estreia em uma paraolimpíada. Aranha terminou a prova na sétima posição. Ele também já havia competido nos Jogos de Inverno de Sochi, em 2014, no esqui cross country, quando ficou em 15º, sendo o primeiro brasileiro a participar das duas edições dos Jogos Paralímpicos.

Rogério Costa ficou em segundo (54 minutos e 2 segundos) entre os cadeirantes, e Carlos Antônio Guedes do Nascimento, campeão da edição passada, foi o terceiro (55 minutos e 30 segundos). Cerca de 30 cadeirantes participaram da prova neste ano.

Além dos atletas profissionais, a prova de rua de São Paulo é marcada pela presença animada de corredores amadores fantasiados dos mais variados personagens. Boxeador, noiva, Ayrton Senna, super-heróis, Chapolin e estrelas do rock estão entre os mais comuns.

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